Meus amigos e amigas do ®DOUG BLOG, nesta publicação, vou desmistificar o enigmático sorriso da “Mona Lisa”, de “Leonardo di Ser Piero da Vinci” (15 de abril de 1452 - 2 de maio de 1519), que tem cativado pessoas de todas as gerações. E que foi até tema musical no ano de (1950), cantada na belíssima voz de “Nat King Cole” (17 de março de 1919 - 15 de fevereiro de 1965).
Então, como: “Quem está na chuva é pra se molhar” - eu digo que a verdadeira identidade da mulher retratada na pintura a óleo (77 cm X 53 cm) e que está no “Museu do Louvre - Paris - França”, não é um autorretrato feminino de “da Vinci”, como muitos dizem.
A verdadeira “Mona Lisa”, é “Lisa Gherardini” (15 de junho de 1479 - 1° de julho de 1542 ou 1551), também conhecida como: “Lisa del Giocondo ou Lisa di Antonmaria”, que era uma mulher de aspecto “feioso”, membro de uma família abastada e tradicional da Itália, os “Gherardini” (residentes em “Florença e na Toscana”). Mas, ela não ficou famosa pela opulência da família e sim, (como acabo de afirmar), ao ser retratada por “Leonardo da Vinci”, na pintura que foi iniciada em (1503) e finalizada três anos mais tarde, em (1506) e leva o título de: “La Gioconda - A Gioconda”.
Mas, esta coisa de beleza não é brincadeira, pois, as pessoas são complexas por natureza. Um homem, por exemplo, quando olha um outro homem com aspecto “estranho”, não tem a menor dificuldade em exclamar: “Fulano é muito feio!” - mas, se um homem olha outro homem que é denominado “boa pinta”, que se veste bem e se porta dignamente em sociedade, em hipótese nenhuma, ele irá dizer que o outro é bonito. Sim, pois, homem achar homem bonito, ainda hoje em nossa sociedade, não é coisa de MACHO. Porém, mamão também é MACHO, dá leite e comemos com açúcar.
Aprendemos desde pequenos que a beleza é fundamental, porque, até nos contos de fadas, a princesa tem de beijar o asqueroso sapo para que ele se transforme em um formoso príncipe. “A Bela e a Fera” (1740), de: “Gabrielle-Suzanne Barbot”, à “Dama de Villeneuve” (28 de novembro de 1695 - 29 de dezembro de 1755), é o melhor exemplo disso. Nas fábulas de “Hans Christian Andersen” (2 de abril de 1805 - 4 de agosto de 1875), o “Patinho” também é feio; na peça de teatro “Cyrano de Bergerac”¹, autoria de: “Edmond Rostand” (1° de abril de 1868 - 2 de dezembro de 1918), baseada na vida de “Hector Savinien de Cyrano de Bergerac”¹, um espadachim narigudo e feioso, apaixonado por sua prima “Roxane”, é outro exemplo; até nas “tirinhas” da “Turma da Mônica”, “Mauricio de Souza” (27 de outubro de 1935), existe um vilão, denominado “Capitão Feio” (1972), tio do “Cascão” (irmão de seu pai), que enlouquece e passou a viver nos esgotos.
O certo é, que a beleza é efêmera e um dia acabará. Além do mais, a beleza é uma escala de esteriótipos e conceitos estabelecidos pela sociedade de consumo. Pois, o que é ser bonito? Seriam os olhos claros? Ser magro ou “sarado?” Ser caucasiano? Ter cabelos lisos, longos e sedosos? Ter seios fartos e bundinha durinha (“tudo original de fábrica?”) Creio que não. Mas, dizem por aí que a beleza vem do interior das pessoas, mas, isso é bobagem, pois, se fosse verdade, ninguém tiraria “selfies” para postar nas “Redes Sociais”, mas sim, postariam radiografias.
O que eu sei, é que gente feia quando é rica, fica bonita sem precisar fazer cirurgias plásticas reparatórias (e olha aí a “Mona Lisa” outra vez aparecendo na história). Mas, não é só ela, vejam o caso do jogador brasileiro “Neymar Júnior” (5 de fevereiro de 1992), que não me deixa mentir. “Neymar” nasceu feio, cresceu feio, continua feio, mas, o talento para chutar uma bola, o fez ficar muito rico e assim, aos olhos da maioria de suas fãs, ele se tornou lindo. Mas, em seu íntimo, quando está de frente ao espelho, da suíte da sua mansão (na mesma “Paris do Museu do Louvre”), o nosso “Patinho Feio” (que se transformou na “Galinha dos Ovos de Ouro”), sabe que, o quê ele vê refletido no espelho, é a máxima criada pelo Batoré²: “Não é bonito ser feio!” - e isso, quem sabe bem é o cantor “Belo” - “Marcelo Pires Vieira”, (22 de abril de 1974), que diga-se de passagem, é belo só no nome artístico.
Até em relação a natureza a beleza e a falta dela é destacada, onde um dia ensolarado é considerado bonito, já um dia chuvoso, é considerado feio. Mas, estes são pontos de vistas desmentidos no poema: “Receita de Mulher” (1959), de: “Vinicius de Moraes” (19 de outubro de 1913 - 9 de julho de 1980), onde a beleza se contradiz o tempo todo. Ou seja, a beleza é mesmo só um ponto de vista, ou seja: “gente feia é igual a gente bonita... Só que feia!”
“Receita de Mulher”
“As muito feias que me perdoem
Mas beleza é fundamental.
É preciso que haja qualquer coisa de dança,
Qualquer coisa de ‘haute couture’ em tudo isso
(Ou então, que a mulher se socialize elegantemente em azul,
Como na República Popular Chinesa).
Não há meio-termo possível.
É preciso que tudo isso seja belo.
É preciso que súbito
Tenha-se a impressão de ver uma garça apenas pousada
E que um rosto adquira de vez em quando essa cor
Só encontrável no terceiro minuto da aurora.
É preciso que tudo isso seja sem ser,
Mas que se reflita e desabroche
No olhar dos homens.
É preciso, é absolutamente preciso
Que tudo seja belo e inesperado.
É preciso que umas pálpebras cerradas
Lembrem um verso de Eluard e que se acaricie nuns braços
Alguma coisa além da carne: que se os toque
Como ao âmbar de uma tarde.
Ah, deixai-e dizer-vos, que é preciso que a mulher que ali está
Como a corola ante o pássaro seja bela
Ou tenha pelo menos um rosto que lembre um templo
E seja leve como um resto de nuvem:
Mas que seja uma nuvem com olhos e nádegas.
Nádegas é importantíssimo.
Olhos, então nem se fala, que olhem com certa maldade inocente.
Uma boca fresca (nunca úmida!)
E também de extrema pertinência.
É preciso que as extremidades sejam magras;
Que uns ossos despontem, sobretudo a rótula no cruzar das pernas,
E as pontas pélvicas
No enlaçar de uma cintura semovente.
Gravíssimo é, porém, o problema das saboneteiras:
Uma mulher sem saboneteiras
É como um rio sem pontes. Indispensável!
Que haja uma hipótese de barriguinha,
E em seguida, a mulher se alteie em cálice,
E que seus seios sejam uma expressão greco-romana,
Mais que gótica ou barroca
E possam iluminar o escuro com uma capacidade mínima de 5 velas.
Sobremodo pertinaz é estarem a caveira e a coluna vertebral
Levemente à mostra; e que exista um grande latifúndio dorsal!
Os membros que terminem como hastes,
Mas bem haja um certo volume de coxas
E que elas sejam lisas, lisas como a pétala
E cobertas de suavíssima penugem
No entanto, sensível à carícia em sentido contrário.
É aconselhável na axila uma doce relva com aroma próprio
Apenas sensível (um mínimo de produtos farmacêuticos!)
Preferíveis sem dúvida os pescoços longos
De forma que a cabeça dê por vezes a impressão
De nada ter a ver com o corpo,
E a mulher não lembre flores sem mistério.
Pés e mãos devem conter elementos góticos, discretos.
A pele deve ser fresca nas mãos, nos braços, no dorso e na face
Mas que as concavidades e reentrâncias
Tenham uma temperatura nunca inferior a 37° centígrados
Podendo eventualmente provocar queimaduras do 1° grau.
Os olhos, que sejam de preferência grandes
E de rotação pelo menos tão lenta quanto a da Terra;
E que se coloquem sempre para lá de um invisível muro da paixão
Que é preciso ultrapassar.
Que a mulher seja em princípio alta
Ou, caso baixa, que tenha a atitude mental dos altos píncaros.
Ah, que a mulher dê sempre a impressão de que, se se fechar os olhos
Ao abri-los, ela não mais estará presente
Com seu sorriso e suas tramas.
Que ela surja, não venha; parta, não vá
E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente
E nos fazer beber o fel da dúvida.
Oh, sobretudo que ele não perca nunca,
Não importa em que mundo
Não importa em que circunstâncias,
A sua infinita volubilidade de pássaro;
E que acariciada no fundo de si mesma
Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave;
E que exale sempre o impossível perfume;
E destile sempre o embriagante mel;
E cante sempre o inaudível canto da sua combustão;
E não deixe de ser nunca a eterna dançarina do efêmero;
E em sua incalculável imperfeição constitua a coisa mais bela
E mais perfeita de toda a criação inumerável.”
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[NOTAS FINAIS ®DOUG BLOG]
¹ “Hector Savinien de Cyrano de Bergerac” (6 de março de 1619 - 26 de julho de 1955), foi um poeta/escritor e duelista francês, que se tornou mais conhecido pelos muitos trabalhos de ficção relatados sobre a sua vida. Nas tramas, ele é sempre retratado tendo um grande nariz, em especial na peça feita por “Edmond Rostand”, de (1657).
² “Ivanildo Gomes Nogueira - Batoré” (17 de abril de 1960 - * 10 de janeiro de 2022), foi um ator, humorista brasileiro, tendo enveredado na política em (2008), no município de “Mauá, localizado na região metropolitana de São Paulo”. Em (2019), retornou ao seu ofício de ator, atuando no programa humorístico: “A Praça é Nossa - SBT” e algumas participações especiais na “Rede Globo”. * Faleceu após esta publicação.
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웃 PERSONAGENS NAS ARTES NÃO MENCIONADOS NO TEXTO:
* “Garfield e Odie” (1978), criações do cartunista americano: “Jim Davis” (28 de julho de 1945).