“Realidade Construída”

Desde pequeno, aprendi o valor da fé em minha vida, com minhas saudosas mãe e avó: “Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador, já que a ti me confiou a piedade Divina, sempre me rege, guarda, governa e ilumina. Amém.”

   

Depois de crescido, tive certeza que a justiça dos anjos é mesmo valiosa, pois, a justiça dos homens é cega e nem sempre procede segundo a equidade.

   

Já à “COVID-19”, este vírus que também é cego, pelo visto, é surdo, mudo, invisível, inodoro e fortemente letal, ao ponto de alguns acreditarem piamente, que ele (o vírus), é o verdadeiro “negócio da China”.

   

Aceitar um novo começo não seria tarefa fácil nem mesmo para os “Power Rangers”¹ (se é que alguém ainda se lembra quem são os “Power Rangers?”)

   

Esta nossa “Realidade Construída” não será nada fácil, pois, gostamos e nos acostumamos com o “nosso jeitinho antigo de ser e de viver”, ao longo dos anos.

   

Diante de tantos questionamentos se o Mundo pós-pandemia será mais solidário ou individualista, uma parte desta história já se antecipou e mostrou sua cara, que não é nada atraente, pois, se o ser humano é inventivo, é voltado quase sempre também, para as “coisas tortas”, onde empatia se torna, somente uma palavra sem significado. 

   

“Wuhan, província de Hubei, no Oeste da China”, onde foi o primeiro lugar no Mundo em que o vírus foi detectado, após a chegada do novo ano lunar chinês, em (2021), vê a vida voltar ao normal. Por assim ser, “Wuhan” recebeu este mês (fevereiro), uma comissão da “OMS - Organização Mundial de Saúde”, para finalizar análises sobre a real origem do vírus. A ideia que o vírus tenha sido criado em laboratório foi descartada, já que tenha partido dos morcegos, é até aceitável, porém, não foi confirmada tal informação no relatório final da “OMS”. Ou seja, só foi dito, aquilo que todos nós já sabemos (ou não sabemos?) - de onde o vírus é oriundo?

    

O certo a ser dito, é que esta “Sinofobia”², é um fenômeno global que se manifesta de maneira atroz e despudorada e, que pode acarretar em consequências dramáticas para o futuro mundial, pois, seria mesmo a “China” a única culpada pela propagação do vírus? Ou elegeremos os chineses sendo os “bois de piranha”³ do Mundo contemporâneo e pandêmico?

   

Continuar a viver, deixando somente de sobreviver é preciso, mas, nada será como antes. Todos nós queremos ter um sentido para um novo tempo, com felicidade e saúde em nossas vidas, mesmo com algumas cicatrizes que poderiam ter sido evitadas, se antes tivéssemos cuidado melhor da natureza e uns dos outros. Mas, como diria o personagem de “Miguel de Cervantes Saavedra” (29 de setembro de 1547 - 22 de abril de 1616) - “Dom Quixote de La Mancha”: “Avante! Avante!” - pois, ninguém em sã consciência poderia imaginar tudo isso que vivemos hoje. Somos de certa  maneira vítimas de nós mesmos, pois, nós não sabíamos de nada, nem como gritar esta dor, este engano de vida que sobrevivemos nele dia após dia. Então, como reconstruir uma realidade que sabemos tão pouco dela?

   

Mesmo diante deste grande perigo, onde a figura que ainda se pinta, é de um imenso vazio das lembranças, das saudades, de tudo que foi bom ontem e que hoje não é mais. E mesmo estando cismados com a chegada e eficácia das vacinas, seguiremos em frente, até porque, voltar não é opção, pois, seria impossível nos recolocar no passado. Tem uma frase minha que diz:

“Saudade é a ferrugem que  corrói a gente!”

   

À “COVID-19” nos faz sentir saudade das coisas simples, do carinho de outrora. E não existe fórmula mágica para isso voltar atrás, pois, nada que seja feito hoje, ou que será realizado amanhã (mesmo dando os nossos braços as seringas), terá sido combinado com o vírus, que desde o princípio, age por conta própria. A realidade é que estamos sentindo saudade até de nós mesmos (da vida que vivianos antes da pandemia). 

   

Assim sendo, espero que depois do fim da pandemia, mesmo somadas tantas mortes, possamos continuar sorrindo (sem máscaras) e sem sentir esta fisgada, que tantas incertezas criaram no ato de meter o dedo na ferida todos os dias. Mas, não podemos e nem devemos ficar sem sentir medo, pois, uma pessoa destemida, coloca todos em risco e se coloca em risco também. 

   

Hoje, queremos mais que uma vacina... Mais que uma fórmula de medicação contra à “COVID-19”... Queremos ter alento, calor humano, para fazer tudo isso passar mais rápido, encontrando atalhos diários, para driblar os tempos de solitude.  

   

Não vou dizer como funcionará o Mundo diante do “NOVO NORMAL”, pois, já escrevi muito aqui no ®DOUG BLOG sobre esta pandemia, sem ter chegado a nenhuma conclusão plausível, seja a longo prazo ou definitivamente. 

   

O certo, é que neste exato momento, o perigo ainda está à espreita, estejamos imunizados ou não.

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[NOTAS FINAIS ®DOUG BLOG]

* Texto da arte/tirinha animada inicial da postagem ®DOUG BLOG: 💬 Já podemos sair sem medo! As vacinas foram aprovadas e estão sendo aplicadas... VIVA O NOVO NORMAL!!! 

¹ “Power Rangers” (1993–1996), foi uma série/live-action televisiva americana, baseada em super-heróis da franquia japonesa “Tokusatsu Super Sentai”.

² “Sinofobia” com (S), é um sentimento antichinês  ou  anti-China, ao seu povo ou cultura chinesa. Não confundir com “Cinofobia” com (C), que significa um medo ou aversão irracional aos cães.

³ “Boi de piranha”, é uma expressão popular brasileira. Tal expressão designa uma situação onde um bem menor e de pouco valor é sacrificado, para que em troca outros bens/pessoas mais importantes, não sofram danos ou passem por dificuldades.