“A Festa de Santos Reis”
“Tim Maia” — (1971)
♫ Hoje é o dia de Santos Reis!
Anda meio esquecido,
Mas é o dia da festa de Santos Reis.
Hoje é o dia de Santos Reis!
Anda meio esquecido,
Mas é o dia da festa de Santos Reis.
Eles chegam tocando sanfona e violão,
Os pandeiros de fita carregam sempre na mão,
Eles vão levando, levando o que podem...
Hoje é o dia de Santos Reis!
Hoje é o dia...
Hoje é o dia de Santos Reis!
É o dia da festa...♫
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O nosso bonachão “Tim Maia” (28 de setembro de 1942 - 15 de março de 1998), sempre foi assim, ou chegava adiantado ou não ia fazer os os shows agendados.
Assim sendo, “O Dia de Santos Reis”, é na realidade amanhã (6 de janeiro), data que devemos retirar os enfeites das árvores e da casa, dia de desligar os “pisca-pisca de Natal” e desmontar os presépios (é óbvio, para quem mantém em suas vidas, estas tradições natalinas).
Por falar em tradições, esta tradição que nomeou os “Reis Magos” (em grego: μάγοι), como: “Baltazar, Melchior e Gaspar” (que segundo revela a Bíblia), ofereceram três presentes ao “menino Jesus”: ouro, incenso e mirra¹, exerce um significado simbólico e ao mesmo tempo espiritual (justamente pela visitação dos magos), ser um resumo do sentimento da fé cristã no nascimento de “Jesus”, embora existam outras especulações a respeito do significado das dádivas ofertadas pelos “Santos Reis”.
A tradição de colocar a estrela (ou ponteira), na parte superior da árvore de Natal, simboliza a “Estrela de Belém”, que revelou o nascimento de “Jesus aos Reis Magos” (segundo a tradição cristã). A estrela aparece apenas no “Evangelho de “Mateus” (2: 1-12), no qual, os sábios são orientados a viajar primeiro até “Jerusalém”, onde estava o “Rei Herodes” (73 a.C. - 4 a.C.), depois, chegando enfim em “Belém”, encontrando o “menino Jesus”, salvo da perseguição do “Rei da Judeia” (em árabe: يهودية), que havia ordenado que todos os meninos de até dois anos fossem sacrificados, após receber a notícia de que o Messias teria vindo ao Mundo.
Alguns estudos indicam, que na realidade os “magos” não eram reis, nem eram três. As referências a este episódio no “Evangelho de Mateus”, são muito vagas, não se sabendo ao certo a quantidade de nobres que teriam na ralidade visitado o “menino Jesus”.
Assim sendo, somente nas tradições do período do Natal se fala em três “Reis Magos”, a Bíblia, não utiliza esta tríplice expressão ao falar sobre os viajantes que foram visitar o “menino Jesus”, depois do seu nascimento e, muito menos cita nomes. O que se sabe, é que eram sábios e, que vinham do “Oriente” à procura do menino santo que havia nascido. Mesmo assim, é uma bela narrativa de final de ano, como tudo que existe de lúdico no mês de dezembro, que para muitos, é um mês ímpar, onde existe o encontro do passado e do futuro, no presente, sendo a hora certa das reflexões e dos melhores desejos para o ano que se anuncia.
O “Reisado” é de origem egípcia, considerada uma festividade “profano-religiosa”. No “Egito”, era denominada de: “Festa do Sol Invencível”, comemorada no (6° dia de janeiro). Na Europa foi adotada, inicialmente, pelos romanos em (25 de dezembro), data em que nasceu “Jesus Cristo” (segundo prega o cristianismo). No “Brasil”, a denominação dos festejos, leva os nomes: “Folia de Reis, Companhia de Reis, Reisado ou Festa de Santos Reis”. Em “Portugal” diz-se: “Reisada ou Reiseiros”, uma manifestação Católica, cultural e festiva, classificada sobretudo como manifestação folclórica, comemorativa da festa religiosa da “Epifania do Senhor ou Teofonia”², que se caracteriza por celebrar a adoração dos “Reis Magos” ao nascimento de “Jesus de Nazaré”.
Muitas vezes se confunde a “Congada ou Congado”, com a “Folia de Reis”. A “Congada” acontece após o Natal, entre os dias (26 a 30 de dezembro), sendo uma manifestação cultural e religiosa afro-brasileira, um folguedo muito antigo, que homenageia os ancestrais, em um bailado dramático com canto e música (“Moçambique”), que recria a coroação do “Rei do Congo”³, não havendo relação alguma com a visita dos “Reis Magos ao menino Jesus”.
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¹ Na antiguidade, o ouro era ofertado aos reis, representando prosperidade; o olíbano (incenso), para os sacerdotes, exercia a representatividade da espiritualidade; a mirra, para os profetas, era usada para embalsamar corpos e, diante de todo um simbolismo, representava a imortalidade.
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² “Teofania”, é um conceito de cunho teológico que significa: manifestação de Deus em algum lugar, coisa ou pessoa. Tem sua etimologia enraizada na língua grega: “theophaneia ou theophania”. Este termo é uma palavra composta por dois vocábulos, também gregos: “Theos” (Deus) e “Phanei” (Aparecer).
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³ O primeiro “Rei do Congo” foi: “Ntinu Wene” (no século XIII).