Mariazinha é uma bela menina, cabelos ao vento e tantas lembranças e um só esquecimento em mente... A pandemia. Um dia, ainda no “Vinte Vinte”, Mariazinha acordou bem cedinho e disse:
💬 CHEGA!
Sim, ela e todos nós, já em (2020), estávamos alquebrados devido ao vírus tenebroso que teima em não “escapulir” do Mundo. Vírus que para Mariazinha, mais parece ser uma equação geométrica analítica, pois, tem curvas, cepas e variantes.
Mariazinha meio encabulada, acredita que as pessoas brincaram de bambolê com o Mundo... Rodopiaram, rodopiaram, rodopiaram, até que o bambolê saiu do controle e caiu na “borda do Mundo”.
Hoje, a pequena Maria observa pela janela de casa as pessoas “massacradas e mascaradas”, brincando de “pique-esconde”, acreditando que o ápice do vírus passou e que já está tudo bem. E a menina um tanto preocupada pergunta:
💬 Está tudo bem mamãe?
E a mãe responde:
💬 Ainda não está, mas oxalá, em breve ficará!
Mariazinha sempre diz, que adora quase tudo que voa... Pássaros, abelhas, borboletas, balões, pipas, nuvens, fadas... Pensamentos!
Quão feliz estava Mariazinha naquela manhã, ria de fazer sair lágrimas dos olhos, achando que aquele - “CHEGA!” - dito lá no “Vinte Vírus”, havia alforriado o Mundo da pandemia, mas, qual o que? - o “Corona” continua aqui no “Vinte Vinte e Um”, firme e forte, olhando todos, que ainda estão assustados por detrás das máscaras, deixando o destino do Mundo, nas mãos inocentes e sem culpa das futuras gerações, pois, a “velha guada”, mesmo já imunizada com as vacinas nos braços, continua com medo, ou sendo abatida dia a dia aos milhões, enquanto os “líderes desgovernados”, de modo geral, “se fingem de mortos” em todos os pontos do “mapa-múndi”, que hoje é um lugar de desconforto, onde a salubridade global escorre pelo ralo. Mas, de tubos e conexões hidráulicas, Mariazinha nada entende, pois, “PVC” para a menina é: “pra você”, na linguagem da Web.
O Mundo que se perde em lembranças do antes saudável, deixa Mariazinha insistente em viver menos lúcida e mais lúdica, em seu esquecimento anunciado e renunciado, deixando de lado este existir doente do Mundo de agora, pois, sabe que estes tempos distópicos não lhe pertencem, porque, Mariazinha é uma menina cheia de vida, que sempre viu... ♪O tempo engatinhar ♪ Do jeito que sempre quis e distante é devagar ♪ Perto passa bem depressa assim...♪
“Quase que vivo, pois, no passado por não reconhecer a espécie de riqueza do momento atual. O esquecimento das coisas é minha válvula de escape!” - “Chaya Pinkhasovna Lispector - Clarice Lispector” (10 de dezembro de 1920 - 9 de dezembro de 1977)
°°°
“Se sou esquecido, devo esquecer também!” - “Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto - Pablo Neruda” (12 de julho de 1904 - 23 de setembro de 1973)
“Móveis Coloniais de Acaju - O tempo” (2009)
♫ A gente se deu tão bem
Que o tempo sentiu inveja
Ele ficou zangado e decidiu
Que era melhor ser mais veloz
E passar rápido pra mim
Parece que até jantei
Com toda a família e sei
Que seu avô gosta de discutir
Que sua avó gosta de ouvir
Você dizer que vai fazer
O tempo engatinhar
Do jeito que eu sempre quis
Se não for devagar
Que ao menos seja eterno assim
O tempo engatinhar
Do jeito que eu sempre quis
Se não for devagar
Que ao menos seja eterno assim.
Espero o dia que vem
Pra ver se te vejo
E faço o tempo esperar como esperei
A eternidade se passar
Nos dois segundos sem você
Agora eu já nem sei
Se hoje foi anteontem
Me perdi lembrando o teu olhar
O meu futuro é esperar
pelo presente de fazer
O tempo engatinhar
Do jeito que eu sempre quis
Distante é devagar
Perto passa bem depressa assim
O tempo engatinhar
Do jeito que eu sempre quis
Distante é devagar
Perto passa bem depressa assim
Pra mim, pra mim
Laiá, lalaiá.
Eu que nunca discuti o amor
Não vejo como me render
Ah, será que o tempo tem tempo pra amar?
Ou só me quer tão só?
E então se tudo passa em branco eu vou pesar
A cor da minha angústia e no olhar
Saber que o tempo vai ter que esperar
E o tempo engatinhar
Do jeito que eu sempre quis
Se não for devagar
Que ao menos seja eterno assim
O tempo engatinhar
Do jeito que eu sempre quis
Se não for devagar
Que ao menos seja eterno assim.♫
°°°
* “Móveis Coloniais de Acaju”, foi uma banda brasileira de Pop/Rock, surgida em Brasília - DF”, em (2008). - “O tempo” (2009) - Participação especial do grupo de grafiteiros: “Kollors Kingz”.
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