Hoje é 1° de abril... Mas, não é mentira. Hoje não é dia de ir na pracinha, não é dia das mamães e babás levarem os nenéns no parquinho, não é dia de levar a namorada no cinema do Shopping, não é dia de churrasco na laje, não é dia de “Happy Hour” com os amigos, depois do serviço, não é dia de nada, de coisa nenhuma. Muito menos, é dia de piadinhas infames, tão costumeiras no dia 1° de abril (em anos normais), que não é o caso neste “Vinte Vinte”, que apostamos tanto nele quando começou. Era um ano de números redondos, um ano bonito de se ver (ao menos no calendário, 2020 parecia pomposo)... Mas, qual o quê? Hoje o Mundo está “fechado para balanço”, está de “pernas para o ar”, por ter sido “sacudido” por este vírus cruel, que assolará o Mundo pelo visto, por um bom tempo ainda.
A certeza que temos, é que todos nós que gostamos de originalidade, de exclusividade, que somos totalmente contra os plágios, nós que somos pessoas inteligentes, que não gostamos de cópias e produtos piratas, estamos vivendo no torpor, de maneira idêntica, porque, 99,9% do Mundo está “guardado dentro de casa”. As pessoas que precisam (por obrigação de ofício), sair de casa, são minoria, neste “presente distópico” em que vivemos.
Os parentes e amigos me dizem preocupados comigo: “Você é louco de enfrentar as ruas todos os dias com este vírus solto por aí?” - porém, alguns profissionais hoje “não dão mais suas caras à tapa”, mas, sim, “dão suas caras à máscara”, inclusive eu que estou trabalhando normalmente. Assim, indo na contramão de “Fernando Pessoa” (13 de junho de 1888 - 30 de novembro de 1935), eu digo: “Viver é preciso, navegar não é preciso!”
Hoje precisamos, “atracar nossas embarcações”, até que possamos “voltar ao mar”, nos envolvendo novamente com os “cardumes de parentes e amigos”. Agora, somente sobrevivemos, para no futuro, deixarmos de viver “à deriva, nesta quarentena de mares bravios”. Assim sendo, eu peço encarecidamente, para que todos possamos nos manter vivos, que a maioria continue em casa, enquanto alguns de nós continuaremos indo à luta, até porque, os grandes jornalistas do passado, eram aqueles que cobriam as guerras. Mas, não somos loucos e muito menos heróis, só, que não existem guerras sem soldados e só com generais. Assim, nos juntamos com outros aliados (de outras profissões) e estamos tentando fazer o Mundo continuar a girar, até que tudo volte a entrar nos eixos outra vez.
No momento, todas as “roupas de baile”, todas as “roupas de festa”, todos os “trajes de gala”, todas as “roupas de missa”, estão dependuradas no cabide, escondidas dentro do guarda-roupa, junto dos biquínis, maiôs e sungas, porque, hoje não temos mais festas e nem banhos de mar. Utilizamos no momento, moletons confortáveis, que vestem o “desconforto dos nossos corpos”, temerosos do que estamos vivendo e do que ainda viveremos, nesta nefasta fase virótica, qual vem abatendo muita gente (principalmente os idosos), que são mais suscetíveis a doenças oportunistas. Mas, que ninguém se engane em pensar, que gente jovem não irá morrer (pois, muitos já morreram), devido ao “Novo Coronavírus”. Os mais jovens, podem muitas vezes ser assintomáticos, porém, não são infalíveis e, servem de “transporte” para o vírus entrar em suas casas. Então, dizer que: 13,4%; dos casos fatais (que evoluem 1,38% por dia), devido à “COVID-19”, são de pessoas acima dos 65 anos, é balela, pois, não existem estatísticas que revelem um quadro de imunidade por idade, dentro de uma calamidade sanitária generalizada.
Este momento não nos revela somente o medo de morrer, existem incertezas de todos gêneros. Só não podemos deixar a histeria tomar conta dos nossos dias. Precisamos ter calma, resiliência e tentar manter o autocontrole, mesmo sabendo que é muito complicado manter o equilíbrio, diante de tantas dúvidas, pois, a “corda bamba ulterior” está frouxa e, todos estamos andando sobre ela melindrosamente. E se por ventura, viermos a cair, não existe rede de segurança lá embaixo, que irá nos amparar da queda.
A chave de tudo, é mantermos a tranquilidade dentro desta retenção de dinâmica social, o maior tempo possível, pois, com à “COVID-19”, não tem “dois pesos e duas medidas”, o “Novo Coronavírus” não entra de férias, sendo um vírus altamente letal. Ou seja, a exclusão social se faz necessária, até que os profissionais da área de saúde, nos orientem no sentindo da existência de segurança, para voltarmos a conviver uns com os outros. Infelizmente, hoje pouco podemos fazer, além de “viver e não navegar”, pois, sair de casa agora por sair, fará acelerar aquilo que a ciência denomina de: “curva ascendente da doença”.
Temos que nos autogovernar, pois, os órgãos governamentais, nem sabem como gerir este problema de modo global. As medidas tomadas no momento, muitas vezes são deliberadas por rumo, tudo no “piloto automático”, visando a retomada econômica, deixando de lado o principal, a saúde de todos. Só que sem saúde, não existirão trabalhadores e muito menos eleitores. Mas, como entender as cabeças do políticos, se não consigo entender nem mesmo “as prioridades”, vindas do síndico do condomínio que resido? Sim, pois, nestes tempos de quarentena, os nossos lares, se tornaram em “países pessoais”.
Assim sendo, cada um de nós planeja os dias uniformes de quarentena, de um jeito particular. Sim, muitas pessoas estão aproveitando para se dedicar na jardinagem, em lavar e passar suas roupas que estavam acumuladas, alguns arrumam os armários da casa, outros colocam a leitura em dia... Cozinhar (quem cozinha), continua cozinhando todos os dias (seja com quarentena ou não), pois, comer, comeremos sempre e na ansiedade e ociosidade dos dias de quarentena, aí é que comemos muito mais. Ou seja, fazer tudo que estava pendente, se tornou uma boa solução para os dias de tédio, fazer aquilo que antes da quarentena, não tínhamos tempo e hoje, tempo é o que não nos falta. Porém, psicologicamente falando, algumas pessoas não estão com ânimo para fazer estas tarefas, pois, muitas vezes não existe concentração para tais afazeres agora também.
Precisamos neste momento, parar de ficar bitolados nas notícias sobre o vírus (e observem, que é um jornalista quem está aconselhando), pois, com acúmulo dos fatos, a tendência é só nos angustiarmos ainda mais e, angustiados ou não, os dias irão passar na mesma medida e da mesma maneira, até que esta pandemia termine e o vírus seja eliminado de vez... Se é, que no futuro (mesmo com a chegada das vacinas), não tenhamos de aprender a conviver com ele?