“Cora Coralina... Cora Coisa Linda”

“Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas” (20 de agosto de 1889 - 10 de abril de 1985), qual eu denomino carinhosamente de: “Cora Coisa Linda”, foi uma grande doceira, escritora, poeta e contista brasileira, que adotou o pseudônimo “Cora Coralina” (já idosa), para editar os seus escritos, que só conseguiu ver se transformar em livros, durante os últimos 20 anos da sua vida. 

   

“Cora Coisa Linda”, foi uma mulher doce (como eram doces também os seus saborosos quitutes), viu o seu primeiro livro ser publicado em junho de (1965) - “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais”, quando já tinha mais de 75 anos de idade, apesar de escrever seus versos desde a adolescência, quando a jovem “Aninha”, ganhava seus “trocados”, vendendo brigadeiros na Escola, pois, a menina sempre independente, queria poder comprar ela mesma os seus diários (encadernados de tecido e com cadeados), para escrever seus versos, qual ficaram guardados durante décadas, dentro de seu recato.

   

Mulher simples, (como citei), era doceira por vocação e profissão, tendo vivido parte da vida, longe dos grandes centros urbanos, alheia aos modismos literários e tecnológicos, mesmo assim, produziu uma obra poética rica nos detalhes do cotidiana, em particular, dos becos e ruas históricas de “Goiás Velho - GO”.

   

“Cora Coralina”, era filha de “Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto”, desembargador nomeado por “D. Pedro II” (2 de dezembro de 1825 - 5 de dezembro de 1891), em (24 de novembro de 1888), e de “Jacyntha Luiza do Couto Brandão” (mulher que “Cora” definia como simplória para o Mundo, mas, fundamental em sua vida).

    

A pequena “Ana”, nasceu e foi criada às margens do “Rio Vermelho - GO”, residindo por anos com seus pais, em uma casa antiga (“casa da ponte”). Estima-se que esta casa foi construída em meados do século XVIII, tendo sido uma das primeiras edificações da antiga “Vila Boa”. 

   

“Aninha” Começou a escrever os seus primeiros versos e textos, aos 14 anos, publicando-os posteriormente em jornais da cidade de “Goiânia - GO” e de outras cidades da região, como o semanário “Folha do Sul”, de “Bela Vista”, entre outros periódicos. Até numa revista do “Rio de Janeiro”, viu uma crônica sua ser publicada, em (15 de julho de 1917). 

  

Apesar da pouca escolaridade, enquanto estudou, sempre foi boa aluna, na “Escola Mestre Silvina Ermelinda Xavier de Brito”, onde cursou somente as quatro séries primárias.

   

Quando viu sua primeira crônica publicada, “Cora Coralina” começou a frequentar as “Tertúlias do Clube Literário Goiano”, onde lançou o poema evocativo “Velho Sobrado”, começando também a redigir textos e versos, para o jornal literário “A Rosa” (1907). Publicou em (1910), o conto “Tragédia na Roça”.

   

Em (1911), foi para o estado de “São Paulo”, casada com o advogado “Cantídio Tolentino de Figueiredo Bretas” (1859 - 1934), que exercia o cargo de “Secretário da Segurança”, do governo do presidente “Urbano Coelho de Gouvêa” (8 de julho de 1852 - 17 de fevereiro de 1925).

  

“Cora e Cantídio” viveram inicialmente no município de “Jaboticabal”, onde nasceram seus seis filhos: “Paraguaçu, Enéas, Cantídio, Jacyntha, Ísis e Vicência”. “Ísis e Enéas” morreram logo depois do parto. Em (1924). O casal  se mudou para à capital paulista, ao chegar lá, tiveram de permanecer algumas semanas trancada num hotel, em frente à “Estação da Luz”, uma vez que os revolucionários de (1924), haviam tomado conta da capital paulista.

    

Com a morte do marido, voltou a fazer doces e passou a vender livros. Posteriormente, mudou-se para “Penápolis”, no interior paulista, onde continuou a produzir e vender doces e linguiça caseira. Mudou-se em seguida para “Andradina”, cidade que atualmente, mantém uma “Casa da Cultura” com seu nome. Após rodar pelo interior de “São Paulo”, em (1956), resolve retornar para sua terra natal, “Goiás”.

   

Quando completou 50 anos, “Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas”, relatou ter passado por uma profunda transformação interior, a qual definiria mais tarde como: “A perda do medo”. Nesta fase, deixou de atender pelo nome de batismo, assumindo o pseudônimo que escolhera para si, muitos anos atrás. Durante estes anos, “Cora Coralina” não deixou de escrever poemas relacionados com a sua história pessoal, com a cidade em que nascera e com ambiente em que fora criada. Ela chegou ainda a gravar de própria voz, um “Disco - LP”, declamando algumas de suas poesias, lançado pela gravadora “Paulinas Comep” - este disco pode ser encontrado hoje, em “CD”.

   

Senhora de poderosas palavras, “Cora Coralina” (quando ainda era “Aninha”), escrevia com simplicidade em seu desconhecimento, acerca das regras da gramática e pontuação, contribuindo assim, para que sua produção artística priorizasse a mensagem, ao invés da forma de escrita. Certa vez, “Cora Coralina” disse em uma entrevista, que ela se valia da licença poética em sua maneira de escrever, mesmo sem saber o quê significava licença poética.

   

Preocupada em entender o Mundo no qual estava inserida, e ainda compreender o real papel que deveria representar, “Aninha” parte em busca de respostas no seu cotidiano, vivendo cada minuto na complexa atmosfera da cidade de “Goiás”, que permitiu a ela, a descoberta de como a simplicidade pode ser o melhor caminho para atingir a mais alta riqueza de espírito.

    

Em (1978), quando saiu a segunda edição, de “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais” (composta e impressa pelas “Oficinas Gráficas da Universidade Federal de Goiás”), esta obra acabou sendo saudada por ninguém menos que “Carlos Drummond de Andrade” (31 de outubro de 1902 - 17 de agosto de 1987), no “JB - Jornal do Brasil”, em (27 de dezembro de 1980), quando a poeta, já era conhecida como “Cora Coralina”, uma mulher idosa, mas, que ganhou a atenção, passando a ser admirada por todo o “Brasil”. 

   

Após está citação de “Drummond” no “JB”, o poeta mineiro lhe escreveu a seguinte carta, após ler também (os originais), de “Vintém de Cobre - Meias Confissões de Aninha”.

“Minha querida amiga Cora Coralina: Seu Vintém de Cobre é, para mim, moeda de ouro, e de um ouro que não sofre as oscilações do mercado. É poesia das mais diretas e comunicativas que já tenho lido e amado. Que riqueza de experiência humana, que sensibilidade especial e que lirismo identificado com as fontes da vida! Aninha hoje não nos pertence. É patrimônio de nós todos, que nascemos no Brasil e amamos a poesia (...)”.

   

Onze anos depois da primeira edição de “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias - José Olympio Editora”, livro que reúne os poemas que consagraram o estilo da autora e a transformaram em uma das maiores poetas de língua portuguesa do século XX, lançou finalmente “Vintém de Cobre - Meias Confissões de Aninha - Editora Global”, escritos que “Carlos Drummond” enalteceu a qualidade.

   

“Cora Coralina”, recebeu o título de “Doutor Honoris Causa, da UFG”, em (1983). E, logo depois, no mesmo ano, foi eleita intelectual do ano e contemplada com o “Prêmio Juca Pato, da União Brasileira dos Escritores”. 

   

“Cora Coralina” faleceu em “Goiânia”, aos 95 anos, acometida por uma pneumonia. A sua casa (na cidade de “Goiás”), foi transformada num museu em sua homenagem, preservando toda história da vida literária da “doceira poeta”. 

   

“Cora Coisa Linda”, torna-se uma autora canônica, tendo mais obras publicadas postumamente do que em vida. No ano de (2006), recebe “in memoriam”, a condecoração da “Ordem do Mérito Cultural Brasileiro”.

Lista de obras em ordem cronológica:

(1965) “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais” — Poesia; 

(1976) “Meu Livro de Cordel” — Poesia;

(1983) “Vintém de Cobre - Meias confissões de Aninha” — Poesia;

(1985) “Estórias da Casa Velha da Ponte” — Contos.

Lista de obras póstumas em ordem cronológica:

(1986) “Meninos Verdes” — Infantil; 

(1996) “Tesouro da Casa Velha” — Poesia;

(1999) “A Moeda de Ouro que o Pato Engoliu” — Infantil; 

(2001) “Vila Boa de Goiás” — Poesia; 

(2001) “O Prato Azul-Pombinho” — Infantil. 

“Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos
crescer com os toques suaves na alma.” (“Cora Coralina”)

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“A Assembleia dos Ratos”

Das boas fábulas existentes, gosto particularmente desta de “Esopo - do grego, Aesopvs” (620 a.C. - 564 a.C.), qual relata, uma colônia de ratos, que viviam com medo de um enorme gato faminto e mal-encarado. 

Um dia, cansados da perseguição do felino, resolveram bolar um jeito de se esquivar dele, já que se livrar do “gatão” definitivamente (por motivos óbvios), estaria fora de questão, pois, eles eram apenas Camundongos e não cães. 

Foi marcada uma “assembléia dos ratos”, para deliberar um plano de acabar com aquele “bola de pelos de garras afiadas”, em suas vidas. 

Com a rataria toda reunida, muitos palpites foram dados, mas, todos abortados, por serem presságio de tragédia, nas garras do felino. 

Já no fim da “assembléia”, um jovem e esperto roedor, deu uma excelente ideia: bastaria pendurar uma sineta no pescoço do gato, assim, sempre que o bichano estivesse por perto, eles ouviriam o tilintar da sineta e, poderiam fugir. Todos os ratos bateram palmas, pularam em total regozijo... Ou seja, o problema estava resolvido.

No canto da sala, assistindo toda aquela euforia, um velho rato que tinha ficado o tempo todo calado, solta um pigarro (para chamar atenção) e diz, ao ser notado: 

💬 Meus caros, o plano do jovem rato é muito bom, inteligente, ousado e com toda certeza, nossas preocupações chegariam ao fim, se aperfeiçoamos um pequeno detalhe... 

Os demais ratos, muito curiosos, quiseram saber qual seria este “pequeno detalhe?” - e o rato ancião responde: 

💬 Quem será o rato com coragem suficiente, para dependurar a sineta no pescoço do gato?  

Moral da história: Se você quer ter algo não resolvido, convoque uma assembleia, pois, falar até papagaio fala, fazer aquilo que ficou acordado na assembleia, se tornar realidade (como imaginamos e queremos), dependendo das opiniões de várias pessoas, é que são outros quinhentos. Tudo que fazemos em uma assembleia, por muitas vezes, nos deixa iguais as marionetes (termo oriundo da língua francesa: marionnette). Assim sendo: “C'est la fin de la fable”.

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* Arte animada inicial da postagem ®DOUG BLOG: “Garfield” (1978), personagem do cartunista: “Jim Davis” (28 de julho de 1945).

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“80 Vezes Pelé... Indivíduo Competente!”

Como todo bom jornalista que se preza, também “bebi da água do jornalismo esportivo”. Assim, sendo, o ®DOUG BLOG abre um registro diferenciado sobre o aniversário do “Rei do Futebol”, que completará amanhã (23/10), 8 X 10 (número da sua camisa) e agora, dos seus 80 anos de vida.

   

Mas, esta postagem não será uma biografia (uma “radiografia”), sobre “Edson Arantes do Nascimento - Pelé” (23 de outubro de 1940)¹, repetindo assim, tudo que já foi dito sobre ele, sobre suas conquistas pessoais, casamentos, filhos, romances com famosas e amizade com outras celebridades.

  

Não irei falar hoje também, que “Pelé” foi um ator, cantor/compositor, comentarista esportivo e político de qualidade média, um homem comum, após “pendurar as chuteiras”, pois, aqui mesmo no ®DOUG BLOG, já existe outra publicação sobre “Pelé”, narrando suas histórias e trajetória de vida, dentro e fora dos campos de futebol.

  

Porém, precisamos perceber o valor real da nossa gente, dos nossos ícones, dos nossos “heróis”, ainda em vida. Como bem disse “Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim - Tom Jobim” (25 de janeiro de 1927 - 8 de dezembro de 1994): “No Brasil, sucesso é ofensa pessoal!”

   

Em (1987), até o ex-ator de filmes de western e “40.º Presidente dos Estados Unidos -  Ronald Wilson Reagan” (6 de fevereiro de 1911 - 5 de junho de 2004), disse quando recebeu “Pelé na Casa Branca”: “My name is ‘Ronald Reagan’, I'm the ‘President of the United States of America’. But you don't need to introduce yourself, because everyone knows who ‘Pelé’ is! — Meu nome é ‘Ronald Reagan’, sou o ‘Presidente dos Estados Unidos da América’. Mas você não precisa se apresentar, porque todo mundo sabe quem é ‘Pelé’”

Assim sendo, o foco desta postagem não é também o futebol em si, mas sim, colocar em foco este cidadão do Mundo, pois, muitos podem achar o futebol uma bobagem, mas, “Pelé” consegue ser mais conhecido mundialmente, que todos os nomes da nossa literatura juntos e isso, nada tem a ver, com falta de cultura (muito pelo contrário).

    

E mesmo que “Pelé” ande recluso e abatido (em sua casa em “Santos - SP”), muito pela quarentena, mas, também por estar fragilizado, devido a problemas no quadril (que o deixou, momentaneamente em uma cadeira de rodas), mesmo assim, um “Rei nunca perde sua majestade” e isso, até a “Rainha Elizabeth II” (6 de fevereiro de 1952)², percebeu em (1997), quando concedeu a “Pelé”, o título de “Cavaleiro Comandante da Mais Excelente Ordem do Império Britânico” (equivalente ao título de “Sir”), concedido apenas para ilustres nascidos na “Inglaterra”.

    

Eu como bom botafoguense que sou, digo que “Manoel Francisco dos Santos - Mané Garrincha” (28 de outubro de 1933 - 20 de janeiro de 1983), foi o maior jogador de futebol do Mundo (de todos os tempos), pois, “Pelé”, é com toda certeza, um ser de outro Planeta.

   

O número de gols oficiais de “Pelé”, relatados pela “Federação Internacional de Futebol - FIFA”, são: 765 gols em 812 partidas, e no total 1.282/1.283 gols em 1.364/1.365 partidas, estes últimos, são números que incluem gols marcados em amistosos de clubes, como as turnês internacionais, que o jogador realizou com o “Santos e New York Cosmos - EUA” e alguns jogos que disputou, para as equipes das “Forças Armadas Brasileiras e Seleção Brasileiras de Masters”³.

    

Enquanto ainda jogava no Brasil, “Pelé” foi eleito pelo “Guinness World Records”, sendo o jogador com mais gols marcados, no futebol mundial. Nas estatísticas oficiais, a temporada em que “Pelé” mais balançou as redes pelo “Santos”, foi em (1958), quando marcou 66 vezes. O alemão Gerhard Gerd Müller” (3 de novembro de 1945), quebrou seu recorde na temporada (1972/1973), com apenas, um mísero golzinho a mais (jogando pelo “Bayern de Munique - Alemanha”). O recorde atual de mais gols em uma competição (por uma equipe), pertence ao argentino “Lionel Andrés Messi Cuccittini” (24 de junho de 1987), que marcou 72 vezes na temporada (2011/2012), atuando pelo “Barcelona - Espanha”.

   

Como diria um dos maiores locutores esportivos de todos os tempos, “Waldir Amaral” (17 de outubro de 1926 - 7 de outubro de 1997), que narrou o milésimo gol do “rei do futebol”, numa cobrança de pênalti, na noite de (19 de novembro de 1969), em partida entre “Vasco e Santos, no Estádio do Maracanã - RJ”: “O visual é bom, Pelé tem bala na agulha. Indivíduo competente, ‘Deeeeez’, é a camisa dele... Mil vezes Pelé!”

   

“Pelé” ainda é o maior artilheiro da “seleção canarinho” com 77 gols marcados em 92 jogos oficiais. Além disso, mandou a bola “dentro do barbante”, 18 vezes, em 22 jogos amistosos (partidas não oficiais). Isso soma um total de 114 jogos e 95 gols contabilizados. Dos gols oficiais, 12 deles foram feitos, nas 14 partidas de “Copas do Mundo” que atuou. 

    

“Pelé” compartilha com os alemães “Uwe Seeler” (5 de novembro de 1936) e “Miroslav Josef Klose”(9 de junho de 1978) e com o português “Cristiano Ronaldo dos Santos Aveiro” (5 de fevereiro de 1985), a conquista de serem os únicos jogadores a marcar gols, em quatro torneios (distintos), da “Copa do Mundo”, mas, entre eles, só “Pelé” foi campeão três vezes deste campeonato de seleções.

    

Existem dois fatos peculiares na história de Pelé. Um que relata que ele é mesmo muito conhecido, ao ponto de salvar vidas. O outro é premonitório, na vida do “pequeno Edson”. Vamos ao primeiro fato:

    

Em suas andanças pelo Mundo, o fotógrafo brasileiro “Sebastião Ribeiro Salgado Júnior” (8 de fevereiro de 1944), teve em maio de (1994), um perigo eminente em sua vida, quando esteve fotografando em “Ruanda - África Oriental”, pois, lá na época, estava sendo travada um batalha sanguinária (entre as tribos “Tutsis e Hutus”). E “Sebastião Salgado” relata: 

💬 “Fui para a Tanzânia - África Orienta e contratei um Tutsi, que falava francês. O plano era voltar até Ruanda. Depois de muito andar, chegamos a um rio por onde os Tutsis estavam fugindo para a Tanzânia. Havia uma quantidade de mortos descendo o rio... Tinha uma queda-d'água um pouco acima e eu contei, em meia hora, 29 corpos caindo. O barquinho que trazia os fugitivos, voltava vazio e eu fui perguntar ao pessoal se podia ir nele até Ruanda. De repente, tinha umas dez pessoas fortemente armadas, em volta de mim. Olho para o meu intérprete e ele estava pálido, estava cinza... O que está acontecendo?, perguntei...” 

💬 “Eles vão matar a gente. Acham que você, está querendo passar para o outro lado, que é amigo dos Hutus. E estão desconfiados de que você veio da França.” - os franceses eram aliados dos “Hutus” naquele conflito). 

💬 “De jeito nenhum, eu venho do Brasil!” - e já meio desesperado, mostra o “Passaporte” - falando em francês, enquanto o guia ia traduzindo para os guerrilheiros. 

💬 “Fala para eles que eu sou do País do Pelé...” - dito o nome de “Pelé” (sem precisar da tradução do interprete), a situação toda mudou de figura, os guerrilheiros sorriam e atiravam para o alto e em seguida, todos abraçaram “Sebastião Salgado”, deixando ele e o interprete seguir viagem). 

💬 “O Pelé é realmente conhecidíssimo e de certa forma, salvou a minha vida.” - finalizou o fotógrafo.

   

O segundo fato (este premonitório e de amor), aconteceu na “Copa do Mundo” de (1950), quando o “pequeno Edson”, viu seu pai “João Ramos do Nascimento - Seu Dondinho” (2 de outubro de 1917 - 16 de novembro de 1996), chorando junto dos amigos, porque, o “Brasil” havia perdido a final para o Uruguai (por dois a um)... E o pior, de virada (com o “Maracanã” lotado de brasileiros, também em prantos): 

💬 “Meu pai jogava no Noroeste, de Baru - time pequeno do interior de “São Paulo” - e vi ele com os amigos dele chorando em volta do rádio - naquela época não tinha televisão - porque o Brasil havia perdido a Copa. Eu era garotinho e prometi ao meu pai, que um dia jogaria futebol e que ganharia a Copa para o Brasil”. 

Oito anos depois (aos 17 anos), “Pelé” cumpriria a promessa feita ao seu pai, levaria o “Brasil” rumo ao seu primeiro título, no “Mundial da Suécia” (1958), marcando 6 gols (todos, escutados por “Seu Dondinho”, em seu velho rádio).

   

“Pelé” encerraria sua carreira, com três títulos de “Copas do Mundo” (das quatro que disputou). Além de (1958), venceria mais duas vezes: (1962), quando sofreu um estiramento na virilha, ao chutar ao gol (de perna esquerda), na segunda partida (um melancólico zero a zero, contra a antiga “Tchecoslováquia”), uma contusão que doeu em toda a nação brasileira; mesmo assim, “Pelé” marcou um gol, na estréia da “Copa do Chile”. Em (1970), no “México”, na melhor seleção brasileira de todos os tempos, marcou quatro vezes. Em (1966), “Copa” que fez o sonho do “tri” se transformar em vexame histórico (na Inglaterra), “Pelé” fez o seu gol de honra.

    

Para encerrar este texto, sobre o “artilheiro dos (mais de) mil gols marcados”, deixo a palavras com “Carlos Drummond de Andrade” (31 de outubro de 1902 - 17 de agosto de 1987), que disse algo magnífico sobre “Pelé”: “O difícil, o extraordinário, não é fazer mil gols, como Pelé. É fazer um gol como Pelé!”

   

“PARABÉNS PELÉ, nesta data querida, muitas felicidades, por seus 80 anos de vida!”... E, que muitos outros venham pela frente.

°°°

¹ “Pelé” faleceu em: (29 de dezembro de 2022), no “Hospital Albert Einstein, em São Paulo - SP”.

°°°

² A “Rainha Elizabeth II” faleceu em: (8 de setembro de 2022), no “Castelo de Balmoral, na Escócia - Reino Unido”.

°°°

³ “Seleção Brasileiras de Masters”, foi uma iniciativa do falecido locutor esportivo “Luciano do Valle Queiroz” (4 de julho de 1947 - 19 de abril de 2014), que promovia nos anos (1980), jogos, com craques do passado em torneios internacionais.

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“Errar Não é Humano... Depende de Quem Erra!”

Dia (15 de outubro), foi “Dia do Mestre/Professor”, aqui no nosso “Brasil Varonil”, com esta “cultura incivilizada” que está ferida, sangra mas, não morre.

   

Assim sendo, festejando este nosso novo modelo “híbrido” de ensino, com quase 100% de professores e alunos interagindo em videoaulas, vamos seguir nesta postagem do ®DOUG BLOG que (👇abaixo), revelará “pérolas” dos nossos queridos educandos.

   

O escritor “Zig Ziglar” (6 de novembro de 1926 - 28 de novembro de 2012), que se considerava um perfeccionista por natureza, disse certa vez: “Você não tem que ser grande para começar, mas você tem que começar, para ser grande!”

   

Porém, eu creio que só se torna grande, quem erra e reconhece os seus erros. Tudo bem, ninguém gosta de errar (mesmo sabendo que errar é humano), até porque, quem gosta de comprovar sua natureza humana? 

  

Assim sendo, é evidente que erramos e erramos muito! Erramos na pontuação, na conjugação dos verbos, na concordância (e daí que você seja um educador?) - Mestres/Professores também são humanos e erram, apesar de muitas vezes, serem tratados como “feras”, como qualquer animal bravio (como se fossem inimigos dos alunos). Mesmo assim, todos iremos vez por outra, errar, é inevitável. Então, Mestres/Professores, não são pessoas cruéis, com uma caneta vermelha em punho... Muito pelo contrário, devemos aos profissionais da educação, até mesmo o primordial ato de podermos nos alfabetizar.

   

É lógico, devemos nos policiar para evitar erros crassos, principalmente os erros de concordância estabelecida entre o sujeito e o verbo. Porém, nos erros de conduta moral, para estes, nunca existirá didática suficiente, que vá fazer alguém adquirir uma forma correta. Mas, em educação, o “menos correto” não existe... Erro é sempre erro a ser corrigido. 

   

Indo na contramão de tudo isso, vou fazer um adendo musical, citando este cara que eu acho um ícone da música brasileira e quiçá do Mundo? - “Renato Manfredini Júnior - Renato Russo” (27 de março de 1960 - 11 de outubro de 1996), que no refrão da música: “Múmias” (1985), diz: ♫...Errar não é humano ♪ Depende de quem erra ♪ Esperamos pela vida ♪ Vivendo só de guerra...♫ 

   

E as “guerras” pela cultura, são travadas dia a dia, de maneira heroica, por nossos educadores, que munidos de giz e não de espadas, ainda tentam insistentemente, desenvolver uma educação de excelência, mesmo diante deste vazio primordial de caráter, reflexo das esdrúxulas políticas estudantis, que ao invés de ajudar, atrapalham os docentes no ato de educar.

°°°

* Arte animação Inicial ®DOUG BLOG, “Mafalda” (1964), personagem do cartunista: “Quino” (17 de julho de 1932 - 30 de setembro de 2020).

PERGUNTA: Explique, por palavras suas, o que é o Cristianismo.
RESPOSTA: O Cristianismo é uma religião de fãs do
Cristiano Ronaldo que no século XXI conta com mais de
6 bilhões de fiéis. É por isso, a maior religião do mundo.

PERGUNTA: Faça uma redação de no mínimo 200 palavras.
RESPOSTA: 💋 Um beijo vale mais que mil palavras!

PERGUNTA: O que são os Comensais? 
RESPOSTA: São grupos de feiticeiros liderados pelo Voldemort
pra derrotar o Harry. Mas o certo é Comensais da morte.

PERGUNTA: Ordene a sequência da passagem do ar pelo 

sistema respiratórios: laringe, cavidades nasais, faringe,  alvéolos, 

traqueia. brônquios. Depois indique qual deles é comum ao sistema 

digestivo e respiratório e onde ocorre a hematose. (2.0)

RESPOSTA: JESUS - Por que Jesus é a resposta pra tudo. 😂

* Nota do Professor: Então vou orar pra ele te passar de ano!!

PERGUNTA: Onde fica o Egito?
RESPOSTA: Na Grécia Antiga
* Nota do Professor: SANTO CRISTO

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“Menino do Rio e o Sol de Maçarico”

Meus amigos e amigas do ®DOUG BLOG, mas, que calor é este que está fazendo? A Primavera veio visitar o “Rio” e trouxe seu maçarico, com o bico aberto ao máximo! 

   

Assim sendo, o “Rio de Janeiro continua lindo... O Rio de Janeiro continua quente!”  

   

Aqui no “Rio”, temos 5 estações do ano: primavera-verão; outono-verão; inverno-verão; verão-verãozão e sucursal do inferno.

   

No “Rio de Janeiro”, normalmente fritamos ovos no asfalto, tudo temperado com sal da água do mar e óleo de bronzear. Mas, este “calorão primaveril”, está de cozinhar os ovos dentro das galinhas... OREMOS!!!

   

Cariocas e gente que migrou para cá, são curtidos de Sol até na alma e, sem direito ao “chove e não molha”, porque, no “Rio” é assim, quando chove, sai de baixo, a cidade enche e transborda!

   

Ou seja, no “Rio de Janeiro” não existe meio-termo, quando faz Sol, faz Sol demais; quando chove, chove demais. Fora outros “DEMAIS” que a cidade possui: milicianos demais, políticos corruptos demais, criminalidade demais (que somando tudo, acaba sendo a mesma coisa).

    

Tem uma frase minha que diz: 

“Quem reside no Rio de Janeiro, possui o seu Sol particular!”  

Aqui é mesmo ♫Rio 40°♪Cidade maravilha♪Purgatório da beleza e do caos♫¹... Onde existem belezas mil e um Sol para cada habitante. 

    

Mas, mesmo assim, fervendo mais que antiácido em um copo d'água gelada, fritando igual aos “bolinhos de chuva” na gordura quente, eu continuo sendo o “Menino do Rio”, pois, o “Rio de Janeiro”, é e sempre será, o meu lugar no Mundo, mesmo nos momentos profissionais que me afastam da ♫Cidade Maravilhosa, cheia de encantos mil...♫² - com o “Cristo Redentor” de braços abertos a nos abençoar, nos livrando destes “bandalha”, que não são dignos sequer de chegar perto do nosso Paraíso na Terra.

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¹ “Rio 40 Graus” (1992), é uma composição de: “Fernanda Sampaio de Lacerda Abreu” (8 de setembro de 1961).

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¹ “Cidade Maravilhosa” (1934), é uma composição de: “Antônio André de Sá Filho - André Filho” (21 de março de 1906 - 2 de julho de 1974).

Cena do filme: “Home Alone - Esqueceram de Mim” (1990).

“Menino do Rio” (1979)

♫Menino do Rio

Calor que provoca arrepio

Dragão tatuado no braço

Calção, corpo aberto no espaço

Coração 

De eterno flerte, adoro ver-te

Menino vadio

Tensão flutuante do Rio

Eu canto para Deus proteger-te.

Menino do Rio

Calor que provoca arrepio

Dragão tatuado no braço

Calção corpo aberto no espaço

Coração 

De eterno flerte, adoro ver-te

Menino vadio

Tensão flutuante do Rio

Eu canto para Deus proteger-te.

O Havaí, seja aqui, o que tu sonhares

Todos os lugares

As ondas dos mares

Pois quando eu te vejo

Eu desejo o teu desejo...

Menino do Rio

Calor que provoca arrepio

Toma esta canção como um beijo.

Menino do Rio

Calor que provoca arrepio

Dragão tatuado no braço

Calção, corpo aberto no espaço

Coração 

De eterno flerte, adoro ver-te

Menino vadio

Tensão flutuante do Rio

Eu canto para Deus proteger-te.

Menino do Rio

Calor que provoca arrepio

Dragão tatuado no braço

Calção corpo aberto no espaço

Coração 

De eterno flerte, adoro ver-te

Menino vadio

Tensão flutuante do Rio

Eu canto para Deus proteger-te.

O Havaí, seja aqui, tudo que tu sonhares

Todos os lugares

As ondas dos mares

Pois quando eu te vejo

Eu desejo o teu desejo...

Menino do Rio

Calor que provoca arrepio

Toma esta canção como um beijo.

Menino do Rio

Calor que provoca arrepio

Dragão tatuado no braço

Calção, corpo aberto no espaço

Coração 

De eterno flerte, adoro ver-te

Menino vadio

Tensão flutuante do Rio

Eu canto para Deus proteger-te.

Menino do Rio

Calor que provoca arrepio

Dragão tatuado no braço

Calção corpo aberto no espaço

Coração 

De eterno flerte, adoro ver-te

Menino vadio

Tensão flutuante do Rio

Eu canto para Deus proteger-te.

O Havaí, seja aqui, o que sonhares

Todos os lugares

As ondas dos mares

Pois quando eu te vejo

Eu desejo o teu desejo...

Menino do Rio

Calor que provoca arrepio

Toma esta canção como um beijo.♫

°°°

* “Menino do Rio”, é uma canção de: “Caetano Veloso” (7 de agosto de 1942), cantada neste show, ao lado de: “Baby do Brasil” (18 de julho de 1952).

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“Dona Gertrudes”

“Dona Gertrudes” quando era jovem, vivia rodeada de parentes e amigos. Um dia conheceu “Polkas”, um migrante polonês, que fugia com a família para o “Brasil”, se livrando da “Segunda Guerra Mundial” e dos horrores do “Holocausto”.

   

“Dona Gertrudes” mesmo com diferenças gritantes de cultura e idioma, acabou casando-se, com “Polkas”, com quem teve quatro filhos, três rapazes (sendo, dois gêmeos) e uma menina, hoje todos casados. É avó de 6 netos e já tem uma bisnetinha também (filha de seu primogênito). 

    

“Dona Gertrudes” (hoje com 86 anos), após o casamento de sua filha caçula, ficou viúva (na época com 80 anos). Com a morte de “Polkas”, os filhos começaram a espaçar suas idas na casa dos pais, só um dos gêmeos, passava lá toda semana, para levar as compras de supermercado e farmácia, mas, sempre na correria, não ficava nem para o cafezinho. Com o passar do tempo, os filhos começaram a visitar a mãe, só nas datas comemorativas: aniversário, “Dia das Mães e Natal”.

   

“Dona Gertrudes” assiste TV todos os dias, muito por gostar de novelas, mas, também, para ter a sensação de estar acompanhada em casa. Os telejornais antes das novelas, trazem 90% de notícias trágicas, que por tabela, fazem parte da rotina de “Dona Gertrudes”: TERRORISTAS EXPLODEM TORRES GÊMEAS... CAIU O AVIÃO DO TIME DA... MORREU O CANTOR... CRIANÇA DESPENCA DO 10° ANDAR DO PRÉDIO...  POLÍTICOS ESCONDEM DINHEIRO ATÉ NAS CUECAS... POLICIAIS ESPANCAM JOVENS EM COMUNIDADE...  Mas, no começo de março deste ano, ao ligar a TV, “Dona Gertrudes” escuta em todos os canais: PANDEMIA... QUARENTENA... “LOCKDOWN”... O telefone toca (o de “Dona Gertrudes” ainda é fixo), do outro lado da linha, a filha desesperada,por conta da novidade pandêmica, diz para sua mãe, que não poderá ir visitá-la tão cedo (mas, ela estava visitando antes?) - e assim, também sucedeu com mais dois filhos... O outro, continuou indo levar as compras, mas agora, mascarado, nem subir, sobe mais ao apartamento da mãe, colocando todas sacolinhas no elevador e depois, vai embora, sem ao menos (mesmo de longe), dar um aceno de tchau com as mãos para ela.

   

Certa manhã, ainda no início da pandemia, “Dona Gertrudes” abre as amplas janelas da sala de seu apartamento e, não escuta viva alma, nem o piar dos pássaros, latidos de cães, miados dos gatos da vizinhança ou o movimento e buzinas de carros. E inexplicavelmente, “Dona Gertrudes” suspira profundamente, com um riso sarcástico no canto da boca, sente-se vingada e aliviada, pois, finalmente o Mundo todo estava compartilhando com ela, aquela sensação de vazio qual sentia faz tempo, todos os dias, desde que o esposo “Polkas” faleceu.

Arte ®DOUG BLOG, baseada na personagem: “Bizantina Escatamáquia Pinto,
a Velha Surda” (1956), do programa humorístico de TV: “Praça da Alegria”.