A canção “Sampa” (1978), de: “Caetano Veloso” (7 de agosto de 1942), diz em sua primeira estrofe:
♫ Alguma coisa acontece no meu coração ♪ Que só quando cruza a Ipiranga e Avenida São João ♪ É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi ♪ Da dura poesia concreta de tuas esquinas ♪ Da deselegância discreta de tuas meninas... ♫
Pois é, “tuas meninas” estão cada dia mais discretas... Com longas ruas vazias. Eu não vejo a hora ♫... dos novos baianos passearem novamente na tua garoa... Dos novos baianos te podem curtir numa boa!♫
Sou nascido no “Rio de Janeiro”, morei uns tempos em “SAMPA” (quando lá trabalhei). Sou de família mineira... Como diz “Milton Nascimento” (26 de outubro de 1942) “... Eu sou o Mundo, eu sou Minas Gerais!”
Eu gosto de olhar gente, de andar e estar com gente... Mas, hoje vivemos este “espasmo de vida”... Este epílogo sem fim, de dias de quarentena, esta “distopia cinematográfica”, sem precisar do auxílio luxuoso de “Hollywood”... Parecemos operários em andaimes, olhando lá de cima (as cidades e as pessoas), como se fossem miniaturas.
Conheci tantas lugares (cidades) do “Brasil” e do Mundo, qual, no momento só posso ver (pela tela da TV, laptop, “iPad” ou celular). É desolador ver todas as ruas das urbes do Mundo sempre vazias (ruas quais um dia passei, esbarrando em gente, em muita gente), tudo numa espécie de “vazio absoluto”. Isso me deixam estarrecido, é triste verificar estes monumentos de aço, pedras e luzes, sempre tão vivos, ali perdidos no meio do nada, sem vida. Vidas que se recolhem em suas casas, temerosas do que está acontecendo e, sobre aquilo que ainda está por vir pela frente.
Que Deus cuide de cada um de nós, que por ofício, enfrentamos ruas e avenidas, em todas as cidades do Mundo, nestes tempos da “COVID-19”, na diligência de nossas labutas, para que o resto da população, possa ficar em casa com segurança!
Nós jornalistas, estamos na luta pelas notícias, pelas informações precisas sobre o “Novo Coronavírus” e no combate das “FAKE NEWS”. Assim, juntamente com: médicos e enfermeiros (nos hospitais); paramédicos (nas ambulâncias); cientistas, que pesquisam dia a dia, incansavelmente uma possível (medicação/vacina), para combater este vírus); farmacêuticos; merendeiras (nas escolas públicas), que continuam fazendo o lanche das crianças, mesmo sem alunos nas salas de aula; técnicos de laboratórios; policiais, bombeiros e soldados; metroviários, motoristas e cobradores de ônibus urbanos; taxistas e motoristas de aplicativos; lixeiros (Garis e Margaridas), deixando nossas ruas limpas; eletricitários (mantendo luzes acesas nas casas, nos comércio que ainda podem estar abertos e em vias públicas); frentistas de postos de gasolina; entregadores de gás de cozinha; entregadores de “delivery” (em suas solitárias motos); profissionais do comércio varejista e feirantes; profissionais da industria (nas grandes fábricas); agricultores, (que continuam em suas fazendas e sítios), plantando e colhendo; caminhoneiros (que levam cargas, nas estradas, que hoje mais parecem um exílio), tudo para que não exista desabastecimento no comércio, de produtos e alimentos; bancários e lotéricos... Todos continuamos trabalhando, até que respostas concretas sejam reveladas, sobre como combater esta pandemia e, eliminar esta praga de vírus de vez.
Creio que nossas crianças sejam até menos afetadas com esta quarentena forçada, do que nós adultos, tendo em vista, que elas estão mais acostumadas em ficar dentro das escolas e de suas casas (sempre na companhia da informática). Já nós adultos, é que vamos “pirando” com os dias que passam lentos... Minutos que passam meio sem vida, no “conta-gotas”. Acho que muitos adultos “perderam a mão”, no convívio com seus filhos dentro de casa o dia inteiro, muitos perderam o jeito de lidar com todos em casa, juntos por tanto tempo.
Veja que trágico, foi preciso uma pandemia para unir nossas famílias outra vez e desunir também, pois, quem reside na mesma casa, vive junto, parentes que não vivem, não mais se visitam, devido a quarentena obrigatória. Eu olho para trás e, sou grato por ter convivido com meus pais, com minha mulher e com minha avó de maneira intensa. Eu não imagino como seria hoje, ter eles aqui e não poder abraçar e beijar minhas pessoas tão amadas, todos os dias?
Parafraseando o romancista, dramaturgo e poeta “Miguel de Cervantes” (29 de setembro de 1547 - 22 de abril de 1616), que disse: “Eu não acredito em bruxas, mas, que elas existem, existem!” - Eu digo: “Eu não vejo este vírus, mas, que ele existe, existe!”
Assim sendo, vamos cuidar dos nossos idosos, das nossas crianças, vamos cuidar uns dos outros, pois, o momento é mesmo de empatia. Nós não estamos combatendo uma “gripezinha” qualquer, um “resfriadinho” que dá e passa. Estamos diante de uma severa pandemia, que infelizmente, antes de melhorar, ainda tende a piorar muito.
Mas, com fé em Deus e apostando na competência da ciência, juntos iremos sair desta fase negativa e “colocar o bloco na rua” outra vez, até porque, o povo não pode (e nem deve), se desacostumar a sorrir, pois, somos todos “estrelas ascendentes”, aqui neste Universo.
E como cantou e encantou, o compositor e cantor brasileiro dos anos (1970), “Walter Rosciano Franco” (6 de janeiro de 1945 - 24 de outubro de 2019), em sua canção (estilo mantra): “Coração Tranquilo” (1978)...
♫... Tudo é uma questão de manter ♪ A mente quieta ♪ A espinha ereta ♪ E o coração tranquilo... ♫