O ®DOUG BLOG nesta 2ª parte dos “causos de mineiros”, não está “sozinhozinho”¹ para plantar a “rosa nas veredas do grande sertão”. Aqui tudo é FATO, é “tudim” verdade verdadeira UAI!
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Um mineiro está no “Rio de Janeiro”, abismado com a beleza das praias cariocas. Com os pés descalços, andando na areia escaldante, sem camisa, com um calção samba canção e sem cueca por baixo, estava “todo, todo” na praia de “Copacabana”. A “cariocada” toda zoando ele, fazendo piada. Mas, o “mineirim” alheio a tudo, olhou para o marzão e não se aguentou: correu a toda velocidade e deu um mergulho, com direito a cambalhota e tudo mais que tinha direito. Quando saiu, o cuecão de tecido fino estava transparente e grudado na pele. Todo mundo na praia ficou olhando para o tamanho do “pinto do mineirim”, o bicho ia até “pertim do juêi”. A turma nunca tinha visto coisa igual. A mulherada ficou doida, os homens roxos de de inveja. O “mineirim” então percebeu a situação, ficou todo envergonhado e gritou na direção de alguns homens que o olhavam espantados:
💬 “Qui qui” foi, UAI? - seus “bobãum”, vão “dizê qui” quando “oceis pula” na água fria, o “pintim doceis num incói tumém???”
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O amigo chega para o outro de nome Carlos Eduardo e fala:
💬 “Carzeduardo”, sua “muié” tá te “traíno cô o Arcides”.
💬 “Magina, num trai eu nunquinha. Cê tá inganado, sô!”
💬 “Carzeduardo”... “Carzeduardo”, toda “veiz qui ocê” sai pra “trabaiá”, o “Arcides” vai pra sua casa e “prega ferro na negóça” dela.
💬 Duvideodó, “cumpadi”, “eis num teria curage, ô Arcides” é meu amigão “du” peito!
💬 “Mai” tiveram “curagê simsinhô”, pode “ficá de oio”. “Tô ti falanu, pruqui tumem sô” seu amigo!
Indignado e cismado com o que o amigo lhe disse, Carlos Eduardo, se despede da esposa logo depois do almoço, finge que sai de casa, mas, se esconde dentro do guarda-roupa do quarto do casal e, fica só “curiando” pela fresta da porta. Logo vê a sua mulher levando o Alcides para dentro do quarto para começar a sacanagem. Mais tarde, ele encontra com o amigo, que muito curioso, queria saber das novidades.
💬 E então, “ô Carzeduardo, cumé qui” foi lá na sua casa?
💬 Foi “terrive di vê, cumpadi!” - o “Arcides jogô” minha “muié” na cama, “tirô a brusa” e “os peito dela caiu tudim!” - “tirô a carcinha”, a barriga e a bunda “dispencô tumem!” - “tirô as meia” e “apariceu aquelas varizaiada tudinha”, naquelas “perna tudo cabiluda - e eu dentro do armaio, cas mão no rostu”, só pensive: “Ai, qui vrigonha que tô do Arcides, minha nossinhora!”
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Dois amigos mineiros estavam bem “sussegadim” fumando seus “cigarrim de páia” e proseando. Conversa vai, conversa vem, a certa altura um deles pergunta para o outro:
💬 “Cumpadi, uquê quiocê” acha desse “negóço” de nudez que as “pessoa invia” no “celulari?”
O outro responde:
💬 Acho “bão por dimaisdaconta, sô!”
O outro ficou pensativo, meditando... E perguntou outra vez:
💬 “Má, ô cumpadi, mi exprica, ocê” acha “bão purcaus diquê messs?”
E o outro:
💬 “Uai é muito mió nudês, du que nunosso, né messss, cumpadi?”
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[NOTAS FINAIS ®DOUG BLOG]
¹ “Sozinhozinho” é um sufixo diminutivo da palavra “sozinho”, obtido no processo criativo do mineiro de “Cordisburgo, João Guimarães Rosa” (27 de junho de 1908 - 19 de novembro de 1967), em muitos de seus escritos. * Arte inicial animada da postagem ®DOUG BLOG
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웃 PERSONAGENS NAS ARTES NÃO MENCIONADOS NO TEXTO:
* “Garfield e Odie” (1978), criações do cartunista americano: “Jim Davis” (28 de julho de 1945).
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