A saudade teria rosto, nome e endereço? Será que a saudade teria cheiro, paladar e visual? Não saberia dizer? Mas, creio que a saudade não exerce nenhum destes sentidos, ao mesmo tempo, em que executa tudo isso em nossas vidas, de modo concomitante, pois, quem não sente falta de uma pessoa que partiu ou morreu? Eu sinto falta dos meus pais, da minha esposa e da minha vó, todos os dias.
Quem não sente falta de alguém que por vezes, sequer lembra o nome? Quem não recorda de um perfume, o sabor de uma comida ou bebida ingerida no passado? Ou ainda, quem não sente saudade de uma viagem e suas paisagens que ficaram marcadas, como se tivessem sido “tatuadas” em sua mente? Quem não sente saudade até de algo que nem viveu... Quem nunca teve uma sensação de “Déjà-vu?”¹
A Saudade não é um “Déjà-vu”. Para mim, sentir saudade, é a vontade que não passa, é a ausência que incomoda, é provar sempre que relembrar o “ontem” é necessário e vale a pena.
Saudade é um sentimento comum a todas as pessoas, mas, cada um sente a sua saudade de maneira particular. A saudade, como todas as coisas da vida, possui sua data comemorativa (no “Brasil” - 30 de janeiro).
Existem pessoas que acham um absurdo haver uma possibilidade de se comemorar o dia da saudade. Até porque, quem em sã consciência comemoraria “o dia do que se foi, do que ficou perdido lá atrás?” - sim, pois, a saudade na cabeça de certas pessoas, é algo que já passou, que nos remete só a momentos de tristezas. Mas, quem diz algo assim, está redondamente enganado, pois, aquilo que já passou é então e somente “PASSADO”. Saudade pode ser uma sensação que nos deixa felizes ou nos paralise, dependendo que tipo de saudade for.
Até a saudade da morte tem o seu dia: (Finados – 2 de novembro). Assim sendo, recordar nossas pessoas amadas e que já não estão mais no nosso convívio, é saber celebrar a vida. A morte nos separa fisicamente, mas, não é e nem nunca será vitoriosa. Eu ao menos creio nisso. Então, quando as lágrimas de saudade surgirem (seja qual for seu credo, sua raça, seu gênero), deixe elas lavarem os seus olhos e a sua alma.
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[NOTAS FINAIS ®DOUG BLOG]
¹ “Déjà-vu”, é um galicismo que descreve a reação psicológica da nítida sensação de que já se esteve naquele lugar antes, de que já se viu aquelas pessoas, ruas, paisagens, ou outros elementos externos. O termo é uma expressão da língua francesa, que significa: “já visto”.
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웃 PERSONAGENS NAS ARTES NÃO MENCIONADOS NO TEXTO:
* “Garfield e Odie” (1978), criações do cartunista americano: “Jim Davis” (28 de julho de 1945).