Nas fábulas, à “Rainha Grimhilde”... À Bruxa má dos contos de fadas da “Branca de Neve”, ela sempre repete a célebre frase: “Espelho, espelho meu, existe no Mundo mulher mais bela do que eu?” E o espelho responde: “Não, minha rainha. Sois de todas a mais bela!” Então ela sorri, pois sabe que o espelho não pode mentir.
O escritor espanhol “Miguel de Cervantes” (29 de setembro de 1547 – 22 de abril de 1616), disse certa vez uma frase que o imortalizaria, mesmo se não houvesse dito ou escrito mais nada em sua vida: “Não creio em bruxarias, mas que elas existem, existem!”
Quase no mesmo sentido o dramaturgo inglês “William Shakespeare” (26 de abril de 1564 – 23 de abril de 1616), disse entre tantas outras coisas inteligentes (contidas em suas obras), o seguinte: “Há mais coisas entre o Céu e a Terra do que possa supor a nossa vã filosofia!”
Mas, não são só às bruxas que metem medo nos seres humanos. Outro “ente” que nos faz tremer de medo é o diabo, que foi denominado minuciosamente pelo personagem “Zé das Medalhas - Armando Bógus” (19 de abril de 1930 - 2 de maio de 1993), na novela “Roque Santeiro - Rede Globo” (1985), como: “Capeta; Coisa ruim; Cramulhão; Mequetrefe; Beldroegas; Demônio; Satanás; Lúcifer; Satã; Gênio do mal; Espírito das trevas; Demo; o coisa feia”. Como vemos, o diabo é conhecido por vários nomes e, muitos temem as suas tentativas de nos seduzir, nos levando para caminhos bem tortuosos. Tanto é assim, que muitas pessoas acreditam mesmo que o capeta tem dois chifrinhos na cabeça, usa um bigodinho bem fino, anda ardendo em fogo e fedendo a enxofre, arrasta um enorme rabo pontiagudo, leva na mão esquerda um tridente e impera nos subterrâneos dos confins do inferno. Só que acreditar nisso é pura besteira, coisa de gente atrasada e sem fé em Deus, pois, não foi Deus quem mandou o seu filho “Jesus” à Terra, para vencer o mal, dando sua própria vida como sacrifício para a salvação de todos os seus irmãos? Então, se acreditarmos que o mal ainda habita o mundo espiritual, estaremos afirmando que a crucificação de “Jesus Cristo” e todo o seu santo sacrifício, teriam sido em vão.
O diabo existe sim, porém, não encontrasse no inferno, o diabo está mais próximo do que nós imaginamos, usa terno e gravata e anda nos corredores dos palácios governamentais em “Brasília”, na “Casa Branca” e em outros países do Mundo. Está também na língua afiada das pessoas maledicentes e invejosas; na violência urbana e no tráfico de drogas; nas doenças e vírus; no terrorismo espalhado pelo Mundo, no ato impensado dos “Senhores das Guerras” (que dizem guerrear em nome de Deus). Mas, tolice maior que essa eu nunca vi, pois, é assim que o diabo age, no fundamentalismo religioso e mercantilista dos que vendem uma falsa imagem divina em seus templos “Do Reino de Deus”.
Existem outras tolices menores que essa (de crer na palavra de “pastores de rebanhos duvidosos”), pois, o que está escrito no Salmo 23 — “O Senhor é meu Pastor e nada me faltará!” — E não, “O Pastor é meu Senhor, nada me faltará!”
Tem gente que crê em seres extraterrestres; na existência do “Saci Pererê” (de gorrinho vermelho, pulando em uma perna só e de cachimbo no canto da boca), acreditam também em “gnomos”, “duendes”, “fadas”, “dragões” cuspindo labaredas flamejantes para todos os lados, creem na existência do “Abominável Homem das Neves” (“pé grande”), na “Mulher Loira do Banheiro”, no improvável “Monstro do Lago Ness”, no “Bicho-Papão”, nas “bruxas” e tantas outras entidades fabulosas das lendas urbanas, que habitam o inconsciente mítico da infância de cada um de nós. Existem aqueles que esperam encontrar um pote de ouro no final do arco-íris, ou acreditam que o trevo de quatro folhas pode trazer sorte para quem o guarde em sua carteira. E por falar em sorte, dizem que pé de coelho e a ferradura também dão sorte... Só não deram sorte para o coelho que perdeu “os seus pés” e para o cavalo, que com certeza não crê, que uma ferradura possa ser objeto de sorte, pois, senão ele não puxaria carroça, não disputaria páreos nas hípicas e tão pouco levaria os seres humanos em seu dorso.
Mudando a direção do assunto, mas, continuando nele, a única vez que procurei uma vidente (por telefone), tentando marcar uma entrevista para a emissora de TV em que trabalhava na época, ela atendeu a ligação frustrando a minha futura reportagem, pois, de cara perguntou quem estava falando? Mas, ela não se denomina vidente? Então deveria ter adivinhado quem estava do outro lado da linha. Sendo assim, parafraseando o ditado de “Cervantes”: “As bruxas não existem... E não existem mesmo e ponto final”. Pois, é preferível seguirmos o lema do “Halloween” (“Dia das Bruxas”), que diz o seguinte: “gostosuras ou travessuras?” e assim, tentar espantar a “uruca”. Se bem, que dependendo das “travessuras”, elas poderão se transformar em “gostosuras” também, pois, vai que a “bruxa” do “espelho mágico” é a “Angelina Jolie?” (4 de junho de 1975).
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웃 PERSONAGENS NAS ARTES NÃO MENCIONADOS NO TEXTO:
* “Madame Min - Mad Madam Mim” (1963), criação: “Estúdios Disney”. O visual da personagem foi criado pelo animador americano: “Milton Erwin Kah - Milt Kahl (22 de março de 1909 - 19 de abril de 1987).
* “Malévola” (2014) e “Rainha Grimhilde - Estúdios Disney” (1937).
* “Garfield e Odie” (1978), criações do cartunista americano: “Jim Davis” (28 de julho de 1945).