Devido aos dois anos perdidos com à “Covid”, acho que merecemos um bônus de Natal, com o mês de janeiro de (2023), ainda seguindo sendo dezembro de (2022). Fica registrado também, que serão descontados dois anos de idade das nossas vidas, assim sendo, quem está com 18 anos, volta aos 16, quem tem 50, volta a ter 48 anos e segue sucessivamente desta maneira.
Bom, com todos os nossos desejos já anotados na lista do Sr. Noel e, antes da leitura da crônica de Natal, do genial “Carlos Drummond de Andrade”, desejo a todos um Santo Natal, pois, este é um tempo das famílias reunidas (ainda mais diante de tanto distanciamento dos Natais passados).
Natal é também, tempo de desejar só coisas positivas, de continuar a sonhar. Por assim ser, o ®DOUG BLOG deseja um NATAL ESPECIAL para cada amigo, leitor e seguidor, que juntos, fazem do meu espaço da Web, um dos mais lidos, visitados, comentados e seguidos no feed.
Oxalá que (2023), seja um ano melhor para cada um de nós!
“Crônica de Natal
Carlos Drummond de Andrade”
Papai Noel entrou pela porta dos fundos (no Brasil as chaminés não são praticáveis devido ao calor), entrou cauteloso que nem marido depois da farra. Tateando na escuridão torceu o comutador e a eletricidade bateu nas coisas resignadas, coisas que continuavam coisas no mistério do Natal.
Papai Noel explorou a cozinha com olhos espertos, achou um queijo e comeu. Depois tirou do bolso um cigarro que não quis acender. Teve medo talvez de pegar fogo nas barbas postiças (no Brasil os Papai-Noéis são todos de cara raspada) e avançou pelo corredor branco de luar, onde encontrou o quarto das crianças, Papai Noel entrou compenetrado. Os meninos e meninas dormiam sonhando outros natais muito mais lindos, mas, os “sapatinhos” deles estavam repletos de brinquedos: soldados, bonecas, elefantes, carrinhos e até um Presidente de República de madeira (no Brasil os Presidentes da República são todos caras de pau). Papai Noel agachou-se e recolheu aquilo tudo, no interminável lenço vermelho de alcobaça, fez a trouxa e deu o nó, mas, apertou tanto que lá dentro as bonecas, os elefantes, os carrinhos, os soldados e o Presidente de madeira, brigavam por causa do aperto.
Os pequenos continuavam dormindo. Longe um galo comunicou o nascimento de Cristo. O “Papai Noel larápio” voltou de mansinho para a cozinha, apagou a luz, saiu pela porta dos fundos. E na horta, o luar de Natal abençoava os legumes.
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* Adaptação ®DOUG BLOG, da Crônica de Natal de: “Carlos Drummond de Andrade” (31 de outubro de 1902 - 17 de agosto de 1987), publicada no livro: “Alguma Poesia” (1930), “Rio de Janeiro: Editora Pindorama”.
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* Na arte animação da publicação ®DOUG BLOG, aparece (na assinatura), a personagem “Mafalda” (1964), do cartunista: “Quino” (17 de julho de 1932 - 30 de setembro de 2020).
“Silent Night - Noite Feliz” (1818)
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* “Silent Night - Noite Feliz” (1818), foi escrita e musicada por dois austríacos. A letra é do padre católico: “Joseph Mohr” (11 de dezembro de 1792 - 4 de dezembro de 1848) e a música, foi composta pelo professor primário: “Franz Xaver Gruber” (25 de novembro de 1787 - 7 de junho de 1863.
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