Nossas ansiedades, dúvidas e medos, são comuns principalmente em tempos pandêmicos. Mas, antes da “COVID” surgir, já existiam paúras oriundas de diversas vertentes... O casamento e ter filhos, por exemplo, sempre explicitaram o medo, transformando temores em realidade, pois, quem tem filhos, teme ter outros neste Mundo enfermo e distópico que vivemos, quem não tem, se tornará um dia, em “marinheiro de primeira viagem”. Mas, como bem disse o “poetinha, Vinícius de Moraes”: “Filhos... Filhos? Melhor não tê-los! Mas se não os temos como sabê-los?”
Na literatura, os poetas esperam que todos os versos de amor façam sentido, isso é normal, seja nos poemas líricos (de caráter sentimental), seja nos acrósticos, nos diminutos haicais, nos sonetos, etc..., pois, mesmo se o poema for sofrido, alguém enxergará o amor, que talvez só exista em “pequenos espasmos do viver”. Ou seja, amar causa ignávia nas pessoas de certa maneira.
O amor é tido como um sentimento nobre, qual chega dissipando aquilo que está taciturno em nós, que une pais e filhos, que enamora casais e eterniza amizades, que transforma preconceitos em bons conceitos, que alivia a dor de algo, que talvez nem fosse “tão amor”.
Assim sendo, os dias de amor e de desamor fazem a notoriedade dos poetas e compositores, pois, basta observamos canções e poemas (de um modo geral) e veremos que a maior parte deles, são relacionados aos amores, sejam correspondidos ou não. Mas, quem escuta ou lê versos nesta toada, acredita piamente que tudo faz sentido na dor e no amor. Porém, na realidade, ninguém sabe onde vai dar os sentimentos de amor e de desamor, pois, ambos se propagam e nos acrescentam. Da mesma maneira, que nunca temos como prever se alguém renunciará de se casar ou de querer ter filhos. Ou seja, viver, por muitas vezes, é estar por conta e risco da disponibilidade, ou do egoísmo alheio e suas regras, por vezes sem lógica.
Muitas pessoas afirmam que só se ama uma vez na vida, mas, com o passar do tempo, vamos entendendo, que “existem algumas primeiras vezes” no ato de amar e ser amado.
O desamor mesmo sendo a ausência de amor, nos faz crescer de certa maneira, pois, pare e pense: valeria à pena casar e ter filhos com quem resolve um belo dia “largar as tuas mãos” no meio da jornada?
Algumas pessoas superam este antagonismo da vida que é o desamor, sabendo “virar a página”, conseguindo seguir em frente; já outras pessoas, paralisam em dor e se mortificam no descaso da falta de amor, que nunca se fixa em nossos dias, de modo voluntário.
“Eu sem você, sou só desamor. Um barco sem mar, um campo sem flor!” - “Marcus Vinícius da Cruz de Mello Moraes” (19 de outubro de 1913 - 9 de julho de 1980).
“De Novo Desamor - Beth Carvalho”
(5 de maio de 1946 - 30 de abril de 2019)
♫É... Lá vou eu desamor
Lá vou eu dissabor
Uma vez mais
Mas seja lá como for
Outra vez vou sair
Da mesma dor
É deste jeito estou certa
Qualquer dia me acertam
Já não vou nem ligar
Mas deixar de crer no amor
É o mesmo que não crer em mim
Viver sem teu amor é tão ruim, tão ruim
Mas deixar de crer no amor
É o mesmo que não crer em mim
Viver sem teu amor é tão ruim.
Vou arranjar um motivo pra me transferir
Dessa dor que me dói
Vou é fingir que nem ligo
Pro meu amor próprio
Que dentro me rói
E vou perdoar
Quem não pede perdão
Pois não sabe
O valor do regresso
Se ele não pede perdão
Eu peço!
Mas deixar de crer no amor
É o mesmo que não crer em mim
Viver sem teu amor é tão ruim, tão ruim
Mas deixar de crer no amor
É o mesmo que não crer em mim
Viver sem teu amor é tão ruim
Láia, láiaraiá, láiaraiá, láiaraiá, láia, láiaraiá, láiaraiá,
láia, láiaraiá, láiaraiá, láiaraiá, láia, láiaraiá, láiaraiá.♫
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♪“De Novo Desamor” (1978), é uma canção de: “Gisa Nogueira” (18 de junho de 1940), irmã do cantor e compositor: “João Batista Nogueira Junior” (12 de novembro de 1941 - 5 de junho de 2000).