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sábado, 31 de outubro de 2020

“Cora Coralina... Cora Coisa Linda”

“Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas” (20 de agosto de 1889 - 10 de abril de 1985), qual eu denomino carinhosamente de: “Cora Coisa Linda”, foi uma grande doceira, escritora, poeta e contista brasileira, que adotou o pseudônimo “Cora Coralina” (já idosa), para editar os seus escritos, que só conseguiu ver se transformar em livros, durante os últimos 20 anos da sua vida. 
   
“Cora Coisa Linda”, foi uma mulher doce (como eram doces também os seus saborosos quitutes), viu o seu primeiro livro ser publicado em junho de (1965) - “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais”, quando já tinha mais de 75 anos de idade, apesar de escrever seus versos desde a adolescência, quando a jovem “Aninha”, ganhava seus “trocados”, vendendo brigadeiros na Escola, pois, a menina sempre independente, queria poder comprar ela mesma os seus diários (encadernados de tecido e com cadeados), para escrever seus versos, qual ficaram guardados durante décadas, dentro de seu recato.
   
Mulher simples, (como citei), era doceira por vocação e profissão, tendo vivido parte da vida, longe dos grandes centros urbanos, alheia aos modismos literários e tecnológicos, mesmo assim, produziu uma obra poética rica nos detalhes do cotidiana, em particular, dos becos e ruas históricas de “Goiás Velho - GO”.
   
“Cora Coralina”, era filha de “Francisco de Paula Lins dos Guimarães Peixoto”, desembargador nomeado por “D. Pedro II” (2 de dezembro de 1825 - 5 de dezembro de 1891), em (24 de novembro de 1888), e de “Jacyntha Luiza do Couto Brandão” (mulher que “Cora” definia como simplória para o Mundo, mas, fundamental em sua vida).
    
A pequena “Ana”, nasceu e foi criada às margens do “Rio Vermelho - GO”, residindo por anos com seus pais, em uma casa antiga (“casa da ponte”). Estima-se que esta casa foi construída em meados do século XVIII, tendo sido uma das primeiras edificações da antiga “Vila Boa”. 
   
“Aninha” Começou a escrever os seus primeiros versos e textos, aos 14 anos, publicando-os posteriormente em jornais da cidade de “Goiânia - GO” e de outras cidades da região, como o semanário “Folha do Sul”, de “Bela Vista”, entre outros periódicos. Até numa revista do “Rio de Janeiro”, viu uma crônica sua ser publicada, em (15 de julho de 1917). 
  
Apesar da pouca escolaridade, enquanto estudou, sempre foi boa aluna, na “Escola Mestre Silvina Ermelinda Xavier de Brito”, onde cursou somente as quatro séries primárias.
   
Quando viu sua primeira crônica publicada, “Cora Coralina” começou a frequentar as “Tertúlias do Clube Literário Goiano”, onde lançou o poema evocativo “Velho Sobrado”, começando também a redigir textos e versos, para o jornal literário “A Rosa” (1907). Publicou em (1910), o conto “Tragédia na Roça”.
   
Em (1911), foi para o estado de “São Paulo”, casada com o advogado “Cantídio Tolentino de Figueiredo Bretas” (1859 - 1934), que exercia o cargo de “Secretário da Segurança”, do governo do presidente “Urbano Coelho de Gouvêa” (8 de julho de 1852 - 17 de fevereiro de 1925).
  
“Cora e Cantídio” viveram inicialmente no município de “Jaboticabal”, onde nasceram seus seis filhos: “Paraguaçu, Enéas, Cantídio, Jacyntha, Ísis e Vicência”. “Ísis e Enéas” morreram logo depois do parto. Em (1924). O casal  se mudou para à capital paulista, ao chegar lá, tiveram de permanecer algumas semanas trancada num hotel, em frente à “Estação da Luz”, uma vez que os revolucionários de (1924), haviam tomado conta da capital paulista.
    
Com a morte do marido, voltou a fazer doces e passou a vender livros. Posteriormente, mudou-se para “Penápolis”, no interior paulista, onde continuou a produzir e vender doces e linguiça caseira. Mudou-se em seguida para “Andradina”, cidade que atualmente, mantém uma “Casa da Cultura” com seu nome. Após rodar pelo interior de “São Paulo”, em (1956), resolve retornar para sua terra natal, “Goiás”.
   
Quando completou 50 anos, “Anna Lins dos Guimarães Peixoto Bretas”, relatou ter passado por uma profunda transformação interior, a qual definiria mais tarde como: “A perda do medo”. Nesta fase, deixou de atender pelo nome de batismo, assumindo o pseudônimo que escolhera para si, muitos anos atrás. Durante estes anos, “Cora Coralina” não deixou de escrever poemas relacionados com a sua história pessoal, com a cidade em que nascera e com ambiente em que fora criada. Ela chegou ainda a gravar de própria voz, um “Disco - LP”, declamando algumas de suas poesias, lançado pela gravadora “Paulinas Comep” - este disco pode ser encontrado hoje, em “CD”.
   
Senhora de poderosas palavras, “Cora Coralina” (quando ainda era “Aninha”), escrevia com simplicidade em seu desconhecimento, acerca das regras da gramática e pontuação, contribuindo assim, para que sua produção artística priorizasse a mensagem, ao invés da forma de escrita. Certa vez, “Cora Coralina” disse em uma entrevista, que ela se valia da licença poética em sua maneira de escrever, mesmo sem saber o quê significava licença poética.
   
Preocupada em entender o Mundo no qual estava inserida, e ainda compreender o real papel que deveria representar, “Aninha” parte em busca de respostas no seu cotidiano, vivendo cada minuto na complexa atmosfera da cidade de “Goiás”, que permitiu a ela, a descoberta de como a simplicidade pode ser o melhor caminho para atingir a mais alta riqueza de espírito.
    
Em (1978), quando saiu a segunda edição, de “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais” (composta e impressa pelas “Oficinas Gráficas da Universidade Federal de Goiás”), esta obra acabou sendo saudada por ninguém menos que “Carlos Drummond de Andrade” (31 de outubro de 1902 - 17 de agosto de 1987), no “JB - Jornal do Brasil”, em (27 de dezembro de 1980), quando a poeta, já era conhecida como “Cora Coralina”, uma mulher idosa, mas, que ganhou a atenção, passando a ser admirada por todo o “Brasil”. 
   
Após está citação de “Drummond” no “JB”, o poeta mineiro lhe escreveu a seguinte carta, após ler também (os originais), de “Vintém de Cobre - Meias Confissões de Aninha”.

“Minha querida amiga Cora Coralina: Seu Vintém de Cobre é, para mim, moeda de ouro, e de um ouro que não sofre as oscilações do mercado. É poesia das mais diretas e comunicativas que já tenho lido e amado. Que riqueza de experiência humana, que sensibilidade especial e que lirismo identificado com as fontes da vida! Aninha hoje não nos pertence. É patrimônio de nós todos, que nascemos no Brasil e amamos a poesia (...)”.
   
Onze anos depois da primeira edição de “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias - José Olympio Editora”, livro que reúne os poemas que consagraram o estilo da autora e a transformaram em uma das maiores poetas de língua portuguesa do século XX, lançou finalmente “Vintém de Cobre - Meias Confissões de Aninha - Editora Global”, escritos que “Carlos Drummond” enalteceu a qualidade.
   
“Cora Coralina”, recebeu o título de “Doutor Honoris Causa, da UFG”, em (1983). E, logo depois, no mesmo ano, foi eleita intelectual do ano e contemplada com o “Prêmio Juca Pato, da União Brasileira dos Escritores”. 
   
“Cora Coralina” faleceu em “Goiânia”, aos 95 anos, acometida por uma pneumonia. A sua casa (na cidade de “Goiás”), foi transformada num museu em sua homenagem, preservando toda história da vida literária da “doceira poeta”. 
   
“Cora Coisa Linda”, torna-se uma autora canônica, tendo mais obras publicadas postumamente do que em vida. No ano de (2006), recebe “in memoriam”, a condecoração da “Ordem do Mérito Cultural Brasileiro”.

Lista de obras em ordem cronológica:
(1965) “Poemas dos Becos de Goiás e Estórias Mais” — Poesia; 
(1976) “Meu Livro de Cordel” — Poesia;
(1983) “Vintém de Cobre - Meias confissões de Aninha” — Poesia;
(1985) “Estórias da Casa Velha da Ponte” — Contos.

Lista de obras póstumas em ordem cronológica:
(1986) “Meninos Verdes” — Infantil; 
(1996) “Tesouro da Casa Velha” — Poesia;
(1999) “A Moeda de Ouro que o Pato Engoliu” — Infantil; 
(2001) “Vila Boa de Goiás” — Poesia; 
(2001) “O Prato Azul-Pombinho” — Infantil. 


“Se a gente cresce com os golpes duros da vida, também podemos
crescer com os toques suaves na alma.” (Cora Coralina”)


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