Parafraseando o genial “Carlos Drummond de Andrade” (31 de outubro de 1902 - 17 de agosto de 1987), eu pergunto: “E agora José?... Tiraram o acento da PLATEIA, será que o respeitável público terá de assistir ao espetáculo de pé?”
E a CRASE então? Muitos “salpicam” elas nos textos, sem muita convicção. Mas, vocês sabiam que a crase nem é considerada um acento? Crase, é a contração de dois “aa”, é a fusão de duas vogais iguais. O sinal que indica a crase todos conhecem:(`) e significa: (a + a = à). Para comprovarmos a crase, o melhor estratagema é substituir o substantivo feminino por um masculino.
A crase ocorre se o “à” se transformar em “AO”. Exemplo: “Ele fez referência às que saíram”. (= aos que saíram). Mas, observem a diferença: “Não reconheci as que saíram”. (= os que saíram), pois, esta dica não se aplica no caso dos pronomes: aquele(s), aquela(s) e aquilo.
Entre os muitos idiomas existentes no Mundo (apesar das controvérsias), a língua portuguesa é uma das mais difíceis de aprender. Existem palavras de mais no nosso vocabulário. Mas, é: “DEMAIS”, ou “DE MAIS” que se escreve? As duas formas existem e estão corretas. “DEMAIS” (junto), é uma locução adverbial que indica algo em excesso; além da conta; além da justa medida. Demasiadamente, de maneira muito forte. Exemplo: “O trabalho do aluno agradou demais o professor”. Já, “DE MAIS” (separado), é uma locução adverbial que indica uma noção de quantidade, nesse caso, de maior quantidade. Exemplo: “Ela está assustada de mais”. “DE MAIS”, é o contrário da locução adverbial: “DE MENOS”.
A verdade é, que nem só de palavras similares e da crase que padecem os que erram. E nem sempre quem pronuncia bem os vocábulos da nossa língua, se garante na possibilidade de conseguir uma boa escrita. Sim, pois, muita gente nem percebe, mas, erra constantemente no “quesito” pontuação em seus textos. É óbvio que estou falando em textos escritos no papel, em redações, em provas, documentos, e-mails, etc... - pois, nas “Redes Sociais”, os idiomas foram “linchados até à morte” faz tempo, porque, o “dialeto” criado na Web, é algo particular dos internautas e é incompreensível por vezes, até entre eles.
Mas, errar na pontuação, não é só árdua tarefa dos alunos, pois, não é incomum verificarmos até professores da língua portuguesa e hoje em dia, até o próprio “Ministro da Educação do Brasil - Abraham Weintraub” (11 de outubro de 1971), que além de muitos erros de pontuação, escreveu dia desses de modo “impressionantemente” errado (em um ofício), palavras comuns, com erros crassos de português: (“imprecionante”), foi escrito com (“C”) e “paralisação”, ele escreveu 2 vezes com (“Z”), (“paralização”). O nobre “Ministro da Deseducação do Brasil”, parece ser desconhecedor de certas regras básicas do nosso idioma e assim, se valeu do lema: “errar é humano”, ao se desculpar informalmente via “tuíte”. Mas, é como eu sempre digo: Se errar é humano, acertar é igualmente humano também. Assim sendo, é melhor tentarmos acertar mais do que errar. Até porque, quem gosta de comprovar a sua natureza humana? - principalmente se os erros partirem dos que representam o país (nos órgãos federais), que deveriam ter funcionários detentores de bastante educação, mas, pelo visto, não praticam nem mesmo cultura.
A taxa de analfabetismo mais recente no “Brasil”, foi divulgada pelo “IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística”, em junho de (2019), tendo o país cerca de: 11,3 milhões de pessoas com mais de 15 anos, sem o mínimo de instrução básica (6,8% de analfabetismo), a mesma média de (2018), um índice melhor que no ano de (2016), 7,2%; e de (2017), 7,0%; porém abaixo do índice de (2015), 6,5%.
Assim sendo, na tentativa de ajudar a compreender melhor a pontuação (um dos principais dilemas de quase todos, sejam alfabetizados ou não?) - eu criei 4 cartas escritas pelo galanteador “Don Juan”, personagem que pego emprestado, da obra homônima de: “Tirso de Molina” (24 de março de 1579 - 12 de março de 1648), para ser também o protagonista da minha história, onde “Don Juan” tenta conquistar 3 jovens, se valendo da escrita contida nas missivas, onde ele modifica somente a pontuação do texto, o que faz as mesmas rumarem todas num sentido totalmente diferente.
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CARTA 1 – (Para Daniela)... “Se obedecer à razão, digo que amo Daniela. Não a Ana Paula, cuja bondade ser humano não teria. Não aspiro à mão de Gabriela que não é linda donzela.”
O texto da carta não ficou nenhum primor, nem tem muita poesia, mas, “Daniela” gostou bastante. Apaixonou-se também por “Don Juan”, que muito volúvel, logo se esqueceu dela e começou a se engraçar por uma tal de “Ana Paula”, para quem escreveu a segunda carta:
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CARTA 2 – (Para Ana Paula)... “Se obedecer à razão, digo que amo Daniela? Não! A Ana Paula cuja bondade ser humano não teria. Não aspiro à mão de Gabriela que não é linda donzela.”
E com essa carta tudo se repetiu... “Ana Paula” se apaixonou fervorosamente, mas, depois de algum tempo, “Don Juan” esqueceu dela também e passou a interessar-se por uma “moça feiinha”... Como ele diz: “uma donzela não muito bela”, de nome “Gabriela”. E como não poderia deixar de ser, enviou-lhe a mesma carta com a seguinte pontuação em seu texto:
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CARTA 3 – (Para Gabriela)... “Se obedecer à razão, digo que amo Daniela? Não. A Ana Paula cuja bondade ser humano não teria? Não. Aspiro à mão de Gabriela que não é linda donzela!”
Mas, por fim, desiludido do amor, como diria “Cazuza” (4 de abril de 1958 - 7 de julho de 1990), na canção: “Codinome Beija-Flor” (1985), ♫...Que só eu que podia, dentro da tua orelha fria, dizer segredos de liquidificador...♫ - “Don Juan” então modificou pela última vez o texto de sua carta, e publicou aqui no ®DOUG BLOG, para que todas as três ex-namoradas pudessem ler o seu descontentamento.
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CARTA 4 – (Para ®DOUG BLOG)... “Se obedecer à razão, digo que amo Daniela? Não! A Ana Paula cuja bondade ser humano não teria? Não! Aspiro à mão de Gabriela? Que!? Não é linda donzela!”
E ponto final.
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