Bem, meus amigos e amigas do ®DOUG BLOG, tem uma frase minha que diz:
“Viver é nos desafiar todos os dias para sermos melhores!”
Em tempos pandêmicos, nunca falamos tanto em vida, em viver, em podermos voltar a conviver sem a “foice afiada da Dona Morte” sobre as nossas cabeças. Morrer hoje em dia, passou a ser estatística e o último suspiro de vida, está perdendo toda humanidade.
Indo na direção de um Mundo achacado e intolerante, alguns colegas filósofos acreditam, que só exista bondade na fase morfológica do útero e da infância, o quê me faz crer, que empatia e pandemia pouco condizem.
Quem nesta vida, nunca rodou aqueles globos/mapa-múndi (igual ao da “Mafalda”), apontou o dedo e pensou: “Um dia irei viajar para este lugar do Mundo que o dedo indicou!” - mas, quem em sã consciência, imaginaria que o Mundo todo seria acometido por um vírus fortemente letal, diferente de outras pandemias que já ocorreram em diversas fases do viver e assim, nenhum lugar, passou a ser o único lugar de (NÃO) ir e vir.
E quando criança, quem nunca lambeu a tampa de alumínio do potinho de iogurte, sorvendo aquela nata que ali estava, na língua? Quem na fase relativa à infância, nunca sofreu uma queda, se ralando todo, tendo escutado da mamãe (após ela fazer os curativos e dar um beijinho): “Quando casar sara!” - aquilo que as crianças nunca fizeram antes da pandemia, foi ficar tanto tempo enfurnadas dentro de casa, que hoje, além de ser o lugar que moramos, é escritório, escola, restaurante, cinema e parque de diversão.
Quem nasce, não consegue escolher a data do seu “Dies sollemnis natalis” (aniversário) e muito menos a data de seu “Le jour de votre décès” (o dia da sua morte). Mas, se na vida (por mais contraditório que seja), só o óbito é certo, o que uma pessoa espera ver escrito em seu obituário? Baseado no legítimo direito da “hipocrisia post mortem”, onde a pessoa que morre (por pior que tenha sido em vida), vira santo, eu digo (com muita ironia e pouca alegria), que todos (sejamos bons ou nem tanto), sem nenhuma exceção, depois de mortos, nos tornamos pessoas memoráveis. Talvez seja esta a explicação de muita gente agir sem medir as consequências de seus atos e/ou palavras irresponsáveis, boa parte da vida (e principalmente hoje, no negaciosismo do vírus), pois, estas pessoas sabem que depois de mortos, serão lembradas com galardão, mesmo tendo levado a vida numa espécie de “roleta-russa”¹.
Na maior parte do tempo da vida, algumas pessoas vivem nos bastidores das outras, especulando, se intrometendo, praticando o disse me disse. Porém, na morte, muitos querem estar na luz dos holofotes, com seus pêsames evasivos, ditos no ato das condolências dadas ao viúvo(a), satisfazendo assim (naquele momento), o mórbido desejo de se destacar mais que o defunto dentro do caixão.
Tanta gente morrendo prematuramente e até anonimamente pela “Covid”, sem ter um velório e um enterro digno, enquanto algumas pessoas, que sequer caráter tiveram em vida, são exaltadas, mesmo sem o merecimento de um epitáfio, de uma inscrição sobre suas lápides funerárias. Vivemos no limite da corda bamba, sem uma rede de proteção por baixo, onde nascemos para a finitude pouco sincera e nada mais.
Na Grécia antiga, a oração dos ritos fúnebres eram sempre discursos elogiosos, proferidos de modo solene, provando minha teoria, que quando se morre, as convenções sociais promovem a meritocracia alegórica dos elogios lúgubres, mesmo para aqueles que não os mereçam.
Como dizia minha saudosa “vó Lourdes”, sempre com muita sabedoria: “Não vale à pena gastar vela com defunto ruim!”
Encerro está postagem do ®DOUG BLOG, com outra das minhas frases, afirmando que o viver neste Mundo daqui para frente terá uma nova realidade (qual pouco sabemos qual será?) - e temos também uma certeza, que mesmo diante do caos, as pessoa “tóxicas, as ervas daninhas” é que nunca mudam.
“Aquele Mundo seguro e bonito de outrora não existe mais. Hoje com mais de meio século de vida, olho o Mundo e vejo um lugar enfermo, sombrio e repleto de gente ruim!”
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* Arte inicial da postagem ®DOUG BLOG, baseada na “Mafalda” / Animação abaixo: “Mafalda” (1964) e “Felipe” (1968), personagens do cartunista: “Quino” (17 de julho de 1932 - 30 de setembro de 2020).
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¹ A “Roleta-Russa”, é considerado uma espécie de “jogo suicida”, que levará a morte um dos seus participantes. Os “jogadores” devem colocar apenas uma bala no “tambor” do revólver, posicionando a arma na cabeça e efetuando o disparo.
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