Meus amigos e amigas de folia do ®DOUG BLOG, hoje visto minha fantasia de águia e me perco nos “festejos de Momo”, este personagem da mitologia grega, que acabou por se tornar, um símbolo carnavalesco. Um “monarca gorducho”, sem nobreza e que nada reina, que impera por alguns dias de folia, um soberano sem súditos e sim, com foliões, um imperador do samba, que não anda e sim, desfila, um “rei que não está nu”, mas, as passistas ao seu lado sim... Que sortudo é este rei!!!
O Carnaval este ano, já com o vírus controlado, nos permite os reencontros, onde ficamos todos “juntos e misturados” outra vez, neste belo folguedo popular que tanto me encanta, que é da “velha guarda e seus bambas”... É também de todas as comunidades, de todos os gêneros e idades, onde os meninos podem usar rosa e as meninas usar azul, que ninguém terá nada a ver com isso. É o festejo das cabeças raspadas e dos cabelos “black power”.
O Carnaval que muita gente “demoniza”, dizendo que é “pecado”, nada possui de “pecado”, pois, “pecar” é o que os falsos religiosos fazem para controlar seus crentes. “Pecado” é aquilo que os fundamentalistas cometem, no descontrole de suas crenças religiosas, retirando vidas em “nome de Deus”. Mas, é Carnaval, falemos de coisas boas.
Na realidade, o Carnaval gera milhares de empregos, diretos e indiretos, possibilitando desta maneira, o sustento de muitas famílias, proporcionando a existência maciça do turismo, além de trazer lazer para esta gente simples, que espera fevereiro chegar, para poder extravasar um sofrimento maior que o roncar sofrido das cuícas nas baterias.
Tem gente também que possui a capacidade de dizer, que o Carnaval todo ano é a mesma coisa, que chega fazendo muito barulho em míseros dias e vai embora, voltando um ano depois, “todo animadinho” outra vez, querendo levar o povo novamente pra farra. Mas, a essência do Carnaval não é farrear e sim, festejar esta forte e viva tradição popular, uma brincadeira que só quer tornar as pessoas mais felizes, fantasiadas e lúdicas.
Porém, como em tudo na vida, o Carnaval também apresenta coisas erradas. Aquilo que algumas pessoas precisam saber avaliar, é o que está certo ou errado no Carnaval, assim, como em qualquer outra ocasião, de um modo geral. Viver é ter de fazer escolhas, então, “bote o teu bloco na rua” e faça as escolhas corretas.
Para mim, o Carnaval é sinônimo de muita alegria. O Carnaval é bem mais que um simples folguedo. O Carnaval é algo além de criar fantasias, alegorias e adereços, ou de construir carros alegóricos, “galos da madrugada e bonecos de Olinda” gigantescos. O Carnaval é algo além das batucadas das baterias e trios elétricos. O Carnaval é uma página da nossa bela história de miscigenação, sendo escrita todos os anos com o samba nos pés.
Alguns acham que o Carnaval é a coisa mais linda do Mundo, outros entendem que é exagero puro. No meu conceito e no de “Paulinho da Viola”, que em (1970 - ano que nasci), compôs, cantou e encantou em um de seus lindos sambas, afirmando que a nossa centenária e querida Portela: ♫Foi um rio que passou em minha vida, e o meu coração se deixou levar...♫
E o meu coração se deixa levar até hoje, com meu “sangue azul e branco” correndo nas veias a quase 100 anos¹, por ruas e avenidas do “Rio de Janeiro”, pois, o azul da “Portela” vem do infinito.
Não tem como negar, nós que gostamos do Carnaval somos a maioria, mesmo que o Carnaval já não possua o mesmo “glamour” dos Carnavais de outrora.
Especialistas alegam, que o Carnaval serve para camuflar alguma profunda tristeza que o povo guarda o ano inteiro e nesta época, tenta extravasar tudo de uma vez, no samba. Seria tentar rir e sambar para não ter de chorar. Porém, como os especialistas estão enganados, pois, o Carnaval não se permite a ter falsas euforias, o Carnaval é o momento do deboche, dos deslumbramentos excessivos, diante das coisas sérias da vida. O Carnaval é saber rir pelo simples fato de crer que: ♫É melhor ser alegre que ser triste, a alegria é a melhor coisa que existe, é assim como a luz no coração!♫, já dizia o “poetinha, no Samba da Bênção”². Então, abençoem nossa “azul e branco, Paulo da Portela, Natal e Monarco”³ todos sambando no Céu.
A bateria da Portela é denominada de: “Tabajara do Samba”, sendo uma das baterias mais respeitadas entre todas as escolas de samba brasileiras e, leva este nome em homenagem à “Orquestra Tabajara”, fundada em (1934), na cidade de “João Pessoa - Paraíba”, com regência por quase 70 anos, de “Severino Araújo de Oliveira” (23 de abril de 1917 - 23 de abril de 1917).
Hoje (20 de fevereiro), desfilo no “Sambódromo da Marquês de Sapucaí”, na minha querida “azul e branco de Madureira”, que pode ser denominada com propriedade de: “ESCOLA de Samba”, pois, seus enredos e letras de sambas, nestes 100 anos, disseminaram cultura e arte.
Vamos lá “Portela”, escrever, sambar, encantar e contar mais 100 anos de histórias!
°°°
¹ O “Grêmio Recreativo Escola de Samba Portela”, é a maior campeã do Carnaval do “Rio de Janeiro”, com 22 títulos: ☆ 1935 ☆ 1939 ☆ 1941 ☆ 1942 ☆ 1943 ☆ 1944 ☆ 1945 ☆ 1946 ☆ 1947 ☆ 1951 ☆ 1953 ☆ 1957 ☆ 1958 ☆ 1959 ☆ 1960 ☆ 1962 ☆ 1964 ☆ 1966 ☆ 1970 ☆ 1980 ☆ 1984 ☆ 2017, foi fundada em (11 de abril de 1923), no bairro “Oswaldo Cruz”, vizinho de “Madureira, na Zona Norte do Rio de Janeiro”.
°°°
² “Samba da Bênção” (1967), é uma composição do “poetinha, Marcus Vinicius de Moraes” (19 de outubro de 1913 - 9 de julho de 1980) e “Baden Powell de Aquino” (6 de agosto de 1937 - 26 de setembro de 2000).
°°°
³ “Paulo Benjamin de Oliveira - Paulo da Portela” (18 de junho de 1901 - 30 de janeiro de 1949); “Natalino José do Nascimento - Natal da Portela” (31 de julho de 1905 - 5 de abril de 1975) e “Hildmar Diniz - Mestre Monarco” (17 de agosto de 1933 - 11 de dezembro de 2021).
“Foi um Rio Que Passou em Minha Vida” (1970)
♫Se um dia
Meu coração for consultado
Para saber se andou errado
Será difícil negar
Meu coração tem mania de amor
Amor não é fácil de achar
A marca dos meus desenganos ficou, ficou
Só um amor pode apagar
A marca dos meus desenganos ficou, ficou
Só um amor pode apagar
Porém (a, porém)
Há um caso diferente
Que marcou num breve tempo
Meu coração para sempre
Era dia de carnaval
Carregava uma tristeza
Não pensava em novo amor
Quando alguém que não me lembro anunciou
Portela! Portela!
O samba trazendo alvorada
Meu coração conquistou
Ah, minha Portela
Quando vi você passar
Senti o meu coração apressado
Todo o meu corpo tomado
Minha alegria voltar
Não posso definir aquele azul
Não era do céu, nem era do mar
Foi um rio que passou em minha vida
E meu coração se deixou levar
Foi um rio que passou em minha vida
E meu coração se deixou levar
Lá ia, lá ia, lá ai, lá ia
Lá ia, lá ia, lá ai, lá ia♫
(Bis)
°°°
* Encontro de “Paulo César Batista de Faria - Paulinho da Viola” (12 de novembro de 1942), com “Jessé Gomes da Silva Filho - Zeca Pagodinho” (4 de fevereiro de 1959) e outros “bambas do samba”.
OS COMENTÁRIOS DESTA POSTAGEM ESTÃO DESATIVADOS,
COMENTE NA POSTAGEM MAIS RECENTE.
COMENTE NA POSTAGEM MAIS RECENTE.