Que eu saiba só existem dois tipos de música: boa ou ruim. Porém, os críticos de arte, os “especialistas” (sempre eles), qualificam ou desqualificam sempre as coisas e nunca se cansam de rotular tudo que aparece pela frente.
Antigamente, os mais simplórios diziam gostar de música “sertaneja de raiz”, agora, os mais modernos dizem gostar de música “sertaneja universitária”; os mais requintados, deixaram a “Bossa Nova” de lado e passaram para a “MPB - Música Popular Brasileira”; o que antes era denominado de música romântica, música “POP”, passou a ser, no Mundo contemporâneo, música “brega”; os afro-americanos variaram sempre entre o “Jazz e o Blues”, enquanto outro afro-americano “Michael Jackson” (29 de agosto de 1958 - 25 de junho de 2009), cantava - “Black or White” nos anos noventa e acabou deixando de ser “Black”, se tornando “White”. E se bobear, nem a música clássica se salva, pois, esta é dita ser coisa de gente erudita e de “nariz empinado”.
Mas, qual é a diferença entre o “Waldick Soriano” (13 de maio de 1933 - 4 de setembro de 2008), que cantava: ♫Eu não sou cachorro não, para ser tão desprezado...♫; para o “Wando?” (2 de outubro de 1945 - 8 de fevereiro de 2012), com suas pérolas: ♫...Quando tão louca, me beija na boca, me ama no chão...♫ - ♫...Você é fogo, eu sou paixão...♫ ou ♫...Coisa, coisa cristalina, mata meu desejo, mata minha sede, deixa eu te querer...♫ (que muitos dizem não ser uma cansão de amor e sim, uma alusão as drogas). Já o “Roberto Carlos” (19 de abril de 1941), com os seus: ♫...Detalhes tão pequenos de nós dois...♫, até de “rei” é chamado; de contrapartida, “Odair José” (16 de agosto de 1948), que suplica para que você... ♫...Pare de tomar a pílula... Porque ela não deixa o nosso filho nascer...♫, um dia (acreditem), já foi “rock'n'roll” e hoje é considerado “brega”. Mas, o ícone maior da “dor de cotovelo”, que “bebeu suas mágoas” em mesas de bares, foi “Reginaldo Rossi” (14 de fevereiro de 1943 - 20 de dezembro de 2013) ♫Garçom, aqui nessa mesa de bar, você já cansou de escutar, centenas de casos de amor...♫
Já diz o ditado: “Quem canta os seus males espanta!” - e não: “Quem canta música boa ou ruim, os seus males espanta!”
Na vida, quase tudo é matemática e quase tudo é música também (sejamos afinados ou não?) - pois, quem não tem uma canção que marcou um romance em sua vida ou um desamor? Quando nos casamos, é tocada a marcha nupcial (que é música); quando morremos, a marcha é outra... Fúnebre (mas, é igualmente música); nos bailes de debutantes, dança-se a valsa e assim por diante. E mesmo que o gosto pela música entoada seja discutível, como o “funk”, por exemplo, o que devemos entender, é que pessoas são diferentes, umas tem bom gosto e outras mau gosto e na música, isso acontece da mesma maneira.
A música popular brasileira é tão estranha e contraditória, que o nosso principal compositor neste gênero, é “de Hollanda” (“Chico Buarque de Hollanda” - 19 de junho de 1944), que agora também escreve livros (que vamos combinar, não são lá nenhum primor); já o cantor e compositor “Adoniram Barbosa” (6 de agosto de 1910 - 23 de novembro de 1982), fazia sambas de breque, com sua caixinha de fósforos nas mãos; o seu “Zé Kéti” (6 de outubro de 1921 - 14 de novembro de 1999), compunha suas belas marchinhas de carnaval; o maestro “Tom Jobim” (25 de janeiro de 1927 - 8 de dezembro de 1994), foi uma das cabeças pensantes da “Bossa Nova”; enquanto o outro “Tom”, que continua entoando outros tons, é o “Tom Zé” (11 de outubro de 1936), pois, o tipo de música que ele faz é inominável, é algo perdido no tempo e no espaço, que vai muito além do “Chico César” (26 de janeiro de 1964); ou do Hermeto Pascoal (22 de junho de 1936), que já é quase uma onomatopeia musical. Porém, uma melodia só se torna realidade, quando passamos a compreender o quê fazia o multi-instrumentista, maestro e arranjador (o albino), “Sivuca” (26 de maio de 1930 - 14 de dezembro de 2006), que “dentro de seus barulhos”, aquilo que ele fazia, era realmente música e muitas vezes, até música de excelência.
♫...Ai, meu Deus, que saudade da Amélia, aquilo sim é que era mulher...♫ - “Ai Que Saudade da Amélia” (1942), que é de autoria de: “Ataufo Alves” (2 de maio de 1909 - 20 de abril de ) e “Mário Lago” (26 de novembro de 1911 - 30 de maio de 2002), é o retrato fora de foco, cantado em verso e prosa, no pior tom de machismo possível, mas, que na época, antes do “politicamente correto”, era só mais uma canção romântica.
Todas as músicas se expressam e se confrontam, conforme o seu tempo, muitas, cantam o amor em épocas diferentes, porém, o sentimento é o mesmo. As músicas de hoje são piores, pois, os amores de hoje também são piores que os de outrora. Os amores modernos nos condenam a “dormir na praça” e, passam em nossas vidas como “meteoros da paixão”. Os amores de hoje já não nos permite ser “exagerados, jogados aos seus pés...” - os amores contemporâneos, são trocados pelas sextas-feiras, regadas com muita “sofrência” e: ♫...Cerveja, cerveja, cerveja... Cerveja...♫
Quem está com mais de 40 anos, certamente se lembra de “José Abelardo Barbosa de Medeiros - Chacrinha” (30 de setembro de 1917 - 30 de junho de 1988), que fez grande sucesso algumas décadas atrás na “TV”, jogando bacalhau no público e buzinando os calouros ruins, que ganhavam o “troféu abacaxi” (que nada mais era que um abacaxi, desses que se compram no mercado). A música da abertura do programa “grudava” na cabeça das pessoas igual chiclete: ♫Abelardo Barbosa ♪ Está com tudo e não está prosa ♪ Menino levado da breca ♪ Chacrinha faz chacrinha na buzina e discoteca ♪ Ó Terezinha, ó Terezinha, é um barato o cassino do Chacrinha ♪ Ó Terezinha, ó Terezinha, é um barato o cassino do Chacrinha♫.
Muitos nomes citados em canções fizeram (e ainda fazem), o terror de quem possui estes nomes em seus registros de nascimento, pois, nenhuma “Tereza” ou “Terezinha” da época do “Chacrinha”, aguentava as piadinhas infames (enquanto o programa esteve no ar). E a “Geni” (aquela do Zepelin), de autoria do “Chico Buarque?” - esta canção de (1978), mandava “jogar pedra na Geni... Jogar bosta na Geni, pois, ela era boa de apanhar, era boa de cuspir... Maldita Geni!” - já à “Amélia”, como já citei aqui, “era uma mulher de verdade, porque, não tinha vaidade e sabia passar fome ao lado do seu homem”. Mas, nada é tão brega quanto o ♫...Biquini de bolinhas amarelinhas, tão pequeninho, que mal cabia na Ana Maria...♫¹
Porém, tudo isso, é da época do “LP de vinil” (que muitos colecionam) e que ainda hoje, alguns cantores gostam de lançar no mercado. O problema é encontrar as danadas das agulhas das vitrolas (da época da vovó), que tocam estes discos, que hoje são considerados “retrô ou vintage”.
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[NOTAS FINAIS ®DOUG BLOG]
¹ “Biquini de Bolinha Amarelinha” (1964), é uma versão do maestro “Hervé Cordovil” (3 de fevereiro de 1914 - 16 de julho de 1979), cantada por seu filho “Ronald Cordovil - Ronnie Cord” (22 de janeiro de 1943 - 6 de janeiro de 1986), baseado na canção: “Itsy Bitsy Teenie Weenie Yellow Polkadot Bikini” (1960), composição de: “Bryan Hyland”, (12 de novembro de 1943), gravada em português por: “Ronnie Cord”, do original em inglês, em (1961).
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웃 PERSONAGENS NAS ARTES NÃO MENCIONADOS NO TEXTO:
* “Garfield e Odie” (1978), criações do cartunista americano: “Jim Davis” (28 de julho de 1945).
“Black or White” (1991) - “Michael Jackson”
(29 de agosto de 1958 - 25 de junho de 2009)
♫I took my baby on a Saturday bang
Boy is that girl with you?
Yes we're one and the same
Now I believe in miracles
And a miracle has happened tonight
But, if you're thinkin' about my baby
It don't matter if you're black or white.
They print my message in the Saturday Sun
I had to tell them I ain't second to none
And I told about equality and it's true
Either you're wrong or you're right
But, if you're thinkin' about my baby
It don't matter if you're black or white.
I am tired of this devil
I am tired of this stuff
I am tired of this business
Sew when the going gets rough
I ain't scared of your brother
I ain't scared of no sheets
I ain't scared of nobody
Girl, when the going gets mean.
Protection
For gangs, clubs, and nations
Causing grief in human relations
It's a turf war on a global scale
I'd rather hear both sides of the tale
See, it's not about races
Just places, faces
Where your blood comes from
Is were your space is
I've seen the bright get duller
I'm not going to spend my life being a color.
Don't tell me you agree with me
When I saw you kicking dirt in my eye
But, if you're thinkin' about my baby
It don't matter if you're black or white.
I said if you're thinkin' of being my baby
It don't matter if you're black or white.
I said if you're thinkin' of being my brother
It don't matter if you're black or white.
Black or white
Black or white
Yea, yea, yea now
Black or white
It's black, it's white
It's tough for you to get by (yeah, yeah, yeah)
It's black, it's white
It's tough for you to get by (yeah, yeah, yeah)
It's black, it's white
It's tough for you to get by (yeah, yeah, yeah)
It's black, it's white
It's tough for you to get by (yeah, yeah, yeah)
It's black, it's white
It's tough for you to get by (yeah, yeah, yeah)
It's black, it's white.♫