221- A expressão: “Achar o ninho da égua”, é peculiar, porque, as éguas não se reproduzem em ninhos, nem vivem neles. Os ninhos são construídos em lugares altos, pois, os pássaros voam. E até onde eu sei, cavalos alados existem na mitologia, como “Pégaso”, da mitologia grega, por exemplo, que é o símbolo da imortalidade. Esta expressão está ligada à felicidade, ao ato de demonstrar uma grande alegria, aparentemente injustificável. Agora, o que isso tem a ver com as éguas é um mistério.
222- “Boi de piranha”, é uma expressão popular brasileira, que designa uma situação em que um bem menor e de menor valor é sacrificado, para que em troca outros bens/pessoas mais importantes não sofram danos ou passem por dificuldades. Esta expressão surgiu do fato de os vaqueiros, das antigas comitivas, mandarem um boi velho à frente do rebanho para atravessar o rio, se ele não fosse atacado por piranhas, os outros bovinos seguiriam o mesmo caminho.
223- Continuando citando animais: “Briga de cachorro grande”, é uma expressão popular que significa uma contenda de pessoas poderosas, influentes. Sendo muito comum ouvir em ocasiões neste sentido: — Não se meta nesta confusão, porque, é “briga de cachorro grande”.
224- “Cair nos braços de Morfeu”, é uma expressão popular baseada na mitologia, já que “Morpheus” é o deus dos sonhos na mitologia grega. Este ditado pode ser interpretado como o desejo de adormecer em um sono profundo e tranquilo.
225- “De cor e salteado”. Não, esta expressão nada tem a ver com algo que as bailarinas sabem fazer muito bem. Ela significa simplesmente o ato de saber algo de cor, sem precisar recorrer ao “Google”, por exemplo, nem aos livros ou outras fontes de informação. “De cor e salteado”, é saber as coisas sem esquecer de nada.
226- “Desculpa esfarrapada”. O significado da palavra “esfarrapada” é um adjetivo para alguém que está em frangalhos; que foi despedaçado; dilacerado. Mas, em geral, representa estar desprovido de lógica; sem coerência, com um argumento tolo para justificar algo sem justificativa. Também pode ser dizer qualquer coisa para evitar ter que fazer algo.
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Texto da tirinha: 💬 Pois é, não vai dar para eu sair hoje, tô muito ocupado...
227- A expressão metafórica/idiomática: “Falar pelos cotovelos”, nada tem a ver com a anatômica articulação entre o braço e o antebraço humano e/ou dos primatas. Tal expressão, significa: falar demais e muitas vezes, só falar bobagens. A origem de “falar pelos cotovelos”, tem o primeiro registro de autoria do escritor latino: “Quintus Horatius Flaccus” (8 de dezembro de 65 a.C. - 27 de novembro de 8 a.C.), relatado em uma de suas sátiras.
228- “Fiado só amanhã”. Esta expressão retrata uma resposta ao famoso: “Deus lhe pague!” - quando alguém quer deixar a conta “pendurada”. Existe uma “trovinha” que diz: “Quem foi que inventou o fiado? Deus inventou o homem, a mulher inventou o pecado. Deus inventou o dinheiro, o Diabo inventou o fiado. Quem tiver pecado, não peça fiado.” - Ou seja: fiado só para quem pagar adiantado.
229- “Ficar para titia”, é uma expressão usada para se referir a uma mulher mais velha, que é pejorativamente chamada de “solteirona” e que ainda não teve um filho. A expressão começou a ser usada para se referir às irmãs mais velhas, quando uma mais nova já tem filho/filhos, e elas acabam se tornando tias antes de se tornarem mães.
230- “Marinheiro de primeira viagem”, é uma expressão que revela alguém que ainda está “verde” na hora de fazer alguma coisa, que faz tudo “aos trancos e barrancos”, de forma desajeitada; que não entende muito bem as regras das coisas e por isso demora muito para aprender.
231- “Mulher bonita não paga... Mas, também não leva!”. Esta expressão é uma máxima das feiras de rua, onde os vendedores (feirantes), tentam chamar a atenção para suas barracas de frutas, verduras, peixes, etc..., usando sempre um tipo de jargão/bordão (aos gritos), para atrair clientes, que são em sua maioria mulheres. Havia até uma “trovinha chula”, repetida pelos feirantes antes do “politicamente correto”: — “Oh, viúva boa! Tem banana madura, quer ver dura madame?” (“Ovo e uva boa! Tem banana madura, quer verdura madame?”)
232- “Neca de Pitibiribas”, é um termo coloquial, onde “neca” equivale a (“nada”) e vem do latim “nec”, que significa: (“não”). Segundo os dicionários da língua portuguesa, o termo “pitibiriba” ou no plural: “pitibiribas”, é tipicamente brasileiro, significando: “nada ou coisa alguma”. Em outras palavras, “neca de pitibiribas”, é literalmente: “nada de nada” e/ou “nada de coisa alguma”.
233- “O que acontece em Vegas, fica em Vegas!” - esta frase icônica sempre fez parte da identidade da “cidade do pecado, Las Vegas”, localizada no deserto de “Mojave, Nevada - EUA”, famosa por suas ruas iluminadas por gigantescos letreiros de cassinos e grandes hotéis. Uma cidade com uma vida noturna vibrante, como casamentos e seus noivos vestidos a caráter, estilo “cosplay” e muitas outras opções de entretenimento. No entanto, o que este ditado representa é a manutenção da descrição de algo que aconteceu em um determinado lugar e/ou, em uma determinada fase de nossas vidas e que nunca mais deve ser lembrado ou mencionado. Mas, alguém consegue agir assim pelo resto da vida? Façam suas apostas!
234- Sabe aquela samambaia da tua casa (pendurada no xaxim), que seca quando chega um certo tipo de visita? O ditado popular “Olhar de seca-pimenteira”, é exatamente sobre isso. Um ditado simples, que tem origem no Candomblé e se refere ao “olho grande” dos invejosos.
235- “Onde se ganha o pão, não se come a carne”. Este velho ditado é muito verdadeiro, um ensinamento que refere-se ao não conquistar um homem/mulher em um ambiente de trabalho, pois, onde se defende “o pão nosso de cada dia”, não se deve deixar a libido falar mais alto, se valendo apenas dos “prazeres da carne”. Na verdade, hoje em dia, relacionamentos dentro de um ambiente de trabalho (mesmo que não sejam proibidos), podem ser vistos como assédio sexual, então é melhor evitá-los.
236- A expressão: “Ou vai ou racha”, não é apenas um ditado popular, é algo que dizemos quando decidimos fazer algo até o fim, custe o que custar. Quem diz: “ou vai ou racha”, sabe que pode encontrar sucesso ou fracasso no final de uma ação, porque, nada está garantido.
237- É bem verdade que cada um coloca o que quer dentro e fora da cabeça. Mas, o que significa a expressão: “Pedir o boné”? Este ditado está relacionada ao futebol e ao hábito dos treinadores de usarem bonés para se protegerem do Sol. Assim, quando um “mister” está insatisfeito com o desempenho do time, “pedir o boné” representa dizer adeus, ir embora, deixar o clube, levando consigo apenas as coisas que estão em sua cabeça (sua metodologia de trabalho técnico).
238- “Perder o Fio da Meada”. Esta expressão não tem nada a ver com “tricô e crochꔹ. Ela está relacionada a perder o rumo da conversa. Quando uma pessoa está falando e “perde o fio da meada”, significa que ela se distraiu, que perdeu o foco ou esqueceu o que estava dizendo.
239- A expressão: “Por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento”, tem um significado figurativo de alguém que só tem uma aparência bonita por fora e sua beleza interior é inexistente. É sobre alguém que parece bem na aparência física, mas, que por dentro é podre, embolorado... Sem alma.
240- A expressão: “Sair à Francesa”, é usada para indicar que alguém saiu discretamente de uma festa, de um recinto, de uma reunião, etc..., silenciosamente, de “fininho”, “pé ante pé”, sem se despedir de ninguém.
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[NOTAS FINAIS ®DOUG BLOG]
* No ditado popular n° 228, aparece: “Garfield” (1978), criações do cartunista americano: “Jim Davis” (28 de julho de 1945).
¹ “Tricô” é a versão portuguesa da palavra francesa “tricot”. O mesmo vale para “crochê/crochet”.
웃 PERSONAGENS NAS ARTES NÃO MENCIONADOS NO TEXTO: