Vou relatar duas histórias admiráveis do meu tempo de criança. A primeira foi na Escola, quando um dia uma professora estava perguntando aos alunos o que cada um de nós iria querer ser quando crescesse? Uns falavam médico; outros bombeiro; engenheiro; jogador de futebol; advogado; enfermeira... E até aquele sonho improvável de toda criança apareceu... Ser astronauta! Quando chegou a minha vez, eu respondi: “Eu quero ser um homem bom, assim como é o meu pai!”
A outra história se passa em um clube social (“Tijuca Tênis Clube – no Rio de Janeiro”). Esse clube organizava todos os anos um torneio de “futebol Society” (campo de saibro), para os associados de várias faixas etárias. Em um dos anos, eu pedi ao meu pai que fosse técnico, ele aceitou e assim foi feito. Apesar de ostentar a camisa 10 e a faixa de capitão (pois, era filho do técnico), eu e a bola nunca fomos muito “amigos”. De contra partida, o meu irmão do meio “Walter Júnior” (pois, “Walter” é também o nome do meu pai), este sempre foi fera com a bola nos pés. Então, por “livre e espontânea pressão”, o meu pai foi ser técnico de dois dos seus três filhos, na “Seleção da França” (já que a competição simulava uma “Copa do Mundo”).
Moral da história: o que as pessoas nunca entenderam, é por que um jovem acima do peso e ruim de bola como eu, quis exatamente jogar futebol em um clube, junto de uma maioria de garotos com porte atlético e que sabiam jogar bola? A resposta é simples. O meu pai trabalhava a semana inteira (em uma empresa de engenharia civil) e eu escolhi o futebol para ficar com o meu pai nos finais de semana, pois, como bons botafoguenses e frequentadores assíduos do “Estádio Jornalista Mário Filho - Maracanã”)¹, sempre amamos futebol. E onde fica o técnico? No banco de reservas, certo? E os reservas? (Que era o meu caso), ficam igualmente sentados no banco junto ao técnico. Então, eu estava justamente no lugar exato, passando estas manhãs de domingo, na companhia do meu querido pai.
E hoje, para a minha tristeza, vi o “Melhor Homem do Mundo” (meu pai), dar o seu último suspiro, estando em meus braços, deitado em sua cama, no apartamento que um dia foi um lar e que agora, é só um lugar onde passarei a morar sozinho.
“Walter Corrêa de Mello” (por família) e, “Walter de Mello” (por registro de nascimento)... Este grande botafoguense, mineiro da cidade de “Formiga - Minas Gerais” e, que esteve lúcido no alto dos seus 91 anos, completos no último dia 28 de outubro (dia de “São Judas Tadeu”), foi hoje ao encontro de Deus e da minha saudosa mãe “Neuza” (um casal que viveu um matrimônio feliz de 56 anos juntos).
Agora, com os olhos cheios de lágrimas e o coração transbordando de saudades, eu lhe digo mais uma vez: “EU TE AMO MEU PAI!”... Vai com Deus, se encontrar com minha mãe... “Meu querido, meu velho, meu amigo!”
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[NOTAS FINAIS ®DOUG BLOG]
¹ O “Maracanã” que eu frequentava com o meu pai, era aquele antigo, que cabiam 200 mil pessoas (ainda com a geral e as arquibancadas de concreto) e não este arremedo de estádio (que reformaram várias vezes) e, que após as modernizações, pode receber este número “estranho” de 87.101 pessoas acomodadas em assentos plásticos.
“Meu Querido, Meu Velho, Meu Amigo” (1979) -
“Roberto Carlos Braga” (19 de abril de 1941)
♫Esses seus cabelos brancos, bonitos
Esse olhar cansado, profundo
Me dizendo coisas, num grito
Me ensinando tanto, do mundo
E esses passos lentos, de agora
Caminhando sempre, comigo
Já correram tanto, na vida
Meu querido, meu velho, meu amigo.
Sua vida cheia, de histórias
E essas rugas marcadas, pelo tempo
Lembranças de antigas, vitórias
Ou lágrimas choradas, ao vento
Sua voz macia, me acalma
E me diz muito mais, do que eu digo
Me calando fundo, na alma
Meu querido, meu velho, meu amigo.
Seu passado vive, presente
Nas experiências, contidas
Nesse coração, consciente
Da beleza das coisas, da vida
Seu sorriso franco, me anima
Seu conselho certo, me ensina
Beijo suas mãos e lhe digo
Meu querido, meu velho, meu amigo.
Eu já lhe falei de tudo
Mas tudo isso é pouco
Diante do que sinto
Olhando seus cabelos tão bonitos
Beijo suas mãos e digo
Meu querido, meu velho, meu amigo.
Olhando seus cabelos tão bonitos
Beijo suas mãos e digo
Meu querido, meu velho, meu amigo.
Olhando seus cabelos tão bonitos
Beijo suas mãos e digo
Meu querido, meu velho, meu amigo.
Olhando seus cabelos tão bonitos
Beijo suas mãos e digo...♫
Tive o previlégio de conhecer o Sr.?Walter Melo! Um homem como nenhum outro. Um marido exemplar, um pai maravilhoso, um ser humano admirável. Hoje sinto sua falta, pois sempre sentirei. Sei que Deus tem ele no melhor lugar “lá em cima”, como diz os humanos. Ele sempre será lembrado com muita admiração e respeito. Que descanse em paz!🖤😢😢
ResponderExcluirMeus sinceros sentimentos meu amor infelizmente não tive o privilégio de conhecer seu pai,Mais sei que foi um ser humano maravilhoso homem de caráter,certamente está ao lado do pai agora sua missão foi cumprida , que Deus lhe dê o conforto queria Está com vc nesse momento de tristeza 🙁 brevemente estaremos juntos!
ResponderExcluirBom dia de segunda feira meu amigo Douglas!
ResponderExcluirCom emoção deixo aqui a minha boa impressão do que foi seu amado pai, sei bem como ficou seu coração na época da " partida" dele!
Sei também que quando voltam essas lembranças, seu coração bate mais forte e as lágrimas, com certeza voltam para extravasar a saudade!
Amar nossos pais, eu amei demais os meus, eles foram os pais que eu, possa ter escolhido, se é que isso tenha sido possível como muitos espiritualista afirmam.
Mas te digo, que bom que temos essas boas lembranças, que bom que tivemos esses nossos pais, que pena que eles tiveram de "ir', mas isso ê a vida, minha mãe me consolou antes de " partir" ela era linda, faz 30 anos isso, mas ainda ouço sua voz me dando coragem para seguir sendo como sou, alegre por natureza!Meu pai se foi faz 20 anos, deixou, como minha mãe, rico legado, assim como os seus amados pais!
Acredito que sua alma também seja assim, alegre e feliz que com certeza deixa seus pais, assim como os meus, leves no mundo espiritual!
Abraços bem apertados com muito carinho fraterno pra você!
Meu querido amigo, isto não se faz!!!!
ResponderExcluir(Não necessito de escrever para você ficar sabendo tudo o que penso neste exacto momento.)
Você estava junto do seu pai na hora da despedida. Eu recebi um telefonema às seis da manhã, a 500 km de distância. Por muito que tivéssemos dito um ao outro, o não ter havido o último abraço deixou a sensação de que tudo ficou por dizer.
Duas histórias, dois testemunhos do tamanho do seu amor por aquele «homem bom».
Beijo carinhoso, meu amigo.
Douglas, filho amado do coração. Ah! Se eu pudesse voltar no tempo, onde encontraria meu querido pai e tantos outros que amei, mas que pela estrada ficaram, porém, que guardados dentro de mim continuam. Com meu querido pai aprendi o verdadeiro valor do abraço, que amar é mais que um dom, é a boa música do Tom, que escutávamos juntos [É pau, é pedra, é o fim do caminho...] - porém, seria a morte o fim do caminho? Da vida eu creio que sim, mas das nossas melhores lembranças, jamais. Com meu pai aprendi que podemos viver em paz, que a vida vale ser vivida a cada segundo. Meu pai em cada afago me revelava uma lição diária, que no percorrer dos dias, meses e anos, somaram em quem hoje sou. Assim também via no seu pai muito do meu. Sr. Walter, que tive o prazer de conhecer, abraçar e dizer a ele muitas vezes, fatos sobre o bom filho que ele criou, com sabedoria ímpar, gentileza nobre e tantas outras qualidades, que jamais saberia enumerar aqui, porque só um filho com tamanha sensibilidade, presta uma homenagem ao [seu querido, seu velho, seu amigo] - de maneira tão elevada. Eu relutei em deixar um comentário aqui nessa postagem, pois sempre que leio, vertem lágrimas sinceras dos meus olhos já adinâmicos, devido as dores das nossas perdas. Mas hoje, diante ao momento de pandemia que vivemos, finalmente consegui aqui escrever algo, porque é melhor fazer determinada coisa de maneira atrasada, do que não fazê-la nunca.
ResponderExcluirUm fraterno abraço nesse luto, que assim como o meu, sei que ainda preserva em seu ser. E por favor, continue se cuidando diante desse nosso inimigo invisível e lúgubre.
Querido Douglas.
ResponderExcluir"Eu quero ser um homem bom, assim como é meu pai." Que bonito esse amor! Um belo exemplo seu pai foi para você. Valores humanos que são guardados no coração junto com a saudade.
Também perdi meus pais e essa dor eu conheço muito bem, é um pedaço do coração que é arrancado. Que Deus conforte nossos corações nesses momentos.Se cuida, beijo no seu coração.