“Papo de Gênio — Dia do Mestre/Professor”

Aqui no ®DOUG BLOG, vou levar um “Papo de Gênio”, para comemorar o “Dia do Mestre/Professor” - no Brasil (15 de outubro), puxando um pouco de “brasa para a minha sardinha” e assim, homenagear esta categoria que deveria ser sempre reverenciada, respeitada e melhor remunerada (principalmente os professores de ensino fundamental). 

   

O fato que vou relatar, ocorreu na “Alemanha”, no princípio do Século XX, quando durante uma conferência estudantil, realizada com vários universitários alemães, que lotavam as arquibancada, cadeiras e até o chão da quadra de esportes do “Câmpus da Universidade de Berlim”, todos ali para conhecer um professor suíço¹ (muito renomado), que ali estava a convite do “Gabinete Federal do Governo da Alemanha - Bundesregierung”. Já de cara o mestre suíço, desafiou os alunos, com uma pergunta capciosa:

💬 Caros alunos, eu pergunto a vocês e aguardo uma boa resposta... Será mesmo que Deus criou tudo o que existe?

Um aluno imediatamente levantou seu braço e, pediu para responder a questão, que o mestre consentiu. E o aluno respondeu:

💬 Sim, senhor, Deus criou tudo!

E o professor retrucou:

💬 Então, Deus criou tudo, tudinho mesmo?

💬 Com certeza, senhor! - (respondeu o jovem, mais uma vez).

Aí, o professor indagou:

💬 Com certeza? Mas, se Deus criou tudo, então Deus fez surgir a maldade também? Pois, o mal existe... Então, partindo dessa regra de que nossas obras são um reflexo de nós mesmos, então Deus não seria assim tão benevolente?

O jovem ficou calado diante do argumento do mestre, que feliz, se regozijava de ter provado mais uma vez que a fé era uma bobagem, pura perda de tempo. Porém, antes do sábio suíço “tirar o sorriso do rosto”, outro estudante levantou a mão e disse:

💬 Posso fazer uma pergunta, professor?

💬 Fique a vontade, meu jovem! - (disse o mestre). 

O jovem ficou de pé e perguntou:

💬 Professor, o frio existe?

Imediatamente o professor respondeu:

💬 Mas, que pergunta tola é essa, meu jovem? Lógico que existe, ou por acaso você nunca sentiu frio? Levantar tal questão, chega a ser um despautério de sua parte!

Com uma certa leveza e um sorriso no canto da boca, o rapaz disse:

💬 Não senhor, não creio que seja um despautério de minha parte. De fato, eu não sinto frio. Pois, o frio não existe. Segundo as Leis da Física. O que consideramos frio, na realidade é a ausência de calor. Todo corpo ou objeto é suscetível de estudo quando possui ou transmite energia, o calor é o que faz com que este corpo tenha ou transmita energia. O zero absoluto é a ausência total e absoluta de calor, todos os corpos ficam inertes, incapazes de reagir, mas, o frio não existe. Nós criamos essa definição para descrever como nos sentimos se não temos calor.

Silêncio absoluto no grande ginásio, que está repleto de alunos, mestres e também do reitor da Universidade. Quando o próprio aluno quebra o silêncio e diz mais uma vez. 

💬 Vou lhe fazer outra pergunta, pois, não?

💬 Sim, faça! - (disse o mestre, agora bem interessado no que o aluno tem a dizer).

💬 E, a escuridão, existe? 

O professor (mesmo temendo a continuação da explanação do estudante), respondeu: 

💬 Sim, a escuridão existe, temos noites todos os dias, por mais redundante que isso possa soar.

E o estudante diz:

💬 Novamente, o senhor cometeu mais um erro, e não foi pertinente à redundância... Mas, sim, ao fato de crer que a escuridão existe. 

💬 Meu jovem, no seu ponto de vista, a escuridão também não existe?

💬 Não é no meu ponto de vista. A escuridão não existe também para as Leis da Física. Na realidade, a escuridão é a ausência de luz. A luz pode-se estudar, a escuridão não. Até existe o Prisma de Nicol², para decompor a luz branca nas várias cores de que está composta, com suas diferentes longitudes de ondas. A escuridão não.

Nada se escuta no ginásio (nem o zunir de uma mosca), pois, todos estão boquiabertos, escutando atentamente a “batalha” travada entre as palavras do científico aluno e o professor. E ele continua:

💬 Um simples raio de luz atravessa as trevas e ilumina a superfície onde termina o raio de luz. Como pode saber quão escuro está um espaço determinado? Com base na quantidade de luz presente nesse espaço, não é assim? Escuridão é uma definição que o homem desenvolveu para descrever o que acontece quando não há luz presente.

E finalmente, quase sem respirar, o jovem refaz a pergunta do professor, devolvendo a ele:

💬 Senhor, o mal existe?

Certo de que para esta questão o aluno não teria explicação, o professor respondeu:

💬 É óbvio que sim! O mal existe. Como afirmei desde o começo, pois, vemos fome, guerras, estupros, crimes e violência de um modo geral, no Mundo todo, essas coisas são do mal!

Agora com um sorriso no rosto todo (não só no canto da boca), o estudante diz:

💬 O mal não existe. Pelo menos, não existe por si mesmo. O mal é simplesmente a ausência do bem, é o mesmo dos casos anteriores. O mal é uma definição que o homem criou para descrever a ausência de Deus. Deus não criou o mal. Não é como a fé ou como o amor, que existem como existem o calor e a luz. O mal é o resultado da humanidade não ter Deus presente em seus corações. É como acontece com o frio quando não há calor, ou a escuridão quando não há luz.

O jovem foi aplaudido de pé e o professor permanecendo calado, dirigiu-se ao jovem, estendeu-lhe a mão, no que trocaram um longo aperto (e disse em seu ouvido):

- Vejo que aqui você tem bons mestres a lhe ensinar! 

No que o aluno responde:

💬 Senhor, aqui sou considerado um estudante medíocre!

Imediatamente o reitor dirigiu-se àquele jovem também e perguntou qual era o seu nome? E ele respondeu:

💬 “ALBERT EINSTEIN”³, senhor!

   

Moral da história em questões de múltipla escolha: 

(a) Nem todos os cientistas são agnósticos ou ateus; 

(b) Ninguém é medíocre, todos podemos e temos o direito de aprender, bastando, ter disciplina no ato de capacitar-se; 

(c) São os bons alunos que “fazem” existir as Escolas, Faculdades e Universidades, juntamente com os Mestres/Professores, que precisam sempre estar prontos aos questionamentos (mantendo sempre aberto o diálogo com seus alunos), pois, isso é a prática do auto-estímulo do saber.

°°°

¹ O professor que travou este embate cultural com “Albert Einstein”, foi, “Michele Angelo Besso” (25 de maio de 1873 - 15 de março de 1955), professor e engenheiro suíço, descendente de judeus italianos, que se tornou um grande amigo de “Einstein”, durante os anos na “Instituto Federal de Tecnologia de Zurique” e depois, no “Escritório de Patentes em Berna”. 

°°°

² O “Prisma de Nicol”, como o próprio nome indica, é uma homenagem ao seu inventor, o físico escocês “William Nicol” (18 de abril de 1770 - 2 de setembro de 1851), que o criou em (1828). O “Prisma de Nicol” é usado, entre outras coisas, na investigação óptica de cristais.

°°°

³ “Albert Einstein” (14 de março de 1879 - 18 de abril de 1955), foi um físico teórico alemão que desenvolveu a teoria da relatividade geral, um dos pilares da física moderna ao lado da mecânica quântica. O até etão “aluno medíocre”, formou-se com louvor, na “Universidade de Zurique - Alemanha”, em (1905).

OS COMENTÁRIOS  DESTA POSTAGEM ESTÃO DESATIVADOS,

 COMENTE NA POSTAGEM MAIS RECENTE.