Quando se diz que ainda é cedo; tenha certeza que está na hora certa, pois, a hora certa, um minuto depois, já nos faz chegar atrasados e estar atrasado é pouco britânico. Mas, com o falecimento da “Rainha Elizabeth II” (21 de abril de 1926 - 8 de setembro de 2022), nada mais parece britânico e muito menos pontual.
Então, estando adiantados ou atrasados, na maior parte do tempo, algumas pessoas não se importam se estamos bem e sim, muitos se ocupam em saber o que temos e fazemos... Mas, isso é curiosidade, não é zelo. Outros tantos, só se ocupam em saber aleatoriamente das coisas, e na maior parte das vezes por uma educação forçada.
O problema de gente que age desta maneira, é só saber conjugar o verbo na primeira pessoa, pois, quem liga realmente se você sorri ou se chora? Quem para por um minuto sequer, para te dar um apoio amigo? Quem te faz um carinho desinteressado? Quem te conhece e te sente realmente? Pouca gente, não é mesmo?
O Mundo era para ser um lugar bonito, repleto de pessoas felizes. Mas, aquilo que observarmos na boa literatura, não se repete na vida. Hoje somos espectadores dos dias corridos, onde temos de combater ininterruptamente esta gente polêmica e contraditória, que quando as coisas apertam, roem a corda, mudam de lado opinativo, assim como quem bebe um copo d'água, que só procuram na hora da sede.
Tudo está mudando e mudando para pior. A pandemia (que ainda não acabou), nos mostra bem este quadro diariamente, pois, enquanto muitas pessoas nem se incomodam com o bem coletivo, dizendo que tudo está como deveria ser e, que não se pode fazer nada para mudar o curso da história, outras pessoas sofrem suas perdas, algumas prematuras e todas elas irreparáveis.
Não podemos fazer nada... Como assim, “cara-pálida?” Podemos fazer muitas coisas, até porque, as histórias de vida, são escritas com as nossas lutas diárias, quais na individualidade de cada narrativa, construímos o todo.
Deixemos de ser coniventes, cúmplices e seguidores de todo este sofrimento desnecessário, paremos de nos vitimizar, de fazer “papel de coitadinhos”, pois, isso não muda nada. Aquilo que nos modifica e melhora, é fugir da rotina, são mudanças de maus hábitos.
Estamos na luta, seja aqui, ali, ou acolá. Somos seres múltiplos, que podemos sempre fazer a diferença. Temos de nos conhecer e nos reconhecer em nossos erros e acertos e também, nos erros e acertos dos outros. Não precisamos e nem queremos ser aceitos por uma sociedade virótica, bélica, apática, cruel e sem destino, com a maioria das pessoas sendo desleais, desinteressadas e pouco inteligentes.
Estamos vacinados e mesmo vacinados, continuamos exauridos desta distopia virótica infinita, pois, morremos em cada óbito anônimo, até porque, mesmo o “soldado desconhecido” abatido na guerra, tem uma família que sofre de saudades... E sentir saudade, como bem disse “Anjezë Gonxhe Bojaxhiu - Santa Teresa de Calcutá” (26 de agosto de 1910 - 5 de setembro de 1997):
“Enquanto estiver vivo, sinta-se vivo. Se sentir saudades do que fazia, volte a fazê-lo. Não viva de fotografias amareladas... Continue, quando todos esperam que desistas. Não deixe que enferruje o ferro que existe em você. Faça com que em vez de pena, tenham respeito por você. Quando não conseguir correr através dos anos, trote. Quando não conseguir trotar, caminhe. Quando não conseguir caminhar, use uma bengala. Mas nunca se detenha.”¹
Mas, ainda pior que a a saudade, que o vírus, que a solidão, que a fome, que as guerras, etc..., existe um mal que nunca cessa: a inveja. Sim, pois, quem incomoda outra pessoa, quem é alvo de inveja, algo valioso existe nesta pessoa, pois, ladrão não rouba casa vazia.
O triste é entender que as baratas e gente medíocre são difíceis de eliminarmos definitivamente das nossas vidas. Gente assim, é tão sem conteúdo quanto as programações das emissoras de TV, pois, foi o tempo que os programas de TV preenchiam o vazio de alguns lares. Hoje, com o advento da Internet, as emissoras de TV tendem a veicular conteúdo apelativo, programação religiosa mercantilista, programas policiais sensacionalistas, vendas de todos os tipos de “bugigangas” e novelas... Muitas novelas ruins... “Plim-Plim”.
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¹ Existe um texto com conteúdo bem parecido, escrito pela escultora e artista gráfica francesa: “Camille Athanaïse Cécile Cerveaux Prosper - Camille Claudel” (8 de dezembro de 1864 - 19 de outubro de 1943), mas, estudiosos alegam ser uma “coincidência de similaridade”.