O Dia de hoje (23 de abril), é dia de saudar o meu “santo de devoção - São Jorge Guerreiro - no latim - Georgius”... SALVE JORGE!
Os evangélicos dizem que não devemos ter devoção por santos e, que só devemos ter fé em Deus. Mas, eu sou “Católico” e digo que, a devoção por um santo(a), é o mesmo que carregar uma foto da família na carteira, ou ter fotos dessas pessoas (pela casa), em porta-retratos. Fazer isso, não significa adoração, mas sim, respeito aos que amamos e que se valem por nós, ou “habitam nossas saudades”.
“Jorge”, nasceu em (275 d.C.), na antiga região chamada “Capadócia - Turquia”. “Santo guerreiro”, é merecedor de todo o meu respeito e devoção, pois, ele cuida de mim e de muita gente que também crê em sua “intercessão Divina”. E no Mundo contemporâneo, como precisamos de todos os tipos de proteções Divinas possíveis e imagináveis, pois, a violência anda generalizada, tornando os seres humanos, cada dia que passa, menos humanos e muito distantes dos bons conceitos familiares e de Deus. E temos além da violência, os vírus e “doenças oportunistas”, que minam nossa saúde.
Por falar em família, o pai de “Jorge” (“Gerondios”¹), era militar e faleceu numa batalha. Após a morte do pai, “Jorge” e sua mãe, (“Polychronia”²), nascida na cidade de “Lida - atual - Lod”, em - Israel”, mudaram-se para a “Terra Santa” (localizada entre o “Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo”). “Polychronia”, era uma mulher muito instruída e que possuía muitos bens. Assim, ela mesmo tendo ficado viúva, conseguiu dar ao filho, uma educação exemplar.
Quando sua mãe faleceu, “Jorge” recebeu a herança que lhe cabia e, foi enviado para um nível ainda mais alto.³
Já na “Corte do Imperador”, quando começou a ver a crueldade com que os cristãos eram tratados, pelo “Império Romano” (qual ele servia com devoção), mudou os seus pensamentos, pois, ele já conhecia o cristianismo, por influência de sua mãe e da “Igreja de Israel”.
Assim, “Jorge” deu seu primeiro passo de fé e desprendimento material, distribuindo todos os seus bens aos pobres. Mesmo sendo membro do alto escalão do exército, quis a verdadeira salvação prometida pelo Evangelho, que ele já era conhecedor e praticante.
Porém, o “Imperador, Diocletianus - Diocleciano” (22 de dezembro de 243, 244 ou 245 d.C - 3 de dezembro de 311 d.C.), tinha outros planos. Sua intenção era eliminar os cristãos. E no dia em que o Senado confirmou o decreto do Imperador, qual autorizava daquele dia em diante a eliminação dos cristãos, “Jorge” levantou-se na tribuna e se debelou, declarando espanto e insatisfação com tal decisão, que julgava abusiva e absurda. Assim, diante de todos, ele disse que os romanos é que deveriam assumir o cristianismo em suas vidas. Os presentes ficaram muito surpresos, quando ouviram tais palavras vindas da boca de um membro da “Suprema Corte de Roma”. Questionado por um Cônsul sobre o porquê de suas palavras? - “Jorge” respondeu-lhe, que estava dizendo aquilo, pois, havia se convertido ao cristianismo e, acreditava na verdade e que por esta verdade, defenderia os ideais sagrados a todo custo.
💬 Mas, o que é a verdade? - Perguntou o cônsul à “Jorge”, que lhe respondeu:
💬 A Verdade é meu Senhor Jesus Cristo, a quem vós perseguis, e eu sou servo de meu redentor e nele confiando, me pus no meio de vós para dar testemunho da verdade.
O Imperador, furioso ao ver o cristianismo infiltrado no império, tentou obrigá-lo a desistir da fé cristã. Por isso, enviou-o a sessões de torturas violentas e terríveis (machucando seu corpo, porém, sem macular sua alma). E depois de cada sessão de tortura, “Jorge” era levado de volta ao Imperador. Este lhe perguntava se, depois da tortura, abandonaria a fé cristã. “Jorge”, reafirmava sua fé, cada vez com mais fervor.
Muitos romanos ao presenciar estes fatos, tomaram as dores de “Jorge”, até mesmo a própria esposa do imperador, “Alexandra de Roma” (também conhecida como “Prisca” - data da morte litúrgica: 21 de abril de 303 d.C.), algum tempo depois, se converteria à fé cristã, crendo também, em “Jesus” como seu único salvador. Por fim, “Diocleciano”, vendo que não conseguiria dissuadir “Jorge” de sua fé, mandou que ele fosse degolado. O dia era: (23 de abril do ano 303 d.C.), fato acontecido na cidade de “Nicomédia, na Ásia Menor”.
Os cristãos recolheram o corpo de “Jorge” e veneraram, pois, todo mártir (ou seja, aquele que é morto por causa da fé em “Jesus Cristo”), se torna santo. Mais tarde, os cristãos levaram as relíquias de “Jorge” para a antiga cidade de “Dióspolis”, onde ele crescera e lá, seu corpo foi sepultado.
Anos mais tarde, o primeiro Imperador cristão chamado “Constantino Magno” (27 de fevereiro de 272 d.C. - 22 de maio de 337 d.C.), conhecendo a sofrida e bela história de “Jorge”, mandou que fosse construído um oratório em sua homenagem, para que assim, a devoção a ele se elevasse por sua santidade e se espalhasse por todo o “Império Romano”.
Por volta do Século V, já se contavam cinco igrejas dedicadas a “São Jorge” na capital do “Império - Oriente de Constantinopla”). Mais tarde, no “Egito”, foram construídas quatro igrejas e mais quarenta conventos dedicados a “São Jorge”.
“Jorge de Capadócia” passou, a ser venerado como sendo um dos maiores santos da “Igreja Católica Apostólica Romana”, em várias regiões, como na “Bizâncio - Armênia e no Estreito de Bósforo - Grécia”.
[A LENDA]
Segundo a lenda de “São Jorge”, ele e sua legião romana, levantaram acampamento numa região próxima a “Salone - Líbia - no Norte da África”. Lá, diziam haver um enorme dragão. O animal estaria devorando todos na cidade. Diziam que o hálito da terrível criatura era tão venenoso, que qualquer um que se aproximasse, poderia morrer ao inalar seu bafo fétido.
Com o intuito de manter esta besta alada, longe das cercanias da cidade, o Rei mandava oferecer ovelhas, para alimentar a fera. Quando acabarem as ovelhas, começaram a oferecer as crianças do reino. Um dia, o sacrifício caiu sobre a filha do Rei, “Sabra”, de 14 anos.
A menina foi em direção à seu cruel destino e, ao deixar as muralhas da cidade, ficou ali à espera da criatura. “São Jorge”, ao ficar sabendo do acontecido, decidiu por fim na trama. Montou em seu fiel ginete branco de nome: “Rocinante”⁴ e foi de encontro ao demônio alado.
“Jorge da Capadócia” antes de partir para a batalha (montado em “Rocinante”), exigiu que o Rei desse sua palavra de honra, que se ele trouxesse sua filha de volta ilesa, o Rei e todo o reino se converteria ao cristianismo. O Rei aceitou dando sua palavra de honra, na presença de seus súditos.
“São Jorge”, então, partiu para a luta com o feroz dragão. Depois de muita luta e orações, “São Jorge” acertou a cabeça do dragão com sua poderosa espada, que ele nomeava de “Ascalon”. Depois, cravou sua espada debaixo de uma das asas da fera, bem no centro do coração. Assim, o animal foi ferido mortalmente, tombando sem vida.
“Jorge da Capadócia” amarrou o dragão e o levou arrastado por “Rocinante”, até o reino, levando consigo em seu cavalo, a jovem princesa. Logo que passou pelas muralhas do reino, a multidão perplexa, observava o guerreiro, com a cabeça da fera nas mãos, ofertando ao Rei como troféu, do resgate da jovem princesa “Sabra”. O Rei, com havia prometido, converteu-se e também converteu todos os seus súditos, ao cristianismo.
Esta metáfora do dragão, simboliza a idolatria que tira a vida de inocentes e causa destruição. A idolatria é destruída pelas armas da fé. A jovem princesa que “São Jorge” salvou, representa a região da qual ele combateu heresias e instalou o cristianismo.
Na “Umbanda”, “São Jorge” é denominado de “Ogum ou Ogulê”, é um dos principais orixás e patrono de uma das sete linhas desta religião, formada por elementos de outras religiões.
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[NOTAS FINAIS ®DOUG BLOG]
¹-² (sem datas precisas de nascimento e morte).
³ Ao atingir a adolescência, “Jorge” seguiu a carreira do pai e assim, entrou para as tropas romanas, pois, tinha um temperamento naturalmente combativo. Tanto é, que logo se tornou “Capitão do Exército Romano”. “Jorge” tinha grandes habilidades com lanças e espadas, por conta desta habilidade, o “Imperador Diocleciano”, deu a ele o título nobre de: “Conde da Capadócia”. Assim, com apenas 23 anos, “Jorge” passou a morar na alta corte de “Nicomédia”. Neste tempo, ele exerceu o cargo de “Tribuno Militar”.
⁴ “Rocinante”, fiel ginete de “São Jorge”, inspirou o escritor espanhol, “Miguel de Cervantes Saavedra” (29 de setembro de 1547 - 22 de abril de 1616), a dar o mesmo nome ao cavalo de seu personagem burlesco: “Dom Quixote de La Mancha” (Séculos: XVI-XVII).
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웃 PERSONAGENS NAS ARTES NÃO MENCIONADOS NO TEXTO:
* “Garfield e Odie” (1978), criações do cartunista americano: “Jim Davis” (28 de julho de 1945).
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Oração a São Jorge |
Chagas abertas, Sagrado Coração, todo amor e bondade, o sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, no corpo meu se derrame hoje e sempre. Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge, para que meus inimigos, tendo pés, não me alcancem, tendo mãos, não me peguem, tendo olhos, não me enxerguem, e nem pensamentos eles possam ter para me fazer mal. Armas de fogo, o meu corpo não alcançarão. Facas e lanças, se quebrem sem ao meu corpo chegar. Cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar. Que Jesus Cristo me proteja e defenda com o poder de Sua Santa e Divina graça, e que a Virgem Maria de Nazaré me cubra com seu Sagrado e Divino manto, protegendo-me em todas as minhas dores e aflições; e que Deus, com Sua Divina Misericórdia e grande poder, seja meu defensor contra as maldades e perseguições de meus inimigos. Oh! Glorioso São Jorge, em nome de Deus, em nome da Virgem Maria de Nazaré e em nome da falange do Espírito Santo, estendei-me o vosso escudo e as vossas poderosas armas, defendendo-me com a vossa força e grandeza do poder dos meus inimigos carnais e espirituais, e de todas as influências malignas. Sob as patas do vosso fiel ginete, que os meus inimigos permaneçam humildes e submissos a vós, sem se atreverem a lançar sequer um olhar que me possa prejudicar. Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e do Espírito Santo. Amém!