A talentosa compositora, cantora e botafoguense, “Zélia Duncan”, foi muito feliz ao escrever e postar nas “Redes Sociais”, este belo desabafo, “versando” sobre arte, combatendo a censura governamental, que atinge em cheio, arte e artistas (de maneira cruel), nesta “...pátria minha. Tão pobrinha!...” - de um “poetinha, Vinicius de Moraes”¹... De um “Vinicius de Moral elevada” e alma lavada, com o melhor “Scotch 20 anos”.
“Zélia” com sua “Vida em Branco”, deu uma bela pedrada, na “vidraça embaçada”, desta gente que só sabe abrir a boca para comer, cuspir, bocejar e falar besteiras.
E como são tristes estas pessoas, sem os sentimentos voltados para a beleza contida na arte. Quem não reconhece a arte, não vislumbra qualidades em ninguém, pois, a arte se origina de gente criativa. Pessoas assim, só sabem ver e colocar defeito em tudo, julgam só existir imperfeições nos outros, esquecendo de um simples detalhe... No “moto-contínuo da vida”, “eles” são os outros para “nós” outros.
Ou seja, na maior parte do tempo, levam suas “Vidas em Branco”, por livre e espontânea vontade. Porém, existe veracidade em alguém que vive sem arte e alegria?
“Vincent Willem van Gogh” (30 de março de 1853 - 29 de julho de 1890), pintou em (1888), a tela: “Florada Branca”, mostrando que arte se faz (em branco), porém, dispondo de uma paleta de cores; a arte está contida, nos “50 Tons de Cinza”, dos escritores; ou na ♫Bandeira branca, amor; Não posso mais. Pela saudade; Que me invade eu peço paz...♫ - dos cantores.
Queremos paz, para podermos reescrever a história dos tempos vindouros... Para pintar novas telas... Para assistir o “nascimento de mil tons, que nos ‘acorde’”, pois, ♫...Assim falava a canção que na América ouvi...♫
Fica o convite, para o retorno da alegria, porque, somos todos artistas neste belo palco da vida... “Para quem tem alma!”
°°°
¹ “Vinicius de Moraes”, nascido “Marcus Vinicius de Moraes” (19 de outubro de 1913 - 9 de julho de 1980), foi um poeta, dramaturgo, jornalista, diplomata, cantor, compositor e mais um grande botafoguense. Poeta de estilo lírico, notabilizou-se pelos seus sonetos, o que lhe rendeu o epíteto de “poetinha”.
“Vida em Branco” (2020)
“Você não precisa de artistas?
Então me devolve os momentos bons
Os versos roubados de nós
As cores do seu caminho
Arranca o rádio do seu carro
Destrói a caixa de som
Joga fora os instrumentos
E todos àqueles quadros
Deixa as paredes em branco
Assim como a sua cabeça
Seu cérebro de cimento
Silêncio cheio de ódio
Armas pra dormir
Nenhuma canção pra ninar
E suas crianças em guarda
Esperando a hora incerta
Pra mandar ou receber rajadas.
Você não precisa de artistas?
Então me devolve os momentos bons
Os versos roubados de nós
As cores do seu caminho
Arranca o rádio do seu carro
Destrói a caixa de som
Joga fora os instrumentos
E todos àqueles quadros
Deixa as paredes em branco
Assim como a sua cabeça
Seu cérebro de cimento
Silêncio cheio de ódio
Armas pra dormir
Nenhuma canção pra ninar
E suas crianças em guarda
Esperando a hora incerta
Pra mandar ou receber rajadas.
Você não precisa de artistas?
Então fecha os olhos, mora no breu.
Esquece o que a arte te deu,
Finge que não te deu nada.
Finge que não te deu nada.
Nenhum som, nenhuma cor,
Nenhuma flor na sua blusa.
Nenhuma flor na sua blusa.
Nem Van Gogh, nem Tom Jobim,
Nem Gonzaga, nem Diadorim.
Nem Gonzaga, nem Diadorim.
Você vai rimar com números.
Vai dormir com raiva,
E acordar sem sonhos, sem nada.
E acordar sem sonhos, sem nada.
E esse vazio no seu peito
Não tem refrão para dar jeito,
Não tem refrão para dar jeito,
Não tem balé para bailar.
Você não precisa de artistas?
Então nos perca de vista!
Nos deixe de fora
Desse seu mundo perverso,
Desse seu mundo perverso,
Sem graça, sem alma.
Bom dia...
Para quem tem alma!”
Para quem tem alma!”
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