Eu moro em um dos “cartões postais pandêmicos” do Mundo contemporâneo (o meu belo e descuidado e desprotegido), “Rio de Janeiro” dos 40°; Terra dos Carnavais de outrora - ♫Allah-lá-ô, ô ô ô ô ô ô. Mas que calor, ô ô ô ô ô ô...♫¹; dos desfiles das “Escolas de Samba, na Sapucaí” e hoje, deste triste “baile de máscaras” distópico, em que nós cariocas e todos os outros que residem no “Rio”, estamos vivendo.
Assim sendo, diante deste quadro pandêmico de Mundo, eu realmente acredito que as máscaras irão fazer parte das nossas vidas (do nosso vestuário por um bom tempo), do mesmo jeito, que um dia o pincenê evoluiu para os óculos. Mas, bom seria, se fossem as máscaras dos carnavais de outrora, de “Pierrot e Colombina”, por exemplo... E não, estas que utilizamos hoje, no combate à “COVID-19”.
Muito tem sido falado e escrito sobre a identidade do “Novo Normal”. Mas, como poderemos definir o conceito de normalidade, diante de um quadro tão grave de anormalidade, que o Mundo inteiro ainda passa?
A vida de antes, esqueçam, já era! E querer levantar hoje um parâmetro, querer inventar uma fórmula de normalidade, tentar traçar um comparativo com o padrão estabelecido anterior do “Brasil” de (17 de março de 2020), sendo um novo conceito de vida de todos, não fará o menor sentido. Hoje nada nos garante um futuro melhor, só a sobrevivência (e proteção aqueles que fazem parte do todo), pois, é como se diz: “A esperança é a última que morre”... E que não morra da “COVID-19”.
O “Novo Normal” eu repito, em nada nos garante um futuro melhor. O ainda hoje “Antigo Anormal”, nos mostra uma população sem noção, pois, não tenho visto zelo vindo de certas pessoas, diante do quadro muito preocupante de saúde global que vivemos. O simples ato de descartar máscaras usadas em vias públicas, já é um desrespeito ao outro, derrubando o conceito de empatia (existente somente nos primeiros dias da pandemia).
Como bom aforista que sou e colecionador de frases e citações, eu digo que a expressão: “Novo Normal”, nem foi criada por profissionais da área de saúde, ela foi cunhada pelo empresário egípcio-americano: “Mohamed El-Erian” (19 de agosto de 1958), no ano de (2009), para descrever um cenário pós-crise financeira (bem antes da “COVID-19”). O termo foi adotado por nós jornalistas do Mundo todo, para tentar descrever como será o viver, no “pós-Coronavírus”. Mas, mesmo voltando a um suposto normal, este não será o mesmo normal de antes, pois, o “Novo Normal”, não é necessariamente um “Novo Nós”, pois, o “Novo Normal” para existir, precisará ter muitas coisas que ainda desconhecemos a funcionalidade “do que será que será?”
Agora, só o que nos resta é ter fé, usar máscaras, passar álcool em gel 70° nas mãos, sentir medo, ter incertezas futuras, pois, ter cuidados com a higiene pessoal, eu sempre tive, desde os tempos que o meu avô usava seu pincenê, sentado em sua cadeira de balanço, para ler a revista “O Cruzeiro”².
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* Arte inicial da postagem (“de pincenê”): “Anton Pavlovitch Tchekhov” [em russo: “Анто́н Па́влович Че́хов”] — (29 de janeiro de 1860 - 15 de julho de 1904), médico, dramaturgo e escritor russo, considerado um dos maiores contistas de todos os tempos.°°°
¹ Trecho da canção: “Allah-lá-ô” (1941), compositores: “Haroldo Lobo” (22 de julho de 1910 - 20 de julho de 1965) e “Antônio Gabriel Nássara” (11 de novembro de 1910 - 11 de dezembro de 1996).
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² “O Cruzeiro”, foi uma revista semanal ilustrada brasileira, lançada no “Rio de Janeiro”, em (10 de novembro de 1928 - com sua última edição em julho de 1975), editada por: “Diários Associados Assis Chateaubriand” - proprietário: “Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello” (4 de outubro de 1892 - 4 de abril de 1968, São Paulo).
“O Que Será - A Flor da Terra” (1976)
♫ O que será que será?
Que andam suspirando pelas alcovas
Que andam sussurrando em versos e trovas
Que andam combinando no breu das tocas
Que anda nas cabeças, anda nas bocas
Que andam acendendo velas nos becos
Que estão falando alto pelos botecos
Que gritam nos mercados, que com certeza
Está na natureza, será que será?
O que não tem certeza, nem nunca terá
O que não tem conserto, nem nunca terá
O que não tem tamanho.
O que será que será?
Que vive nas idéias desses amantes
Que cantam os poetas mais delirantes
Que juram os profetas embriagados
Que está na romaria dos mutilados
Que está na fantasia dos infelizes
Que está no dia a dia das meretrizes
No plano dos bandidos, dos desvalidos
Em todos os sentidos, será que será?
O que não tem decência, nem nunca terá
O que não tem censura, nem nunca terá
O que não faz sentido.
O que será que será?
Que todos os avisos não vão evitar
Porque todos os risos vão desafiar
Porque todos os sinos irão repicar
Porque todos os hinos irão consagrar
E todos os meninos vão desembestar
E todos os destinos irão se encontrar
E o mesmo Padre Eterno que nunca foi lá
Olhando aquele inferno, vai abençoar
O que não tem governo, nem nunca terá
O que não tem vergonha nem nunca terá
O que não tem juízo. ♫ (2 vezes)
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