Tem muita gente por aí, que é “papagaio de pirata”, pegando carona na fama dos outros. Mas, quando ocorre o contrário, quando é o anônimo que faz barulho na vida do notório, como denominamos tal fato? Creio que para isso, ainda não temos um termo específico.
Pois, foi o que aconteceu com a crônica “Quase”, da estudante catarinense “Sarah Westphal Batista da Silva” (26 de setembro de 1983), que muitas pessoas atribuíram a autoria (sabe-se lá por quê?), ao escritor gaúcho “Luis Fernando Veríssimo” (26 de setembro de 1936), chegando ao ponto, do texto ter sido lido em formaturas universitárias, por exemplo, com agradecimentos efusivos de mestres/professores e alunos, ao sempre genial “Veríssimo”.
Mas, entre criador e criatura, entre “pirata e papagaio”, existe outra peculiaridade na vida de ambos, além da crônica “Quase”, “Sarah e Veríssimo” são nascidos coincidentemente no dia (26 de setembro), regidos pelo signo de virgem.
Falando em datas, no dia (31 de março de 2005), “Sarah” resolveu retomar o controle deste “balão sem rumo” que havia se transformado sua crônica, após observar “Veríssimo” desmentir muitas vezes (na mídia - de um modo geral), ser ele o autor deste “presque” (qual o escritor gaúcho até achou um bom texto). Assim, “Sarah Westphal” deixou uma mensagem ao escritor em uma de suas “Redes Sociais”, contando ser ela a verdadeira autora do texto, desfazendo de vez o mistério. Porém, “Luis Fernando Veríssimo” por alguns instantes, “QUASE” quis que esta bela crônica fosse sua realmente.
“QUASE”
“Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez, é a desilusão de um QUASE. É o QUASE que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem QUASE ganhou ainda joga, quem QUASE passou ainda estuda, quem QUASE morreu está vivo, quem QUASE amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença do bom dia, QUASE que sussurrado. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance para as coisas que não podem ser mudadas, resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória, é desperdiçar a oportunidade de merecer. Para os erros há perdão; para os fracassos, chance; para os amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando, porque, embora quem QUASE morre esteja vivo, quem QUASE vive já morreu.”
Sempre oferecendo publicações fartas em ironia que muito me agrada ler.
ResponderExcluir.
Um feliz início de semana
Cuide-se
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Pensamentos e Devaneios Poéticos
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Caro Ricardo,
ExcluirSão os melhores “condimentos” que temperam nossas crônicas, textos e poemas.
Retribuo o desejo de feliz semana e cuide-se também!!!
buona settimana Doug!
ResponderExcluirUna buona settimana anche per te, mia cara amica Olga.
ExcluirUn bacio e abbi cura di te!!!
Querido Douglas.
ResponderExcluirMas uma vez um texto muito bem escrito e esclarecedor, não conhecia esse fato.
Doug Blog é cultura e muito bem informado. Gostei do seu título. Perfeito!
As suas artes é um show a parte, que amo.
Penso que isso acontece com algumas pessoas que gostam de escrever, inclusive já aconteceu comigo, embora eu tenha uma escrita super simples, diferentemente da bela escrita da crônica " Quase " da Sarah wetphal.
Por coincidência também sou do mesmo signo de virgem.
Que bom que a crônica teve seu merecido crédito a quem de direito.
Realmente Veríssimo gostaria de ter escrito essa impecável crônica que só diz verdades.
Que nossa vida seja a certeza de um verão iluminado de possibilidades!
Te cuida você é um gentleman que mora no meu coração!
Uma boa semana com muita saúde. Beijos.
Minha doce amiga Maria,
ExcluirO bom da vida é sempre reconhecer o valor das pessoas e isso ainda é melhor, quando estas mesmas pessoas são reconhecidas em vida.
“Luis Fernando Veríssimo” é detentor de talento ímpar, jamais se apropriaria de um texto (por melhor que seja), pois, ele pode até não gostar de chimarrão e de subir num cavalo, mas, sabe como ninguém, “dar nome aos bois”. E assim, também faço aqui no ®DOUG BLOG, sempre destacando datas e nomes completos dos autores (sejam eles notórios ou não).
Fico feliz que tenha apreciado mais esta postagem e as artes relacionadas ao texto. Se o ®DOUG BLOG é cultura, o meu incentivo maior de disseminar cultura, são vocês meus amigos, leitores e seguidores deste meu espaço na Web.
Sobre o título, creio que um bom texto/crônica, começa sempre pelo título.
Agora, quanto a tua escrita ser super simples, eu particularmente aprecio muito esta “singeleza virginiana” das “letrinhas de mãos dadas”, que sempre leio no “maemili”.
Retribuo o carinho contido em tuas palavras, o desejo de boa semana com muita saúde e os beijos. Cuide-se bem, pois, você também mora no meu 💗
Que legal e como existem na internet textos atribuídos a quem não de direito. Sempre que os vemos temos que tentar fazer chegar ao verdadeiro dono! Veríssimo é maravilhoso e o QUASE também. Lindo post, mais um, assim! abração, ótima semana,chica
ResponderExcluirMinha querida amiga Chiquitita,
ExcluirEu primo sempre aqui no ®DOUG BLOG nas datas de nascimento e falecimento, nos nomes completos dos autores, pois, isso é respeitar quem facultou seu tempo escrevendo algo para si e para os outros. Ninguém precisa ser notório para ser reconhecido, o gigante “Fernando Pessoa”, por exemplo, se escondia atrás de heterônimos e isso, lhe fez notório e ainda mais PESSOA!!!
Retribuo o abração e o desejo de ótima semana.
“E segue o baile de máscaras!!!” 😷
Costumava ler as crónicas de Luís Fernando Veríssimo. Se a crónica não era dele, o que o levou a pensar que era? O estilo? As palavras usadas? Faz confusão...
ResponderExcluirUma boa semana com muita saúde.
Um beijo.
Querida Graça,
ExcluirEscritos apócrifos são comuns até mesmo nas escrituras bíblicas. Todas as palavras existentes já foram unidas umas nas outras, compondo livros, Teses, textos, crônicas, poesias, etc... - aquilo que difere realmente os autores das obras, com certeza, é o estilo da escrita de cada um, pois, mesmo que se assemelhem, existe sempre uma tênue diferença, que indica o autor da obra.
Retribuo o beijo e o desejo de uma boa semana com muita saúde. Cuide-se bem, minha valiosa e graciosa amiga!!!
Gosto muito de Verissimo e já tive o prazee de o ver e de lhe pedir um autógrafo, num livro que comprei a aquando da sua vinda a Lisboa, há anos; comemorou-se o dia do Brasil em Portugal e ao mesmo tempo, o dia de Portugal aí no Brasil; vários espectáculos com artistas de ambos os paises e feira de livros em português. Já tinha lido, não sei onde, que o Luis Fernando Verissimo tem tido necessidade de desmentir a autoria de alguns textos que poderiam ser dele, mas não são. Este texto " Quase " está uma maravilha . Obrigada pela partilha, Amigo! Gostaria de ter sido eu a escrevê-lo, mas cadê o talento? Perdeu-se ao nascer....durante o parto ... Que pena!!!!
ResponderExcluirUm beijinho e SAÚDE!
Emilia
Amiga Emília,
ExcluirEu particularmente gosto de “Luis Fernando Veríssimo”, muito pelo tom jocoso de suas crônicas.
Enganam-se aqueles que creditam sabedoria somente aos que se tornam cultos e notórios. A sabedoria popular é diversificada. Os verdadeiros sábios são aqueles, que duvidam mais que os que possuem um grau cognitivo inferior, pois, duvidando, aguçamos nossa vontade de aprender e, com o aprendizado diário, a verdade das coisas salta aos olhos.
Tua modéstia é valiosa, pois, a modéstia anda de mãos dadas com o altruísmo.
Retribuo o beijinho e o desejo de saúde. Cuide-se bem!!!
passando para desejar uma feliz semana com muita saude mais um bonito texto bjs
ResponderExcluirAmiga Belinha,
ExcluirGrato por sempre apreciar minhas publicações aqui no ®DOUG BLOG.
Retribuo os beijos e o desejo de feliz semana com muita saúde!!!
No solo en la escritura hay lo que por aquí se llaman "negros" que son quien en realidad escriben lo que otros firman y cobran.
ResponderExcluirEn escultura y pintura tiempo atrás hay obras atribuidas a los grandes y en realidad eran asalariados en su taller. Esto lo conocí en las múltiples visitas a iglesias.
Saludos.
Tomás,
ExcluirEsto sucedió en la historia de los escultores franceses "Camille Claudel" y "François-Auguste-René Rodin", donde "Rodin" ganó fama por muchas esculturas que fueron realizadas por las hábiles manos de "Camille", su asistente y amante. Pero un día aparece la verdad, más vale tarde que nunca. Abrazos.
Quase, quase, sempre me fez impressão.
ResponderExcluirCaro Pedro,
ExcluirÉ como se diz... Antes QUASE, do que nunca!... Ou é QUASE isso! 😂😂😂
Abraços!!!
Olá meu amigo, jornalista, professor e agora poeta.
ResponderExcluirPodia jurar que escrevi por aqui ontem.
Mas não vou jurar, não.
Atrapalhada que sou provavelmente escrevi, e ao invés de enviar, eu saí.
Doideira minha...
É uma bela crônica, até eu gostaria de poder escrevê-la.
Eu a tinha no antigo G+, mas não me recordo a quem atribui os créditos.
Existem muitos textos que dão créditos errados, e assim vão passando.
Fazer o que?
Erros acontecem, afinal somos humanos.
Beijos, cuide-se.
Feliz semana.
Minha querida amiga Lúcia,
ExcluirVamos lá... Tu estás QUASE certa... Não existe outro comentário teu além deste. E sim, sou jornalista e Mestre de filosofia, já poeta, só mesmo de gaveta. Gosto de brincar com as palavras... Mas, se nem mesmo “Clarice Lispector, Pablo Neruda e o gigante Fernando Pessoa”, se consideravam poetas, eu que não me atreveria ser.
“Não sou poeta! Não sou nada. Nunca serei nada. Não posso querer ser nada. À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo...” (2ª versão do trecho do poema: “Tabacaria - Álvaro de Campos, heterônimo de Fernando Pessoa”).
Tudo QUASE esclarecido, retribuo os beijos, o desejo de feliz semana e cuide-se bem!!!
"Almost"...ha, yes, a word I use far too often!😉
ResponderExcluirGuess, if I'm brutally honest, I consider myself...almost alive!
But who would have dared to venture into these borderlands of uncertainty...with the exception of you, my friend?
One of the bravest Souls I know!!
Take care and stay safe.😊😊
Many Kisses xxx
My sweet Ygraine,
ExcluirThere is a phrase of mine that says:
"Being brave is not just knowing how to face fears ... It's knowing how to face life with an open chest!"
Today nothing is easy, especially in this new model of the world in which we live. We have to reinvent ourselves ... ALMOST trying to be ourselves again.
Take care of your health my dear friend, because you are very valuable to me.
Many kisses!!!
Meu jovem e sapiente Douglas, mais uma postagem de reconhecimento histórico e cultural, 'colocando os pingos nos is', com as partes pertinentes citadas, creditando valor ao verdadeiro autor(a) desse belo texto quase, que com certeza o eclético Veríssimo gostaria de ter escrito, assim como tenho certeza também, que muita gente de valor reconhecido pela mídia, gostaria de escrever muitos dos seus belos textos. Vamos seguindo quase com as vacinas, então como estamos quase imunizados, continue se cuidando contra o vírus.
ResponderExcluirFraternos abraços e até breve.
Meu nobre amigo e professor Ruy,
ExcluirTuas palavras são sempre afáveis, são bálsamos revigorantes nestes dias corridos e ainda pandêmicos, que todos nós vivemos.
Trago comigo sempre a presença dos meus melhores amigos... Os livros. Eles “conversam” comigo diariamente. O amigo é sabedor, de que um bom texto/crônica, só existe com uma maneira permanente da boa leitura, pois, compões com muita especiosidade (no melhor sentido que esta palavra representa), os teus escritos.
Vamos nos cuidando sempre, já que dos governantes não podemos esperar QUASE nada... Ou nada.
Retribuo o carinho nas palavras e os fraternos abraços.
Boa noite senhor Doug do Doug Blog, seu blog é simplesmente uma obra de arte.
ResponderExcluirParabéns pelo trabalho e dedicação.
Shinobiu,
ExcluirGrato pela deferência ao conteúdo do ®DOUG BLOG.
Comente aqui e no Feed sempre que sentir vontade.
Um abraço!!!