Dizem que sentir solidão é preferível, do que receber afeto dissimulado. Porém, o amor verdadeiro (este sim, é a melhor companhia), pois, bem acompanhados, nunca estamos solitários. Agora, quando se está mal acompanhado, você pode estar cercado por uma “Arena Esportiva” lotada de pessoas e mesmo assim, se sentirá só.
Feito este anteâmbulo, hoje trago aqui no ®DOUG BLOG, a história de “Soledad”, uma moça taciturna, de poucas palavras, nascida na província de “Valladolid, Espanha”, filha mais velha de cinco irmãos.
A família de “Soledad” sempre foi humilde, residindo em um velho sobrado, tendo a casa sempre cheia, pois, além de “Soledad”, residem no local seus quatro irmãos, pai, mãe, avô (pai de seu pai), uma tia (irmã de sua mãe) e um primo (que foi estudar na província), alugando o porão do sobrado, onde ele dizia: “encostar seu esqueleto”, cercado por paredes tão mofadas e gélidas. Porém, mesmo com a casa repleta de parentes, “Soledad” faz jus ao seu nome.
Por falar em estudar, “Soledad” acabou estudando só o básico, para poder trabalhar fora e ajudar nas despesas da casa.
“Soledad” chegou a ficar noiva, mas, desistiu de casar, por achar a vida conjugal e a maternidade, boa só para outras mulheres (talvez por influência de sua tia “Zaira”), que dividia com ela, um dos quartos do antigo sobrado. Esta tia que além de beata é solteirona, sempre dizia à “Soledad”, que o casamento é pura ilusão.
A beleza também não é algo que chame a atenção em “Soledad”, pois, como ela mesma diz:
💬 Não sou bela, sou simpatia pura!
“Soledad” adora escrever e, sempre coloca em seus textos a verdade do significado de seu nome: SOLIDÃO. Apesar de sua mãe viver sempre lhe contradizendo, falando que seu nome foi dado por conta de sua devoção a “Nossa Senhora da Soledade”. Ou seja, foi um ato de fé, não de solitude.
“Soledad” sempre teve uma triste sensação de estar presa do lado errado do rio, mas, quando passava para o outro lado da margem do rio, tinha o mesmo sentimento de grande vazio interior.
O certo, é que por se sentir “oca”, a solidão já atingiu “Soledad” bem mais que em seu nome, já pegou a moçoila de jeito, fazendo os cadarços apertados de seus sapatos e os laços de seus cabelos, se tornarem em grilhões, retirando sua liberdade, que na adolescência, faz a gente tentar se emponderar e assim, crer que podemos fazer tudo o que quisermos das nossas vidas. Mas, isso é utopia, cismava desolada “Soledad”, com os cotovelos pousados no parapeito da janela, onde observava a chuva molhar mais aquela tarde que também chegavam ao fim, em completa insipidez.