Sendo um historiador, sempre me questionei se “Sir. Winston Leonard Spencer-Churchill” (30 de novembro de 1874 - 24 de janeiro de 1965), teria sido um vilão ou um líder da nossa História? - pois, até no “Reino Unido”, se discute isso até hoje, depois de tantos anos após sua morte.
O contraditório (e ponto positivo de “Churchill”), foi ele ter sido votado como o maior britânico de todos os tempos, em uma enquete feita pela “BBC - British Broadcasting Corporatio”, no ano de (2002). Mas, agora alguns setores no “Reino Unido” da (“Geração Brexit”), estão querendo fazer uma revisão histórica sobre o primeiro-ministro inglês, que liderou o país durante a “Segunda Guerra Mundial”.
Os opositores “Churchill”, alegam que foi a propaganda imperialista britânica, que criou o mito de que ele teria sido o principal combatente do fascismo. A verdade (para os opositores de “Winston Churchill”), entretanto, é que ele foi um fervoroso racista, anticomunista, reacionário e com consideráveis simpatias pelo fascismo. Sua principal preocupação era a defesa do suposto “Império britânico”. Tais circunstâncias forçaram-no a alinhar-se, de maneira dissimulada e sem entusiasmo, com os soviéticos, na guerra contra a “Alemanha Nazista”, O único país na frente ocidental que lutava contra o fascismo era a extinta “União Soviética”, que fez a contribuição mais significativa na derrota da “Alemanha hitlerista”.
É reconhecido historicamente, que “Winston Churchill”, nunca escondeu sua crença na “supremacia branca” e considerava os indianos uma “raça inferior”. Ele também defendeu o uso de “gás venenoso/mostarda”, contra curdos, afegãos, “tribos não civilizadas” e tropas otomanas. Os seus defensores dizem que ele mandava as suas tropas utilizarem gás lacrimogênio e, não a este gás fortemente letal.
A “Áustria”, país onde nasceu “Adolf Hitler” (20 de abril de 1889 - 30 de abril de 1945), sente vergonha deste filho nada dingo. Agora, como “Hitler”, muitos da geração de “Winston Churchill”, consideram que ele também tinha visões antissemitas, deixando de admirar o velho “Ministro da Rainha”, por conta de graves atitudes destemperadas de “Churchill”, durante a “Segunda Guerra Mundial”.
O certo, é que “Winston Churchill”, foi vital para manter o moral elevado das tropas, durante os combates, levando à vitória o país no confronto com os nazistas. Dessa maneira, muitos historiadores argumentam, que “Churchill” não deveria ser julgado pelos padrões de hoje e que, apesar de suas falhas, ele era um grande homem.
No entanto, as controvérsias sobre o seu legado continuam. As críticas mais recentes vieram do “Partido Trabalhista”, que consideram “Winston Churchill” um “vilão”, por enviar soldados para reprimir um protesto de mineiros no “País de Gales”, em (1910). Na época, “Churchill” ainda era “Ministro do Interior”.
Membros nacionalistas do “Parlamento da Escócia”, afirmam categoricamente, que “Churchill” era um “assassino em massa”, um “supremacista branco” e acusam “Winston Churchill” de ser responsável por piorar os efeitos de uma grande fome, que matou cerca de três milhões de pessoas na província de “Bengala, na Índia”, quando o território ainda era colônia britânica, nos anos (1940). Hoje, o território da “Bengala” está dividido entre “Índia e Bangladesh”. Esta grande fome de (1943) em “Bengala” ocorreu após o fracasso das safras de arroz (por causa de uma inundação) e por japoneses invadirem “Burma”, que também era colônia britânica, o que travou no meio do caminho, o transporte de arroz para a Índia.
De acordo com a autora do livro “A Guerra Secreta de Churchill”, “Madhusree Mukerjee” (12 de julho de 1961), o primeiro-ministro se recusou a atender aos pedidos da “Índia” por trigo e continuou a insistir, para que a colônia fornecesse arroz e combustível para o esforço de guerra.
“Eu odeio indianos, são pessoas horríveis... Com uma religião horrível”. Disse “Churchill”, ao jornalista e “Secretário de Estado na Índia”, o conservador britânico (nascido em: “Gorakhpur, Índia”), “Leopold Amery” (22 de novembro de 1873 - 16 de setembro de 1955), que sempre o acompanhava. O líder inglês chegou a culpar os indianos pela fome, dizendo que: “Indianos se reproduzem como coelhos!”
Com uma carreira de quase 70 anos, “Winston Churchill” teve vários momentos de controvérsia. Chamava os brancos de: “raça forte e raça de alto nível”. Mas, de acordo com o escritor “Richard Toye” (1° de julho de 1973), autor do livro: “O Império de Churchill”, isso não significa dizer, que “Churchill” necessariamente achava certo tratar pessoas não-brancas de maneira desumana, assim, como fazia “Adolf Hitler”. “Toye” afirma em seu livro, que “Winston Churchill”, de fato foi a favor de usar uma arma química (“gás mostarda”), principalmente contra as tropas otomanas, durante a “Primeira Guerra Mundial”, mas, esta era uma época, em que outras nações também estavam usando este tipo de gás. A questão é, que no meu ponto de vista, um erro não justifica o outro, pois, por si só, uma guerra já é um grande erro.
“Churchill” também foi criticado por ter usado “mão de ferro”, para lidar com separatistas irlandeses e mineiros galeses no início do século. Seu papel na repressão aos protestos dos mineiros no “País de Gales”, em (1910), no episódio conhecido como os “Distúrbios de Tonypandy”, resultou em uma morte e cerca de 500 feridos, marcando sua carreira para sempre, ao ponto de ser visto, depois deste conflito sindical, como alguém que nutria aversão aos sindicatos.
“Já passou da hora de um debate não apenas sobre Winston Churchill, mas, sobre o Império Britânico”. Escreveu “Owen Jones” (8 de agosto de 1984), jovem colunista do jornal britânico “The Guardian”. Disse ainda: “Nós nunca nos entenderemos, muito menos o mundo, ou seremos capazes de ter uma discussão aberta sobre política externa britânica ou racismo, se não fizermos isso”.
Mas, os apelos pela revisão da história de uma figura tão imponente estão enfrentando oposição. “Se não fosse por Winston Churchill, eu não estaria vivo. E isso não é uma declaração romanceada. Apesar do fato do primeiro-ministro dos tempos de guerra ter sido um supremacista branco, suas qualidades superam muito seus defeitos”. Escreveu o político do Partido Conservador: “Daniel Finkelstein” (30 de agosto de 1962), no jornal “The Times”.
Político do mesmo partido de “Winston Churchill”, o conservador britânico “James Cleverly” (4 de setembro de 1969), também criticou o que chamou de “tentativas de sujar a reputação de Churchill”, olhando para ele através das lentes da sociedade atual. “A ideia de que podemos julgar a linguagem das pessoas que cresceram na era eduardiana, pelos padrões de hoje é completamente ridícula”. Disse “Cleverly”, no “Parlamento Britânico”, diante de seus pares.
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웃 PERSONAGENS NAS ARTES NÃO MENCIONADOS NO TEXTO:
* “Garfield e Odie” (1978), criações do cartunista americano: “Jim Davis” (28 de julho de 1945).