“Vaca Profana”

Meus amigos e amigas do ®DOUG BLOG, outro dia redigindo uma matéria esportiva, recebi a seguinte informação: Vaca cai do cavalo! - eu  logo imaginei uma grande vaca malhada com suas tetas rosadas balançando ao vento, montada num bonito cavalo baio. Mas, ao ler a informação toda, quanta decepção, era apenas o relato de um jóquei equatoriano de sobrenome Vaca, que havia caído de seu cavalo, em um páreo de turfe na capital do “Equador, Quito”. 

Pesquisando depois este curioso e rural sobrenome, verifiquei que além do “Equador”, ele é muito comum em países como: “Argentina, Espanha, México, EUA e Cuba”.

A etimologia da palavra vaca deriva do latim “vacca”, que significa: fêmea do boi e/ou touro. Mas, em assuntos familiares, passa longe deste significado, pois, é bastante ofensivo chamar uma mulher de vaca, por exemplo, a menos que você tenha nascido na Índia, onde as vacas não são profanas, mas sim, sagradas. Um animal que, para os indianos, prega o altruísmo e a não violência.

 

Na tradição da religião “Hindu”, onde os deuses usam os animais como veículo (meio de transporte), sendo o caso da “vaca de Shiva”, conhecida como “Nandi”, que além de carregar “Shiva”, este bovino tem o papel de controlar os impulsos do deus, apontado pela religião como o ente responsável pela renovação.

Já para as citadinas e informatizadas crianças do Mundo contemporâneo, as vacas são vendidas em “caixinhas de 1 litro”, nos supermercados e padarias. 

“Caetano Veloso & Maria Gadú”

“Vaca Profana” (1984)

♫Respeito muito minhas lágrimas

Mas ainda mais minha risada

Escrevo, assim, minhas palavras

Na voz de uma mulher sagrada

Vaca profana, põe teus cornos

Pra fora e acima da manada

Vaca profana, põe teus cornos

Pra fora e acima da manada

Ê, ê, ê, ê, ê

Dona das divinas tetas

Derrama o leite bom na minha cara

E o leite mau na cara dos caretas.

Segue a movida Madrileña

Também te mata Barcelona

Napoli, pino, pi, pau, punks

Picassos movem-se por Londres

Bahia, onipresentemente

Rio e belíssimo horizonte

Bahia, onipresentemente

Rio e belíssimo horizonte

Ê, ê, ê, ê, ê

Vaca de divinas tetas

La leche buena toda en mi garganta

La mala leche para los puretas.

Quero que pinte um amor Bethânia

Stevie Wonder, Andaluz

Como que tive em Tel Aviv

Perto do mar, longe da cruz

Mas em composição cubista

Meu mundo Thelonius Monk’s blues

Mas em composição cubista

Meu mundo Thelonius Monk’s

Ê, ê, ê, ê, ê

Vaca de divinas tetas

Teu bom só para o oco, minha falta

E o resto inunde as almas dos caretas.

Sou tímido espalhafatoso

Torre traçada por Gaudi

São Paulo é como o mundo todo

No mundo, um grande amor perdi

Caretas de Paris, New York

Sem mágoas, estamos aí

Caretas de Paris, e New York

Sem mágoas, estamos aí

Ê, ê, ê, ê, ê

Dona das divinas tetas

Quero o teu o leite todo em minha alma

Nada de leite mal para os caretas.

Mas eu também sei ser careta

De perto, ninguém é normal

Às vezes, segue em linha reta

A vida que é meu bem, meu mal

No mais, as ramblas do planeta

Orchta de chufa, si us plau

No mais, as ramblas do planeta

Orchta de chufa...

Ê, ê, ê, ê, ê

Deusa de assombrosas tetas

Gota de leite bom na minha cara

Chuva do mesmo bom sobre os caretas.♫

°°°

* “Vaca Profana”, é uma composição do músico brasileiro “Caetano Emanuel Viana Teles Veloso” (7 de agosto de 1942), sucesso dos anos (1980), na voz da  cantora brasileira “Maria da Graça Costa Penna Burgos - Gal Costa” (26 de setembro de 1945 - 9 de novembro de 2022). A música foi escrita atendendo a um pedido da própria cantora ao amigo e conterrâneo baiano. Neste vídeo, “Caetano” divide o palco com a cantora brasileira “Mayra Corrêa Aygadoux - Maria Gadú” (4 de dezembro de 1986).