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Em uma postagem recente aqui do ®DOUG BLOG, abordei “A Princesa e o Sapo”, hoje continuando nesta vertente dos “Contos de Fadas”, trago agora, a precursora das madrastas, a “Rainha Grimhilde” - bruxa má da fábula “Branca de Neve e os Sete Anões”, que como diz um conhecido ditado popular: “Por fora bela viola, por dentro pão bolorento!”
Neste Mundo pandêmico que vivemos, muitos dizem que a vida passou a ser madrasta e, isso se deve ao fato, das madrastas dos “Contos de Fadas”, nunca serem boazinhas. Aliás, a palavra madrasta já começa com “má”... Ou seja, madrasta nos remete a um “lugar de desconforto”, pois, todos somos filhos de pais da mesma genética (até mesmo as madrastas), assim, não gostamos de gente que venha suprir as funções de outrem na sua ausência, principalmente da mãe, legítima mulher que nos colocou no Mundo.
Se formos traçar um comparativo, vejam “Jesus de Nazaré” (7-2 a.C. - 33 d.C.), que um dia (mesmo sendo um homem justo e bom), foi crucificado. Então, como crianças e adolescentes podem aceitar em casa (sem crucificar), uma mulher que apareceu do nada para ocupar o lugar da sua genitora?
Levando ao pé da letra, a palavra madrasta é um substantivo feminino de dois gêneros: pode ser uma mulher que ajudará na criação dos filhos da pessoa com quem passa a constituir sociedade conjugal; ou no sentido pejorativo, é uma mulher má, incapaz de sentimentos afetuosos e amigáveis. Assim sendo, quando dizemos que: “A vida está sendo madrasta!” - é pelo fato das coisas estarem indo de mal a pior.
O problema das relações com uma madrasta (que não se case com um viúvo), é precisar entender como irá conviver com a “ex” do seu atual marido e também, com os enteados. Uma madrasta por melhor que seja, para os enteados, nunca será aceita sendo a 2ª mãe ou namoradinha do papai, pois, um dia (na primeira insatisfação, ou rebeldia), aparecerá na relação as seguintes reações: - “Você nunca vai substituir minha mamãe!” (diz uma criança pequena) - e uma porta sendo batida agressivamente (como resposta), caso seja um adolescente insatisfeito com a madrasta.
Divórcios e viuvez, sempre fizeram parte do contexto social, tornando as madrastas, parte do recomeço de algumas famílias. “A Psicologia da Gestalt”¹, revela que crianças que crescem em lares com madrastas, tornam-se em adolescentes ainda mais insubordinados que o normal, pois, não se submetem, não acatam as ordens da atual esposa do papai. São raras as exceções, que o convívio entre madrastas e enteados torna-se harmonioso. Ou seja, em um lar regido por uma madrasta, é complicado haver equilíbrio no convívio cotidiano convencional familiar, pois, em relações assim, as conversas são sempre “nitroglicerina pura”, com agressões verbais sem fim, desde as primeiras horas do dia. Ou seja, nem uma boa terapia familiar, conseguirá ajustar os “ponteiros deste relógio quebrado”, pois, a transgressora do lar desarmônico, já foi eleita até pelo atual companheiro... A madrasta.
Adolescentes são rebeldes, irônicos e porque não dizer, por vezes até perversos em suas atitudes. Assim, não é incomum observar a nova esposa do papai, receber vários apelidos averbados por eles... E apelidos (quase nunca), são da concordância de quem os recebe, causando prejuízos e discórdias nas relações pessoais.
Uma madrasta precisará sempre “cortar um dobrado”, para fazer as coisas darem certo (se é que um dia darão certo?) - porque, ela nunca será aceita de cara (principalmente pelos enteados). Então, assim que pisar no novo lar, tornará “num passe de mágica”, tudo mais complicado de se parecer com uma família feliz, com as relações pacíficas, chegando ao ponto, de um dia, o papai separar outra vez, pois, concluiu que a culpa desta balburdia dentro de casa, é da nova companheira. Porém, se o papai casar outra vez... E outra vez, terão estas novas “madrastas” uma sorte diferente da atual? - ou viveremos neste moto-contínuo de intolerâncias, agressões verbais infundadas, gratuitas e desnecessárias, tornando o tradicional: “E foram felizes para sempre...” (tão característico dos “Contos de Fadas”), na “maçã envenenada” da bruxa má?
Nas narrativas lúdicas das fábulas e dos contos de fadas, até o “espelho mágico” a certa altura, perde a paciência com a madrasta.
O certo, é que o Mundo (infelizmente), ainda continua muito machista, pois, diferente das madrastas, os padrastos quase sempre são aceitos de primeira, nas novas famílias que se aventuram a entrar.
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[NOTAS FINAIS ®DOUG BLOG]
¹ “A Psicologia da Gestalt”, estuda as sensações de espaço forma e tempo. As bases dessa teoria, foram estruturadas na doutrina fundamentada no conceito de que para se compreender as partes, é preciso antes, compreender o todo.
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웃 PERSONAGENS NAS ARTES NÃO MENCIONADOS NO TEXTO:
* “Lady Tremaine”: Literatura: (1697); “Disney - A Gata Borralheira” (1950), Madrasta malvada, antagonista da fábula: “Cinderella”, criação do escritor e poeta francês: “Charles Perrault” (12 de janeiro de 1628 - 16 de maio de 1703).
* “Snow White and the Seven Dwarfs - Branca de Neve e os Sete Anões” - “Estúdios Disney” (1937).