Meus amigos e amigas do ®DOUG BLOG, a etimologia revela muitas palavras, algumas originárias da mitologia grega. Mas, não se sabe explicar o real motivo de algumas destas palavras se tornarem pejorativas.
Vamos aos fatos e depois a palavra que se tornou socialmente aviltante: A lenda mitológica de “Pandora”, assim como a bíblica “Eva”, nos remete ao fruto proibido, que traz desgraça e injustiça à humanidade. “Pandora” foi a primeira mulher, filha ilegítima de “Hefesto e Pallas Atena”.
“Pandora” (Πανδώρα), é a persona que tudo possibilita, aquela que possui involuntariamente todo o conhecimento e de contrapartida, é também aquela que tudo usurpa.
“Pandora” foi incitada por “Zeus” a cumprir uma árdua tarefa, sendo encarregada pelo deus, a agradar e ao mesmo tempo castigar os homens, depois que o titã “Prometeu” roubou o fogo do “Olimpo” e lhes revelou seus segredos.
“Pandora” (que em grego significa: “aquela que tem todos os dons”), recebeu um presente diferente de cada deus e deusa. Sua mãe adotiva “Palas Atena”, concedeu-lhe inteligência superior; “Afrodite”, deu-lhe uma beleza nunca antes vista; “Hermes,” insuflou nela, a habilidade de mentir e dissimular. Outros deuses e deusas lhe deram mais qualidades: graça, persuasão, paciência, gentileza, habilidade na dança e nos trabalhos manuais, e assim por diante.
“Zeus” ordenou a “Pandora” que seduzisse “Epimeteu”, irmão de “Prometeu”, para se vingar dele. "Epimeteu" ficou extasiado com sua beleza, casando-se com ela imediatamente, porém, não sabia que "Pandora" só aceitou se casar, para cumprir a vingança de "Zeus" contra "Prometeu". “Pandora e Epimeteu” tiveram uma filha chamada “Pirra”, que ainda jovem, se casou com o navegador “Deucalião”, fugindo com ele do dilúvio que sucederia, após sua mãe cometer o mais grave dos erros.
O terrível erro de “Pandora”, está relacionado a mais um segredo que escondia. Ao receber os dons divinais, foi lhe entregue também uma arca selada, denominada de:“Boceta”¹ (Aí está a palavra que se tornou pejorativa). Este poderoso artefato mitológico jamais deveria ser aberto, pois, guarda em seu interior os segredos mais antigos e também os sentimentos que afligem a humanidade.
A primeira mulher concebida por “Zeus”, possui uma só fraqueza, sua curiosidade descomunal. Assim, sendo desconhecedora daquilo que havia no interior da arca, mas, sempre ávida por saber, “Pandora” abriu uma fresta na tampa, sendo o suficiente para deixar escapar quase tudo que havia dentro dela: amores, medos e maldades existentes e que se abateram sobre a humanidade, sem que estes sentimentos pudessem ser usados corretamente.
Após o erro cometido, “Pandora” tentou destruir a arca, no intuito de se esquecer do fato, mas, não deu certo, a “Boceta de Pandora” é fruto de um grande feitiço, que a impede de ser destruída.
Dentro da arca restou a ESPERANÇA, que até hoje está muito bem protegida, para ser usada somente quando for mais necessário. E não deixando a esperança escapar, “Zeus” poupou a vida de “Pandora”. Porém, manteve impiedosamente a condenação do titã “Prometeu”, que passaria a eternidade preso em uma rocha, onde uma ave de rapina (e não uma águia, como alguns erroneamente narram), vinha comer seu fígado. No entanto, todas as noites seu fígado se regenerava e o pássaro sombrio voltava no dia seguinte para comer seu fígado novamente.
E desta passagem mitológica, surgiu o termo e/ou provérbio: “A esperança é a última que morre”.
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¹ “Boceta” é uma arca oblongada e oval, feita de materiais diversos sendo usada para guardar pequenos objetos. Segundo outras versões do mito, “A Boceta de Pandora” pode ser além de uma arca, um baú ou um jarro.